Capítulo 28 - Oração

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Na quinta feira eu acordei um pouco mais tarde, e não fui pra aula, coisa que foi decidida com minha mãe na noite anterior, porque por uma feliz coincidência ela tinha uma consulta no dentista, então pôde me deixar ainda de manhã na instituição.

- Bom dia, Raquel. - falei, na porta de sua sala.

A mulher remexia em alguns papéis apressadamente.

- Bom dia, Julieta. Entra! Você está precisando de alguma coisa? Que eu assine alguma papelada para a DCA ou está precisando conversar? - perguntou, me encarando.

- Na verdade não, eu queria falar sobre a sala de artes.

- Ah sim, não precisa se preocupar com ela você pode fazer a faxina lá só uma vez no mês.

- Na verdade, eu queria ser a nova professora de artes pelo menos enquanto não encontram alguém mais capacitado.

- Está falando sério? Eu não sabia que você tinha experiência com isso.

- Eu trabalhava com meu pai no nosso ateliê, faz um tempo, mas acho que eu ainda me lembro de tudo.

- Mas isso é ótimo! Vamos, eu vou te mostrar a sala, pode contar conosco para o que precisar, eu vou falar com os outros professores pra encaixarmos suas aulas nos horários, e quando você pode começar? - Raquel perguntou, completamente eufórica.

- Acho que segunda, né? Pra dar tempo de preparar as aulas, me acostumar com essa ideia.

- Claro, como você quiser. - Raquel falou, pegando uma chave empoeirada no chaveiro.

Seguimos até a sala, no caminho passamos pelo professor de música que acenou pra mim e para Raquel.

- Pronto. - Raquel falou. - Como você entende melhor disso do que eu vou te deixar aí e se você precisar de algo, pode pedir na minha sala.

- Beleza, então.

~~*~~

A sala estava muito empoeirada, e pra falar a verdade, faltavam muitos materiais. Como eu iria dar aulas sem as coisas mais básicas como pincéis, telas, e até mesmo tinta? Eu não tinha ideia.

Peguei meu celular e liguei para Benjamim.

- Alô... Julie?

- Oi Ben, por que o espanto?

- Ah, porque você nunca tinha me ligado, mas então, aconteceu alguma coisa? Você não devia estar na aula?

- Ei! Tá pensando que é minha mãe agora? - brinquei.

- Claro que não sua boba!

- Há há,  olha, eu estou aqui na instituição.

- Sério? Por que você não me esperou?

- Eu queria ver como está a sala de artes, dar uma arrumada, planejar as aulas... Essas coisas.

- E como está?

- Ruim. Muito ruim. Não tem quase nada de material, nem pra pinturas, porque eu estou planejando aulas que vão da pintura ao origami, mas sem material não dá.

- Caramba! E eu tenho mais uma notícia ruim pra te dar.

- O que é?

Encontro (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora