| 0.6 | Possessive

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— Por que você me fotografou ensanguentado daquela maneira e destacou a foto na sua parede?

E então viu o sorriso de Harry murchar completamente.

Tudo de repente havia sido engolido por um silêncio mortal, não se ouvia nem pássaros cantando ou algo assim. Era apenas Harry olhando intensamente e diretamente nos olhos assustados de Louis.

Louis, entretanto, não sabia identificar o que o olhar de Harry transmitia, era indecifrável. Só sabia que os mesmos começavam a adotar um tom vermelho-escuro, quase preto, com veias marcadas e olheiras escuras abaixo de seus olhos, e isso fez Louis tremer pelo medo que o atingira com força.

— Harry... — Louis chamou baixinho, mas foi bruscamente interrompido por Harry.

— Cala a boca! — Gritou, fazendo o menor estremecer abaixo de si.

Harry soltou os pulsos de Louis e se levantou de cima do mesmo, ficando, em pé, a sua frente. Louis sentou-se, ficando à altura do abdômen do mais velho.

— O que você viu? — Harry perguntou com a voz adotando um tom mais sombrio.

— Esqueça iss...

E então Harry estalou a palma de sua mão contra a bochecha pálida de Louis, com força, deixando a pele do garoto fortemente avermelhada. Uma lágrima escorreu dos olhos do menor, enquanto ele engolia o bolo formado em sua garganta e apertava os olhos, esperando que aquilo fosse apenas um sonho.

— O que você viu, Louis? Eu não vou perguntar de novo!

— Eu vi todas as fotos que estavam em sua parede. Mas eu não fiz por querer, eu juro...

Por que Louis estava se desculpando? Simples; ele não queria ser vítima de um ataque psicótico de Harry.

— Louis, Louis, Louis... — Harry murmurou baixo, dando uma risada fria e irônica, e andando lentamente pelo quarto. — Você realmente devia ter permanecido onde mandei você ficar.

— Eu não tinha nada para fazer. E além do mais, ainda não me respondeu. — Louis foi petulante o suficiente para empurrar essas palavras de sua boca, se arrependendo amargamente do feito quando Harry virou-se em direção a ele rapidamente, o encarando como um assassino. Ainda juntou forças para se pôr de pé e engolir seco.

— Você devia controlar mais a sua língua. — Murmurou friamente.

— Eu tenho o direito de saber... — Louis retrucou com a voz falha e olhando para um ponto oposto do lugar onde Harry estava.

— Assim como se achou no direito de bisbilhotar minhas coisas?

— E em que direito achou que estava quando tirou aquela foto? — Louis esbravejou, e Harry empurrou bruscamente o menor contra a parede, sufocando-o.

— Louis, eu vou lhe dizer algumas coisas e quero que preste bastante atenção para evitar certos... Desagrados. — Harry murmurou no ouvido do menor, que puxava a mão dele para conseguir respirar.

— Harry, vo-você... Eu pre-preciso respirar... — Louis choramingou e Harry afrouxou um pouco aperto, apenas o suficiente para que o garoto conseguisse se manter acordado.

— Primeiro: não tente me retrucar, eu odeio que o façam e não teria receio de fazê-lo entender isso da pior maneira. — Lágrimas já escorregavam dos olhos de Louis e isso não passara despercebido pelo mais velho. — Não chore, amor, só estou ensinando-te como parar de ser insolente pelo seu bem.

Louis gemeu de dor quando Harry soltou seu pescoço. Seu corpo se curvou e ele tossia, massageando o local que doía como o inferno.

— Eu não acabei, Lou. — Harry disse, puxando Louis pelos cabelos com força e prensando-o, de costas, contra seu corpo. O mais velho posicionou a cabeça de Louis, para que sua boca alcançasse o ouvido do mesmo. — Segundo: eu detesto garotos desobedientes, portanto quando eu lhe disser para permanecer em algum lugar ou condição, permaneça. Quando eu lhe disser para ficar calado e me ouvir, se cale e me ouça. Quando eu lhe disser para não mexer em minhas coisas, não mexa.

Danger Of Green Eyes Δ | {AU!lwt + hes}Onde histórias criam vida. Descubra agora