Demorei alguns segundos para responder a pergunta que minha mãe havia feito.
- Julieta? - ela chamou.
- Oi mamãe.
- Não vai descer, e entrar na escola?
Respirei fundo e tirei o cinto de segurança.
- Vou. - falei, quase em um sussurro.
- Então, faça isso logo, ou todos vamos chegar atrasados.
- Já vou mãe.
Desci do carro, e se isso não fosse muito bobo, eu poderia jurar que estava tremendo.
"Calma" disse para mim mesma.
- Não esqueça de pegar o uniforme na sala do diretor. - mamãe falou. - Tenho que ir. Vai ficar bem?
- Vou sim. - respondi, tentando parecer firme.
O porteiro abriu o portão para que eu entrasse.
- Bom dia. - ele falou.
- Bom dia. - respondi, sem fazer qualquer contato visual.
Caminhei até o prédio da escola, e entrei, sob os olhares furtivos dos outros alunos, que pareciam ver algo mais interessante em mim do que no seu bate papo sobre as férias. Andei pelos corredores procurando a sala do diretor. Até que uma voz atrás de mim, fez meu coração dar saltos de medo.
- Está procurando a sala do diretor?- uma garota de cabelos ruivos e pele sardenta perguntou.
- Estou. - respondi, timidamente.
- É pra lá. - apontou para o corredor a minha direita.
- Muito obrigada... É...
- Monique. Eu me chamo Monique. - falou estendendo a mão. - E você, qual seu nome?
- Julieta.
- Julieta? - disse com ar divertido. - E onde está o seu Romeu?
Arg. Que piada de mau gosto. Ela me trazia péssimas lembranças, e acho que transpareci mais do que devia, pois logo Monique se defendeu.
- Ops, acho que falei o que não devia né?
Não respondi.
- Obrigada pela informação Monique. Preciso ir agora. - falei rapidamente.
- Ok. - disse levantando as mãos. - A gente se vê por aí, então.
Assenti.
Andei até o final do corredor e bati na porta da sala do diretor, onde estava escrita em uma placa metálica: Sr. Aurélio.
Prontamente, um homem alto e de olhos azuis, que parecia muito mais americano do que brasileiro, abriu a porta para mim.- Pois não? - falou ajeitando os óculos.
- Sou Julieta, a aluna nova do segundo ano.
- Ah sim, pode entrar. Sente-se. - disse me dando espaço para passsar pela porta.
Eu sentei na cadeira, e permiti que meus olhos passeassem pela sala. Havia uma janela, no canto direito que dava para a entrada do colégio, um banheiro, no lado oposto, e quadros na parede, com os diversos diplomas que o diretor tinha, e cartazes com alguns dizeres e um deles me chamou atenção por quase um minuto:
Venham a mim, todos vocês que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso.
Sejam meus seguidores e aprendam comigo porque sou bondoso e tenho um coração humilde; e vocês encontrarão descanso.
Os deveres que eu exigo de vocês são fáceis, e a carga que eu ponho sobre vocês é leve.
Mateus 11: 28, 29, 30.
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Encontro (COMPLETO)
SpiritualLivro 1 "Você pode não entender o porquê, mas o pra quê vai te fazer sorrir!" Sonhos e pesadelos entraram na rotina das noites de Julieta. Desde que perdeu o pai, a garota é tomada pela vontade de ter morrido junto com ele e o arrependimento de ter...