Lágrimas E Sangue

Episódio 28

Visão Aindan

Considerando o número de inimigos que havíamos matado estávamos ganhando. Era uma luta difícil mas não desistimos. Subi no alto de um prédio para ter uma visão ampla do que estava acontecendo. Havia muitos corpos pelas ruas e muitos ainda de pé lutando entre sí.

Ouvi um som de longe se aproximando, levantei a cabeça para ver do que se tratava e me arrependi. O céu estava cheio de bruxas montadas em suas vassouras e espectros deixando um rastro de fumaça negra por onde passavam, no chão havia muitos monstros correndo em disparada com destino a guerra que acontecia nas ruas. Era vampiros, lobisomens, elfos, ninfas, minotauros, anões, sombras, espectros, bruxas. Uma bagunça só, todos lutando contra todos como se não existisse lado.

-O que é tudo isso? - perguntou Dylan aparecendo atrás de mim.

-Nunca iremos ganhar contra isso - disse Jake.

-Não iremos conseguir ganhar mas podemos usar essa distração ao nosso favor. Podemos dar um tempo e descansar porque eu sei que estão cansados.

-Pode ser - Jake cruzou os braços.

-Por mim tudo bem, mas onde é seguro o suficiente para a gente ficar e não sermos encontrados?

-Não sei, não conheço muito da cidade.

-O que acham de ficarmos escondidos na casa do garoto? - Dylan apontou em direção a casa de John.

-Por mim tudo bem.

-O importante é sair daqui - disse Jake.

Aparecemos na entrada da casa de John, a guerra ainda não havia chegado ali. Invadimos e Dylan foi direto se sentar a mesa de jantar e colocar suas pernas sobre ela. Jake abriu as portas dos armários da cozinha procurando algo para comer. Eu abri uma das portas do primeiro andar e vi que se tratava de um quarto, sobre a cômoda havia uma foto de Angel e John abraçados no terraço da escola. Eles pareciam felizes. Um uniforme escolar estava dobrado sobre a cama, aquele era o uniforme de Angel, só podia ser dela esse quarto.

Vi algo de baixo do travesseiro e o peguei, me sentei na cama e vi que era uma pequena cartinha escrita a mão. Só havia três palavras que ocupavam a folha inteira, "Te Amo John", e vários coraçõeszinhos.

-O que você achou? - Jake entrou no quanto sem bater, lhe entreguei o papel e me levantei. Pude ver ele rasga-los após ler.

-Por que fez isso?

-Isso me enoja. Além do mais não é bom para você.

Ele saiu do quarto e bateu a porta, fiz o mesmo. Me sento de frente para Dylan enquanto Jake subia as escadas indo explorar o resto da casa. Alguém se aproxima da casa e bateu na porta o que faz Jake parar na metade da escada e todos nós encarrarmos a porta. Ela se abre com força e uma jovem entra.

-Freya - me levanto da cadeira sem acreditar, Dylan tira seus pés da mesa e Jake desce a escada saltitante.

-Olá irmãozinhos - disse ela com um sorriso estampado no rosto. Freya é mais nova que Jake e mais velha que Charlie, a nossa irmã casula.

-O que faz aqui? - disse Jake a abraçando.

-Na verdade eu vim para a guerra e acabei vendo vocês. Estava morrendo d saudades e vim velos.

Caminhei em sua direção e a abracei, Dylan fez o mesmo.

-Pelo visto vocês estão muito bem - disse ela nos olhando de sima a baixo - E a nossa irmã? Aimée? Ela veio participar da guerra mas não a vi. Sabem onde está?

Nos entre olhamos com expressão séria.

-Na verdade não a vemos de quando ela nos traiu - disse e logo em seguida a expressão de Freya se fechou.

-Como assim ela traiu vocês?

-havíamos achado o John... quer dizer, Gael. Como ela não iria conseguir leva-lo a sabe-se lá onde ela levou o Charlie que havia se transformado em humano depois de tomar a cura.

-O Charlie é humano? - sua expressão era uma mistura de sentimentos. Surpresa, desapontamento, etc.

-E graças a Aimée não sabemos onde ele está ou se ele está bem - disse Jake chateado.

-Logicamente ele deve estar com o Magnos, no dia seguinte que ela nos traiu ele apareceu na porta da nossa casa procurando pelo garoto - disse Dylan.

-Magnos, que droga - ela se encheu d raiva - Ele sempre está metido em tudo de ruim que acontece. Praticamente ninguém sabe onde ele se esconde, apenas os irmãos dele e os seus servos sabem.

-Já que fomos as últimas pessoas a estar com o garoto ele virá atrás de nós, poderíamos usar isso para descobrir onde ele se esconde e tirar o Charlie de lá - disse Jake.

-Talvez mas mesmo que desse certo para entrar não teríamos a mesma sorte para sair - disse - Estaríamos com um prisioneiro dele e logicamente não passaríamos sem sermos percebidos.

Nos sentamos na mesa de jantar para descobrir o que faríamos a partir dali.

-Todos os outros estão concentrados em guerrear entre si - disse Dylan - Não dariam tanta importância para a gente.

-Só o Magnos e os seus irmãos que nos daria atenção - disse Freya.

-É - concordou Jake.

-Nossos inimigos principais são eles

-O pior é que não podemos matá-los se não iremos nos matar e matar todos os outros vampiros do mundo ao mesmo tempo - disse.

-Olha - Freya levantou da mesa e bateu forte a mão sobre ela porém sem a quebrar - Não sei o que faremos mas ficar aqui escondidos não será. Somos um alvo fácil aqui. Vamos sair e dar uns chutes nas bundas de todos eles até chegar na droga do Magnos e o forçar a devolver o Charlie. Ele pode ser muito mais forte mas é um só.

-Você tem razão - Jake sorriu - Agora falou a minha língua.

Ele se levantou da mesa e se posicionou ao lado de Freya.

-Já cansei de me esconder - Dylan se levantou e fez o mesmo que Jake. Todos me encararam.

-Nós vamos morrer.

-Eu sei - disse Jake com um grande sorriso no rosto. Revirei meus olhos com meio sorriso no rosto e me levantei.

Todos nós saímos e vimos a guerra um pouco a nosso frente, ela estava chegando ali de pouco em pouco.

-Como saberemos quem é inimigo? - perguntou Dylan.

-Se te atacar é inimigo - disse.

Caminhamos até o aglomerado de pessoas que lutavam. Uma delas veio em minha direção, dei o mais forte pata contra o rosto dele que arrancou sua cabeça. Dylan arrancou o coração de um que foi contra ele. Jake segurou o braços de outro e lhe deu uma voadora contra seu peito arrancando o braco. Freya retirou uma estaca de dentro da bota e a enfiou no peito de outro. Estávamos voltando com tudo.