A atmosfera da festa chegava a ser sufocante, tinha barulho demais e gente demais também. A casa de Felipe era grande, seus pais eram advogados e tinham feito uma viagem para o exterior. Eu estava me dividindo em admirar e tentar encontrar Monique no meio do emaranhado de gente que havia ali, ao redor da piscina.
Tudo exalava um cheiro desagradável de cigarro, bebidas, vômito e drogas. E o pior é que haviam poucos rostos conhecidos. Alguns amigos de Monique. O namorado dela. E Sam, da minha equipe do seminário.
- Algum de vocês viu a Monique? - perguntei tentando fazer com quê minha voz fosse ouvida em meio ao rap que tocava estourando os meus tímpanos.
- Não! Acho que ela já foi embora. - eles responderam.
Fui perguntar ao namorado dela também pra confirmar, eles não pareciam confiáveis.
- Você viu onde está a Monique?
- Ham? O que disse, docinho?- ele perguntou permitindo que eu sentisse seu nojento bafo de bebida misturada com cigarro.
Sinceramente, não entendia o que Monique queria com aquele cara. Ele era idiota.
- Quero saber onde está a minha amiga! - gritei.
Ele apertou meu braço.
- A sua amiguinha já deve ter ido pra casa... Mas nós estamos aqui. Então, que tal se divertir?
Comecei a ficar com medo daquele homem. Não gostei do tom que ele usou.
- Me larga! - ordenei, mas ele não me obedeceu.
- Ah, qualé Julieta! Vamos brincar um pouco.
- Sai! Eu tenho nojo de você.- disse, chutando sua perna.
- Algum problema, Julieta? - ouvi uma voz perguntar.
Era Sam. Eu encarei o namorado de Monique e respondi.
- Acho que não. - respondi, fazendo um pequeno esforço pra que o garoto soltasse meu braço.
- Então, quer dançar um pouco? - ele perguntou.
E eu quase tive um ataque porque nunca achei que Sam, o Samuel, o esquisitão da sala fosse me chamar pra dançar. Na verdade, eu não queria dançar, só que seria muito indelicada se não aceitasse, e uma coisa que eu queria muito era sair de perto do namorado de Monique.
- Claro, eu vou adorar.
Nós fomos pra mais perto da pista de dança improvisada, onde algumas meninas se remexiam loucamente. Não sei como elas não se quebravam.
- Eu não vou dançar desse jeito. - falei, em negação para Sam.
Ele se aproximou de mim.
- Você acha que eu te chamei mesmo pra dançar? Eu só queria te tirar de lá.
Suspirei aliviada.
- Obrigada, então.
- Eu nem sei como se dança isso. - ele disse com um ar divertido.
Nós dois rimos.
- Acho que isso nem se dança... Mas eu só vim aqui porque minha amiga me ligou e ela não parecia estar bem...
- Quem é? A Monique? - ele perguntou muito preocupado.
- Sim. Você viu ela por aqui?
- Vi, ela entrou na casa e não saiu mais. - disse, apontando para a mansão.
- Ah meu Deus. Eu vou atrás dela. - disse indo em direção a casa. - Obrigada, Sam!
- De nada, Julieta. Qualquer coisa grita.
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Encontro (COMPLETO)
EspiritualLivro 1 "Você pode não entender o porquê, mas o pra quê vai te fazer sorrir!" Sonhos e pesadelos entraram na rotina das noites de Julieta. Desde que perdeu o pai, a garota é tomada pela vontade de ter morrido junto com ele e o arrependimento de ter...