Capítulo 17 - Briga

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***
- Pra onde você está me levando? - perguntei para Alex.

Ele me olhou de soslaio do banco da frente e fingiu que eu não havia falado nada. Parecia que eu nem estava no carro. Alex saiu da estrada principal e entrou em um caminho de terra vazio, não tinhan casas, só a mata e o som dos bichos da noite.

- Pra onde você está me levando? Por que está fazendo isso comigo? O que você quer comigo? - eu perguntava, entrando em desespero.

E ele respondeu, com uma voz que me fez se sentir como num filme de terror.

- Ah, Julie. Eu quero... Você!

***

Eu só percebi que estava de olhos fechados e com a respiração presa quando fui sacudida pelo Sam.

- Julieta! O Higor tá vindo atrás dela. Pelo que eu ouvi da conversa dele com os brutamontes, ele só estava esperando o tempo da droga fazer efeito... Você está bem? Está suada.

- Estou, foi só um susto. Eu me assustei... Com você. Achei que fosse outra pessoa.

- Você é muito estranha garota. Mas eu gosto de você. Agora vamos tirar Monique daqui. Eu tenho um plano. Tem algum quarto vazio nessa casa?

- Acho que sim. Vamos.

Entrei no único quarto que estava desocupado no segundo andar. Sam vinha trazendo Monique nos braços e logo que entrou jogou a garota na cama.

- Nossa, como osso pesa.

Eu emiti algo parecido com uma risada e perguntei:

- Qual o seu plano?

- O Higor vai vir procurar ela. E nós vamos estar dentro do guarda roupa esperando por ele. Com... - ele falou procurando ver o que poderíamos usar como defesa, e seu olhar parou perigosamente sobre um taco de golfe.

- Você não está...?

- Ah, eu estou sim. Vamos para o guarda roupa, Julieta... Que sorte! Nós temos dois tacos. - falou, me entregando um taco.

Suspirei e obedeci o garoto, entrando no guarda-roupa junto com ele. Sam deixou uma pequena brecha pra que nós pudéssemos ver a hora em que Higor iria entrar.

Eu fiquei com o celular de Monique e de instante em instante eu olhava para ver se ele não havia ligado ou mandado mensagem.

- O que é? Tá esperando mensagem do namorado?

- Não, é o irmão da Monique. Ele vai vir pra cá ajudar... E vai trazer a polícia. - falei, a última parte com um medo cortante.

- Sério? Droga! - ele praguejou com palavrões e encostou a cabeça na porta, como se fosse ele o criminoso - Quem avisou a ele?

- Eu. - falei, envergonhada.

- Sabe que não era necessário, né? Isso aqui não é nada. Nós resolvemos com alguns socos numa boa. E sem falar que meu pai é da polícia, agora graças às duas mocinhas eu tô ferrado.

- Sinto muito por você, mas por que está me ajudando? Nem pedi sua ajuda.

Samuel suspirou.

- Eu gosto dela. De Monique. Ela é linda... com esses cabelos ruivos. Mas ela nunca olhou pra mim. E nun...

- Acho que depois de hoje as coisas podem mudar entre vocês...

Um barulho na porta nos fez calar imediatamente.

- É ele. - cochichou olhando pela brecha.

Eu comecei a tremer e suar frio, o taco quase escorregava de minha mão. Não estava confortável naquela situação e tudo piorou quando eu ouvi que Higor não estava sozinho.

- Ela está aqui. Entrem rapazes. Hoje Monique é toda nossa.

Os rapazes gritaram festejando e eu senti náuseas, e Sam agarrou meu ombro com raiva. Respirei aliviada quando recebi a mensagem de Benjamim:

"Chego em cinco minutos."

- Ele está chegando. - surrurrei, quase de forma inaudível.

- Você trouxe a câmera, cabeção?

- Não, acho que tá lá em baixo.

- Pois vai buscar que eu quero registrar esse momento. - Higor disse, com voz maliciosa, e eu me arrepiei por completo.

Ouvi o barulho da porta, agora só tinham dois no quarto.

- Quatro é par, essa é a nossa hora, Julie.

- Eu não vou conseguir...

- Agora!

Samuel pulou para fora e se lançou sobre Higor, com uma raiva mortal. Eu pude ver a expressão surpresa dele, mas que logo foi substituída por uma de raiva e os dois começaram a brigar. O outro garoto olhou pra mim sem saber o que fazer. Então foi ajudar o amigo, já que Sam estava "armado", mesmo assim, Samuel não era páreo para Higor, o cara era um armário, e o outro, parecia ter técnicas esquisitas de luta.

E eu estava simplesmente paralisada. O que eu deveria fazer? Deixar Sam sozinho com aqueles dois? Entrar na briga?

***

Eu entrei na briga, bati com o taco no amigo de Higor, mas me arrependi, pois ele largou o os rapazes e veio pra cima de mim. E eu não consegui bater nele, nem me defender de qualquer forma.

Esqueci de onde estava, de que eu já tinha 16 anos e tudo voltou na minha cabeça...

O mundo ao meu redor girou. Em alguns segundos eu estava na cabana pra onde Alex me levou e ele estava vindo pra cima de mim, e eu não tinha como correr.

- Por favor, me deixa ir embora, Alex! Eu não conto nada disso pra ninguém.

Alex riu da minha cara. Gargalhou, pra ser mais exata.

- Ah, Julie. - ele falou, acariciando meu rosto me deixando enojada. - Eu estou louco de desejo por você. Não posso deixá-la ir embora. Eu não posso.

Eu chorei mais ainda, desesperada pelo que viria a seguir.
Alex não tinha remorso pelo que estava fazendo?

Ele veio em minha direção e me pegou em seu colo.

E tudo apagou.

***
E aí meus amores? O que acharam do capítulo de hoje? O que será que aconteceu? Estão gostando? Não deixe de comentar pra eu saber sua opinião, ultimamente eu não tenho respondido os comentários porque minha internet está se arrastando, sempre que tento responder acontece algum erro. Mas eu leio todos, e até ensaio uma resposta pra quando a internet resolver funcionar.

P.S.: A bina é um aparelho que reconhece o número que está ligando no telefone fixo, e ele fica gravado nela.

Então é isso, aguardem o próximo capítulo, e lembrem que a história ainda não está chegando no fim,tá? Beijos! Deus abençoe vocês e tchau!

Encontro (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora