Capítulo 16 - Festa

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A atmosfera da festa chegava a ser sufocante, tinha barulho demais e gente demais também. A casa de Felipe era grande, seus pais eram advogados e tinham feito uma viagem para o exterior. Eu estava me dividindo em admirar e tentar encontrar Monique no meio do emaranhado de gente que havia ali, ao redor da piscina.

Tudo exalava um cheiro desagradável de cigarro, bebidas, vômito e drogas. E o pior é que haviam poucos rostos conhecidos. Alguns amigos de Monique. O namorado dela. E Sam, da minha equipe do seminário.

- Algum de vocês viu a Monique? - perguntei tentando fazer com quê minha voz fosse ouvida em meio ao rap que tocava estourando os meus tímpanos.

- Não! Acho que ela já foi embora. - eles responderam.

Fui perguntar ao namorado dela também pra confirmar, eles não pareciam confiáveis.

- Você viu onde está a Monique?

- Ham? O que disse, docinho?- ele perguntou permitindo que eu sentisse seu nojento bafo de bebida misturada com cigarro.

Sinceramente, não entendia o que Monique queria com aquele cara. Ele era idiota.

- Quero saber onde está a minha amiga! - gritei.

Ele apertou meu braço.

- A sua amiguinha já deve ter ido pra casa... Mas nós estamos aqui. Então, que tal se divertir?

Comecei a ficar com medo daquele homem. Não gostei do tom que ele usou.

- Me larga! - ordenei, mas ele não me obedeceu.

- Ah, qualé Julieta! Vamos brincar um pouco.

- Sai! Eu tenho nojo de você.- disse, chutando sua perna.

- Algum problema, Julieta? - ouvi uma voz perguntar.

Era Sam. Eu encarei o namorado de Monique e respondi.

- Acho que não. - respondi, fazendo um pequeno esforço pra que o garoto soltasse meu braço.

- Então, quer dançar um pouco? - ele perguntou.

E eu quase tive um ataque porque nunca achei que Sam, o Samuel, o esquisitão da sala fosse me chamar pra dançar. Na verdade, eu não queria dançar, só que seria muito indelicada se não aceitasse, e uma coisa que eu queria muito era sair de perto do namorado de Monique.

- Claro, eu vou adorar.

Nós fomos pra mais perto da pista de dança improvisada, onde algumas meninas se remexiam loucamente. Não sei como elas não se quebravam.

- Eu não vou dançar desse jeito. - falei, em negação para Sam.

Ele se aproximou de mim.

- Você acha que eu te chamei mesmo pra dançar? Eu só queria te tirar de lá.

Suspirei aliviada.

- Obrigada, então.

- Eu nem sei como se dança isso. - ele disse com um ar divertido.

Nós dois rimos.

- Acho que isso nem se dança... Mas eu só vim aqui porque minha amiga me ligou e ela não parecia estar bem...

- Quem é? A Monique? - ele perguntou muito preocupado.

- Sim. Você viu ela por aqui?

- Vi, ela entrou na casa e não saiu mais. - disse, apontando para a mansão.

- Ah meu Deus. Eu vou atrás dela. - disse indo em direção a casa. - Obrigada, Sam!

- De nada, Julieta. Qualquer coisa grita.

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