O passado de Eduarda

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Como havia prometido, vou postar mais vezes na semana. Desejo uma boa leitura

Victor

Tive uma semana agitada, meus plantões no hospital estavam aumentando, tudo bem que eu não estava achando ruim, até era bom, porque assim me mantinha ocupado. Mas meu corpo começava a apresentar cansaço após dois anos trabalhando direto sem tirar férias.

Davi estava cada dia mais apegado a Eduarda. Ele não parava de falar em sua nova amiga. Uma grande surpresa, pois sentia nela o mesmo carinho. Os dois não se viram mais depois do sábado juntos, mas ela sempre falava com ele pelo telefone quando estávamos juntos.

Na semana seguinte, depois de fazer manha, Davi me convenceu a levá-lo comigo para jogar com Eduarda. Apesar de gostar de ver os dois juntos, não queria que meu filho se apegasse tanto a ela porque assim que Eduarda se recuperasse, iríamos embora, e eu não queria ver meu filho triste.

Kadu e Belinda haviam voltado da lua de mel, e sempre que era possível, um dos dois ficava na casa, acompanhando meu trabalho e falando frases positivas para Eduarda. Todos estavam juntos torcendo por sua recuperação, até mesmo Nick e Nanda que estavam distantes, ligavam para saber como ela estava se saindo.

Na terceira semana, o humor de Eduarda começou a oscilar, talvez por não ter nenhum resultado ou por problemas pessoais. Ela não comentou nada, mas algo a tinha chateada no início da semana. Quando cheguei para mais um dia de fisioterapia, presenciei uma discussão entre ela e sua mãe.

As duas disfarçaram, mas Eduarda era muito transparente e percebi que algo estava errado. Como ela não comentou nada, achei melhor não me meter. Ela já sabia que poderia contar comigo a qualquer hora que quisesse.

Na sexta, o clima ainda estava entranho entre mãe filha quando cheguei. Eu não sei se estava fazendo o certo, mas precisava fazer algo, pelo menos suavizar o clima na casa.

— Eduarda, não quero me meter na sua vida, mas já faz alguns dias que vejo um clima tenso entre você e sua mãe.

— Acho que todos perceberam. Até mesmo Davi. Ele é muito observador e inteligente.

— Quer conversar sobre isso? Ou qualquer outra coisa?

— Sabe o que eu realmente gostaria de fazer?

— O quê?

— Sumir daqui, dessa casa. Estou ficando sufocada com tanto cuidado, não sou mais nenhuma adolescente, não vou quebrar, por que na verdade já estou.

— Todos aqui só estão querendo seu bem.

— Eu sei. Mas todos os dias eu acordo e ainda continuo do mesmo jeito, e tenho que ficar olhando e sorrindo quando me fazem sempre a mesma pergunta: como se sente hoje?

Eduarda guia sua cadeira até a janela que dá vista para o jardim.

— Eu quero minha vida de volta, tanto quanto eles, mas se não pararem de fazer a mesma pergunta todos os dias, vou acabar estourando.

— Eu entendo você. Passei por isso quando perdi a Regina. Todos ficavam me fazendo as mesmas perguntas.

— E o que você fez?

— Eu fugi – fui sincero.

Eduarda virou a cadeira e ficou me olhando.

— Está me aconselhando a fugir também? – ela deu um pequeno sorriso.

Quando encontrei você - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora