Eu acordo todo dia e me sinto a pior pessoa do mundo, ė como se Deus tivesse me esquecido.
A porta abri com força me assustando, me encolho na cama rezando pra ser minha mãe bêbada procurando mais uma vez seu quarto. Mais minhas preses não foram atendidas, o forte cheiro de bebida estava no ar.
- Sentiu minha falta minha Little? - Era ele, Rich e estava mais bêbado que o normal, subindo na cama ele deita atrás de mim e se apodera do meu corpo com suas enormes e grossas mãos.
- Senti falta desse cheiro, agora venha aqui e me agrade um pouco. - só a voz dele me deixa paralisada, Rich costuma ficar violento quando vem no meu quarto de madrugada, ele não gosta de barulhos, não gosta que minha mãe escute o que ele faz comigo.
- Voce não ouviu? - ele fala me assustando, levanto da cama rapidamente e de costas pra ele tiro o único vestido florido que tenho e deixo cair no chão sobre as correntes que prendem meus calcanhares.
- Você ė linda minha Litle, e minha, você ė... Minha. - ele fala atrás de mim no meu ouvido, sinto um calafrio na espinha, e um nojo enorme, ele retira minha calcinha e beija meus ombros me jogando de barriga na cama.
Enquando ele entra e sai de mim violentamente, lágrimas quentes escorrem pelos meus olhos fazendo grudar minha franja nos meus olhos ficando difícil de enxergar, eu agradeci por isso assim não precisaria ver o rosto de prazer que Rich fazia, me concentrei em olhar freneticamente pra porta quase aberta, eu poderia sair quando ele dormisse, poderia fugir pra longe levando Jhimy comigo, poderia queimar tudo isso aqui e ir embora sem olhar pra trás. Eu poderia... poderia... poderia...
Mais não posso, estou sempre muito fraca, Rich proíbe comida durante o dia, só me alimenta a noite e com ração pra gato, sei disso porque ė o que minha mae fala quando vem trazer pra mim, não conseguiria correr nem até a porta.
Sinto o peso de Rich sobre mim, e seu ronco alto me incomoda assim como tudo nele,decido fazer um teste e me viro com cuidado tirando as pernas e os braços cabeludos de Rich de cima de mim e saio da cama, caminhando levemente até a porta, mais antes de chegar nela vejo o cabelinho vermelho do meu pequeno Jhimy, sentado perto da porta de cabeça baixa, ele estava ali o tempo todo? Será que ele viu tudo? Me apresso em chegar até ele, mais lembro que estou sem roupas, me escondo atrás da porta.
- Jhimy? Você... Voce ta bem? - pergunto em um sussurro e escuto ele se arrastando até a porta.
- Hanna, a mamãe não ta aqui! - Ele sussurra de volta, coloco minha mão embaixo da porta e ele a pega de leve, Jhimy so tem 5 anos e vivi nesse inferno comigo.
- Vai ficar tudo bem mocinho, agora desça e se esconda no armário, não deixe Rich ver você. Pode fazer isso Jhimy? - ele aperta minha mão, e sei que está com medo assim como eu, Rich ronca mais alto Aimda assustando a mim e Jhimy que larga minha mao e sai correndo, volto pra cama e me encolho ao lado dele, nunca soube porque minha mãe casou com esse tipo de monstro, e o porque dela sempre fazer tudo que ele manda, e deixar com que fizesse isso comigo, talvez ela fosse um monstro maior que ele.Acordo com o barulho da chuva, e saio correndo pelo campo, sentindo as gotas em meus cabelos, deito na grama e deixo a água correr pelo meu rosto.
Dirrepente sinto gotas d'água quente no meu braço, levanto de uma vez, e me entristeço ao ver que era só mais um sonho meu e que as gotas que caem sobre mim são apenas goteiras no teto.
Visto meu vestido velho e ando pelo quarto arrastando minhas correntes, que sao grandes o suficiente pra andar pelo pequeno quarto todo, gostava dos sons que elas fazem, sinto fome, sinto muita fome. Procuro por carvão pra rabiscar o chão em busca de distração, mais meus carvões acabaram acabei com os últimos no desenho que fiz de Jhimy na parede atrás da porta pra Rich não ver, tinha ficado lindo fiz em um dos raros dias que o deixaram me visitar por algumas horas, ele dormiu no meu colo aquele dia, meu irmãozinho era minha única Fonte de alegria e força, faria qualquer coisa por ele sem pensar duas vezes.
As vezes eu ficava imaginando como seria ter uma vida normal, ir a escola, ter amigas, ter uma mãe e um pai amorosos como nas histórias que Chris me contava , como seria o sabor da liberdade, como seria colocar os pés na terra e falar com quem eu quisesse, comer comida de verdade, dançar e ouvir música.
- Esta sonhando acordada outra vez Minina tola? - Minha mãe entra no quarto toda arrumada, nunca a vi assim mais sempre a achei bonita, tinha olhos azuis iguais aos meus e Jhimy assim como os cabelos vermelhos, ela era alta e tinha um cheiro bom, não trouxe Jhimy com ela como sempre fazia, fiquei preocupada mais resolvi não falar nada, eu só podia falar quando autorizassem, aprendi isso muito duramente perdi 3 dentes e quase perdi um dedo pra aprender que só se fala com alguém quando a pessoa autoriza.
- Prontinho! Sua ração está ai, coma tudo, mais tarde Rich chegará com dois amigos prepare-se. - Ela disse colocando o prato no chão e trancando a porta.
Corri até o prato e comi tudo até o último grão, tinha um gosto estranho mais eu ja tinha acostumado e aquilo fez minha barriga parar de doer, como ela raramente trazia água, ou eu bebia meu próprio xixi, ou eu bebia água da chuva que já estava sendo aparada com um lençol, esperei um pouco até ficar bem encharcado e comecei a espremer na minha boca, suguei tudo o mais rápido que pude, eu queria mais, só que a chuva ja tinha parado, tive que me contentar, sentei em um canto e esperei por Rich rezando pros homens não serem tão malvados quanto os que sempre vinham.
Sabia que Rich se aproximava, fiquei ouvindo os passos pra ver quantas pessoas eram, a porta se abriu em um chute mais uma vez, três homens altos entraram seguidos por Rich que ficou parado na porta.
- Ė ela?
- Ruiva? Adoro ruivas.
- Ah você gosta de todas meu amigo! - eles conversaram e riam entre si.
Me encolho na cama agarrando meus joelhos na altura da boca e comecei a morder com força meus lábios até sentir o gosto de sangue, eu odiava ser beijada ou olhada nos olhos por isso quebrei meus cabelos na frente fazendo uma franja sobre os olhos pra não ser obrigada a encarar ninguém.
- Rich, ela vai ser boazinha? - um deles perguntou pra Rich sem deixar de me olhar, Rich olhou pra mim e sorriu.
- Ela sabe o que fazer não sabe minha Litle? - virei o rosto com ódio, eu o odiava tanto que doía .
A porta se fechou e os três homens vieram até mim, um deles tirou minha roupa,enquanto o outro tirava a sua própria, comecei a tremer me jogaram na cama de costas, fiquei entre os dois que me beijavam violentamente em todos os lugares, enquanto um deles me penetrava forte, me segurei pra nao gritar, aquilo doía, senti algo quente escorrendo entre minhas pernas, não queria olhar, eu ja sabia o que era e fiquei feliz por isso, até dei um sorriso de alívio.
- A maldita menstruou cara que nojo! - um dele gritou levantando e vestindo a roupa, assim como os outros dois, fechei as pernas e me encolho sobre a possa de sangue na cama, vendo eles saírem furiosos.
Não demorou muito pra Rich entrar no quarto mais furioso que nunca.
- Mais que droga Hanna, sabe o quanto me fez perder sua vadia? - ele gritou e já foi me dando um tapa me fazendo cair da cama, eu ja estava preparada pra isso ele odiava perder dinheiro e era quem o fazia ganhar dinheiro, já o que o trabalho dele no posto de gasolina não dava em nada, ele me chutou na barriga, e puxou meus cabelos me arrastando até me fazer ficar de joelhos.
- Peça Disculpa! - Ele gritou aperrando meu pescoço, não conseguia falar, estava sem ar .
- Peça Disculpas sua puta! Peça agora! -Ele apertava com mais força a cada palavra dita, comecei a engasgar quando minha mae chegou por trás o puxando.
- Rich, você está louco? Vai matar ela? Como vamos viver se ela morrer em? - ela gritava fazendo ele olhar pra ela enquanto eu estava encolhida no chão com a mão protegendo o pescoço.
- Voce vai me pagar por isso, vai ver! - Ele disse e saiu batendo a porta.
- Mamãe... - sussurrei entre o choro abafado vendo ela me olhar com raiva.
- Nao fale sua estúpida! Você nos fez perder muito dinheiro, não pense que porque te defendi agora eu me importe com você.
- Mais... - Tentei falar mais ela bateu no meu rosto.
- Nao fale! Você não aprendeu nada não ė? - Ela falou e saindo.
- E não me chame de mãe! - bateu a porta com força e saiu. Me encolhi derramando todas as lágrimas que existiam em mim,.
Nunca tive esperanças de um dia fujir daqui, eu não conseguiria, nunca fui forte o suficiente, nunca sai dessa casa e muito menos de Whichita nao saberia pra onde ir, e não deixaria Jhimy pra trás.
Então não... Eu não tenho esperança alguma de nada.
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Amargo Pesadelo
Teen Fiction(Nunca senti o sol na minha pele, nunca senti o cheiro da terra ou vi um pássaro de perto. E o mas próximo que já cheguei da chuva foi através das goteiras no teto.) Me chamam de Hanna, não sei se tenho sobrenome ou minha idade, não sei de muita coi...