Encontro (COMPLETO)

Capítulo 31 - Ateliê

Na casa do pastor Jaime eu fiquei no quarto de Acsa, e nós conversamos bastante, ela era tão legal quanto Isaque. Foi quase uma festa do pijama. Ela me ensinou alguns penteados, me deu dicas de moda e de maquiagem, e eu tentei ensiná-la a desenhar algumas coisas. Fizemos tudo que tínhamos direito até que ficamos exaustas e dormimos merecidamente o "sono da beleza". E eu me sentia incrivelmente feliz.

~~*~~

Eu dormi bem, até porque eu estava exausta, mas quando acordei cheguei a conclusão de que o mundo devia estar acabando pra Acsa gritar tanto.

- Aaaah! - ela gritou pulando do colchonete apontando pra mim.

- O que fo... Aaah! - eu gritei, porque o rosto dela estava muito estranho.

Aos poucos depois que a euforia do susto passou, percebemos que era tinta, misturada com maquiagem, desenhando uma espécie de máscara de monstro em nossos rostos. No meu tinha até um coraçãozinho pra completar. Eu não estava entendendo absolutamente nada.

- Mas o que...

- Isaque! - a garota gritou, e eu podia jurar que saiu fumaça se sua cabeça.

- Eu nem acredito. - falei, começando a entender que tínhamos sido troladas. - Nós fomos troladas.

- Aquele bonitinho de uma figa! - gritou saindo do quarto com certeza para ir atrás do irmão.

Eu fiquei no quarto, e ouvi a discussão que se transformou em risada, e os dois voltaram acompanhados de Benjamim.

- Desculpa, Julie. - Isaque falou.

Eu não sabia se ria da brincadeira ou se gritava com ele como Acsa fizera.

- Mas Benjamim me ajudou, na verdade foi ele que te pintou. - disse apontando para Ben como uma criança travessa.

- Benjamim!

- Desculpa, mas nós passamos pr aqui e a porta estava entreaberta, as maquiagens espalhadas... Não tinha como não brincar! - disse, segurando a risada.

- Vocês ficaram lindas de monstrinhas! - Isaque falou.

- Não me provoque seu pirralho! - Acsa gritou correndo atrás dele pela casa.

Eu sentei na cama, e Benjamim sentou ao meu lado na cama.

- Você dormiu bem?- perguntou.

- Dormi muito bem, o problema foi na hora que eu acordei mesmo. - falei, alfinetando.

- Desculpa! Você tá muito chateada?

- Claro que não, eu tomei um baita susto, mas foi tão divertido. - ri.

- Haha, fazia um tempo que eu não fazia uma bobagem dessas.

- Imagina eu. Meu irmão morando longe, não tenho ninguém pra "brincar".

- E eu... Estou sendo negligente com Monique, faz tempo que a gente não conversa de verdade. - ele disse. - Eu estou errado.

- Ainda dá tempo de consertar.

- Sim, há tempo. - ele disse, com um semblante que não consegui saber o que significava.