Episódio 5

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Visão Angel

Se passaram uma semana e nem um sinal de ninguém suspeito, eles acham que eu sou idiota ou o que? Talvez eles estão ficando todo esse tempo sem se revelarem para que eu esqueça. Ou... não, eles não me deixariam esquecer nunca. Talvez estão me vigiando pra saber onde eu vou, com quem eu ando, onde estou morando, coisas do tipo. Se for realmente isso não é apenas eu que corro perigo, mas também Carmen, Henry e até mesmo John. Pelo que eu os conheço eles não exitariam em matar nem deles. Tenho que protege-los mesmo que eu não tenha nem uma chance contra eles. Eu poderia contar tudo a John, ele poderia me entender, mas... não sei se ele acreditaria em mim. Preciso tentar mesmo assim.

No dia seguinte resolvi falar com John antes ou depois da escola. Precisava explicar para ele a situação e esperava que ele me entendesse. Eu o sejo sozinho no inicio do recreio e resolvo chama-lo para mim canto antes que seus mil e um amigos se aproximem e cometem a tagarelar. Não podia esperar muito mais tempo porque afinal ele também corre perigo e é mais fácil se prevenir se você sabe contra o que esta lutando.

Eu o chamo para fora do refeitório falando que precisava conversar a sós e que era realmente importante a ponto de ninguém além de nós dois poder ouvir. Ele me puxou pelo pulso através dos corredores, subimos duas escadas até chegarmos em uma porta no final de um pequeno corredor. Ele a abriu e percebi que estávamos no terraço da escola. Havia cinco pessoas no máximo ali então poderíamos conversar calmamente sem preocuparmos em ser interrompidos por curiosos.

-Pode falar o que é tão importante assim para nem esperar voltarmos para casa.

-Bem... como eu começo? - falo de cabeça baixa.

-E... eu já... eu já vi uma sena dessas e... acho que sei o que você vai falar.

-Na verdade você não sabe e nem imagina o que sege.

-Então fala logo - ele cruzou os braços, havia meio sorriso em seu rosto e ele estava com uma expressão nervosa.

-Bem... -continuei com a cabeça baixa. Tinha que tomar uma atitude porque se não como eu pretendia protege-lo e a Carmen e Henry? Levantei minha cabeça com expressão séria - A uma semana estou desconfiando de uma coisa.

-De que? Fala logo, acaba com esse suspense.

-Você se lembra dos Johnson que eu havia dito que morava com eles?

-Sim, me lembro.

-Então, a uma semana atrás tenho quase certeza de ter visto um deles aqui nesta escola.

-Um deles? - ele parecia surpreso.

-Sim, era o Charlie - coloquei meus cabelos para de trás da orelha.

-Como você sabe que era ele?

-Porque eu sei.

-Você pelo menos viu o rosto dele?

-Na verdade não mas eu sei que era ele.

-Como pode ter tanta certeza? Nem viu o rosto dele. Podia ser qualquer outra pessoa parecida com ele.

-Eu sei reconhece-los quando os vejo, não se esqueça que passei dois anos olhando pra cara dos quatro.

-Esta bem, esta bem - ele balançava as mãos como se pedisse para que eu me acalma-se - Vamos supor que realmente sege ele. Continue com o que você estava falando.

-Se eles realmente estiverem aqui todos nós estamos correndo risco, eu, você, Carmen, Henry e nossos amigos, parentes e pessoas próximas.

Sua expressão fica séria. Acho que ele não estava me levando a sério, mas eu não estava com cara de brincadeira.

-Por que estamos correndo perigo?

-Eles são perigosos John, não tem piedade de ninguém e matam por mera diversão. Eles não exitariam em arrancar nossas cabeças se caso não fizermos o que eles desejam.

-Se eles são realmente tão perigosos assim deveriam estar presos, não?

-Para as autoridades eles não existem. São invisíveis e acima de qualquer suspeita se por um acaso desconfiarem deles. Eles são ricos, tem muitas pessoas na palma das mãos, praticamente intocáveis.

Ele tenta argumentar mas se cala. Acho que ele estava tentando achar um argumento que me contradissesse ou que me mostrasse que nós não corremos perigo algum, mas não achava nem um pois continuou em silencio.

-Eu só quero te avisar, não conseguia manter guardado só para mim afinal você me ajudou tanto desde quando nos encontramos pela primeira vez que tinha que te contar. Eu quero que você acredite em mim.

-Eu realmente quero acreditar, mas é um pouco absurdo alguém ser tão intocável a esse ponto. E se eles forem realmente tão intocáveis e importantes assim, o que fizemos contra eles afinal?

-Vocês me ajudaram, para eles esse foi o maior erro da vida de vocês.

-Só por que te ajudamos? Que ridículo.

-Eles gostam de pessoas submissas a eles. Se algo te liga a eles e você não seguir os pensamentos e as ordens deles você morre.

-Isso é tão... - ele parecia estar com raiva não de mim e sim dos Johnson - tão... tão idiota.

-Agora que você sabe contra o que estamos lutando você pode me ajudar.

-Te ajudar no que?

-A proteger todos, Carmen, Henry, eu, você, todos.

Eu estava tão feliz de desabafar com ele, me sentia de pouco em pouco mais leve. E quando estamos juntos e como se todos os pesos sumissem, todos os problemas sumissem, como se só existisse nós dois e aquele momento. Nos encaramos por um tempo. John me puxou para mais perto de si pela cintura. Estávamos tão perto que podia sentir sua respiração quente e o bater do seu coração. Nossas bocas se encontraram e nos beijamos. Ele colocou a mão em meu rosto enquanto nosso beijo se prolongava mais e mais.

O sinal para voltarmos para sala tocou e percebemos só então que estava na hora de parar. Ele me levou até minha sala e seguiu até a dele. Passei o resto das aulas com um sorriso bobo e bochechas coradas, eu acho. Voltamos para casa apé sem conversar muito devido a um pouco de vergonha que estávamos.

Troquei de roupa, fiz meus deveres e subi para o quarto de John para discutirmos sobre o que faríamos referente a chegada dos Johnson. Se ele não estivesse do meu lado não sei como reagiria a toda essa situação, acho que eu surtaria.

-O que iremos fazer? - pergunto enquanto jogamos vídeo game.

-O que?

-Sobre eles.

-Eles? A sim. Na verdade não sei, você deve conhece-los pra saber seus pontos fracos. Todos temos um ponto fraco.

Coloco a manete no chão e baixo a cabeça. Porque não havia pensado nisso? Todos temos um ponto fraco, até mesmo vampiros devem ter. Ok, pode ser difícil de se achar mas não significa que não tenham. Eu tenho que lembrar, eu passei dois anos convivendo com eles, devo já ter visto o ponto fraco deles. Charlie esta sempre comedo e assustado, suponho que seu ponto fraco sege tudo que o intimide. Dylan... eu quase nunca o via na mansão, por isso não sei exatamente seu ponto fraco. Na verdade não sei o ponto fraco de nenhum deles, só consigo pensar em algo que possivelmente os tirem de seus pontos de conforto. Acho que isso serve.

-Eu não consigo pensar em nada que possa ser seus pontos fracos, mas talvez podemos achar algo que os tirem de seus pontos de conforto.

-No que você esta pensando?

-Eles são obcecados por controle, domínio, essas coisas todas. Você acha que eles ficariam incomodados se não conseguissem controle sobre algo ou alguém? Ou ate mesmo alguém que possui mais controle do que eles?

-Não estou entendendo seu pensamento.

Eu o encarei e ele me parecia desconfiado e com medo do que eu podia falar ao mesmo tempo.







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