Namorada

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Eduarda

Acordei como se estivesse flutuando nas nuvens. Sabe quando tem a sensação que não tocar o chão onde pisa? Bem, era exatamente assim que eu estava me sentindo. Passamos boa parte da noite conversando e fazendo planos para o fim de semana. Pensamos em ir ao sítio, mesmo com tudo o que aconteceu na última vez que fomos. Ter nossos nomes na mídia, já não nos incomodava mais.

Beth chegou com Davi um pouco depois das dez. Ele tinha adormecido durante o caminho de volta. Fui com Victor colocá-lo na cama e depois voltamos para o nosso quarto.

Uau, eu já estava usando a palavra nosso. Achei que iria precisar de um tempo para me acostumar, mas depois percebi que não precisava de tempo nenhum.

Nunca acreditei quando minha mãe falava, depois de mais um término de namoro, que quando eu encontrasse a pessoa certa, meu coração identificaria na hora e que seria para sempre. Eu revirava os olhos e dizia que era lenda. Hoje, posso afirmar com certeza que ela tinha toda razão. Cada pedaço do meu corpo grita por Victor.

Senti um beijo suave em meu pescoço e preguiçosamente, abri meus olhos. Ao contrário do meu quarto, as cortinas estavam todas fechadas, o que gostei muito.

Victor estava sorridente, enrolado apenas em uma toalha. Seus cabelos úmidos pingavam pequenas gotas na cama. Sorri tímida, por ainda não acreditar que eu tinha me entregado a ele na noite passada.

Ele havia me amado como se fosse a minha primeira vez. Controlando seu desejo para me satisfazer primeiro. Quando nos tornamos apenas um, pensei que iria explodir, e o prendi o máximo que pude colado ao meu corpo, com medo que ao se afastar, eu acordasse sozinha na minha cama.

— Bom dia – disse me presenteando com um selinho.

— Bom dia – falei aceitando seu beijo, com o cheiro de creme pós-barba embriagando meu nariz.

— Dormiu bem?

— Sim, como nunca dormi antes. Por que já está pé?

— Costumo acordar cedo para fazer uma corrida antes de ir para o trabalho.

— Eu não sou muito de acordar cedo.

— Percebi – ele sorriu.

Eu acompanhei seu olhar que passeou pela minha boca, até voltar a encontrar os meus.

— Que horas são?

— Nove.

— Nossa, como é cedo – resmunguei.

— Queria que tomássemos café juntos, mas posso te deixar dormir mais um pouco...

— Não, você já veio aqui e me acordou... E com o seu cheiro, vai ser difícil voltar a dormir.

— Ver você aqui na minha cama, com esse sorriso encantador, me faz repensar sobre tomar café...

— Humm... Acho que estou começando a concordar com você.

— Seria maravilhoso passar a manhã trancado aqui no quarto com você, mas tem alguém que não está se aguentando em seu quarto, louco para te ver.

— Davi já acordou?

— Ele puxou a mim, acorda cedo demais.

— Acho que vou ter que me acostumar com isso, quando dormir aqui.

— O que vai ser todos os dias – ele me beijou novamente.

— Não posso dormir aqui sempre. Você precisa da sua privacidade...

Quando encontrei você - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora