Capítulo 24 - Amigo

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Depois de resolver as questões burocráticas com Raquel, a administradora da instituição, Benjamim e eu fomos embora.

No carro, já perto de casa,ele tentava me convencer a dar aulas de arte para as crianças.

- Isso seria tão incrível, Julie! Elas sentem tanta falta da aula de artes. Eu tenho certeza que você faria um ótimo trabalho com elas.

- Ei calma, eu disse que ia pensar. Me dê uma semana, tá?

- E até lá eu posso tentar te convencer?

- Vai adiantar se eu disser não?- perguntei sem encará-lo.

- Naaão. - ele disse em tom divertido.

- Então tudo bem. - falei, sorrindo.

- Tá legal, o que você vai fazer na noite de quarta feira?

- Nada. Nada mesmo.

- Ok, eu passo na sua casa pra gente sair às sete.

- Beleza, mas pra onde? - perguntei enquanto retirava o cinto de segurança.

- Isso é surpresa! Mas pode ter certeza que você vai adorar. Agora vamos, que eu ainda tenho que ir na igreja. Aliás, você quer ir comigo?

- Não, obrigada.- respondi rápido demais. - Eu tô com muito sono. Assim que eu entrar em casa, eu juro que nem vou tomar banho, só vou me jogar na cama e dormir até outubro.

- Não exagera, Julie. - falou, rindo. - Então, já que você não vai, eu tô indo. Até mais. - ele falou, me abraçando.

Eu me agarrei a ele com força, agradecida.

- Muito obrigada. Por tudo. Você tem sido ótimo, Ben.

***

Eu entrei em casa pronta para dormir por pelo menos quinze dias tamanho era o meu cansaço mental, mas já era de se esperar que minha mãe quisesse fazer mais um interrogatório enquanto ela preparava o jantar.

- Sente-se aí. - mandou.

Eu a obedeci e sentei na cadeira da mesa de jantar à contra gosto.

- Julie, eu jamais imaginei que eu precisaria ter uma conversa dessas com você, mas as circunstâncias me obrigam a fazer isso.

- Pode falar, mãe.

- Eu não consigo entender o que aconteceu hoje, não quero e não vou acreditar que aquilo era seu...

- Mas...?

- Mas eu não sou burra, sei que ela não foi pra lá sozinha. Então, vou perguntar mais uma vez, você está encobrindo alguém?

- Mãe!

- Julie, eu sei que adolescentes fazem besteiras, pode me falar, eu vou tentar não te esganar, é algum namoradinho? Você está namorando com alguém perigoso? É aquele filho do policial?

- O Sam? Não! Fala sério, mãe!

- Filha, eu sei que você já passou por muitas coisas, sei que aquele homem te machucou, e que isso pode ter te deixado vulnerável...

Encontro (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora