Armadilha

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Victor

Acordei com o aroma do cheiro de café. Eduarda não estava mais na cama. Ouvi risadas vindas da cozinha, Davi também já estava de pé e pelo barulho, estava fazendo bagunça com os pratos.

Ao invés de ir para a cozinha encontrá-los, resolvi tomar uma ducha e me preparar para nosso fim de semana juntos. Quando voltei para o quarto, meu celular estava tocando. Ao olhar a tela, reconheci o número, era do hospital.

— Alô.

— Bom dia Victor, sou eu Ana, me desculpe por te ligar a essa hora...

— O que aconteceu? – perguntei preocupado.

— Sei que hoje é sua folga, mas Edgar não poderá vir e não encontramos outro substituto...

— E eu tenho que trabalhar – completei.

— Sinto muito, não ligaria, mas estamos sem opções.

Passei a mão pelos meus cabelos e soltei um longo suspiro. Eduarda iria ficar chateada, iríamos usar esse tempo para tentar esquecer os últimos acontecimentos. O aparecimento de Verônica e a descoberta que minha mãe não aprovava nosso relacionamento tinha deixado seu emocional afetado.

— Victor, você ainda está aí? – a voz de Ana me trouxe de volta.

— Sim, estou, me desculpe, estava pensando o que falar para Eduarda. Planejamos esse fim de semana...

— Ela é uma pessoa adorável, vai entender que é o seu trabalho. Preciso ir agora, estou sendo solicitada na sala de cirurgia, uma criança envolvida em um acidente de carro. Te vejo no almoço.

Desliguei o telefone desanimado e larguei em cima cama. Agora viria a parte de falar para Eduarda que eu não poderia ir. Entrei na cozinha e encontrei Davi com suas mãos enfiadas em uma tigela de farinha de trigo.

— Bom dia amor, já tomou banho? – disse Eduarda vindo ao meu encontro e me dando um beijo.

— Bom dia. O que estão fazendo? – perguntei apontando para a tigela na frente de Davi.

— Tia Eduarda... – Davi olhou para ela e depois volto a me olhar –... Eduarda disse que poderia ajudar a fazer bolinhos.

Desde a nossa conversa com Davi sobre meu relacionamento com Eduarda, ele estava ainda mais grudado com ela. Fiquei bem mais tranquilo por saber que os dois estavam bem juntos.

— Estou vendo – sorri acariciando seus cabelos.

— Belinda já me ligou, vão sair de casa em meia hora. Falei que iríamos um pouco mais tarde. Esse rapazinho aqui precisa tomar seu café antes de sair. Você pode ficar de olho enquanto tomo banho e me apronto?

Eduarda tirou o avental e começou a ir para a saída.

— Amor, queria falar com você sobre nossa viagem...

Ela parou no meio do caminho e me olhou.

— O que foi?

— Recebi uma ligação do hospital. Edgar não foi trabalhar hoje, então me ligaram...

— E você vai ter que ir trabalhar?

— Infelizmente... Desculpe-me.

— Planejamos isso...

— Eu sei. Você sabe que eu queria muito ir, mas é o meu trabalho...

Eduarda soltou um suspiro triste e olhou para Davi.

— O que vai fazer ele? Beth está folga.

— Vou ter deixar com minha mãe...

— Eu não quero ficar com a vovó, ela não me deixa brincar e nem assistir meus desenhos... – Davi começou a falar com voz de choro.

Quando encontrei você - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora