27 - capitulo

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Eu sempre achei que a morte era perturbadora e fria, mais não! Na verdade era calma e escura, e por fim muito bonita, depois de passar por um pesadelo sem fim com jhimy e John, e todo o fogo na casa, Rich e os visitantes me perseguindo, consegui caminhar até um campo enorme e vazio, o céu estava escuro e só dava pra ver algumas árvores e as gotas de água que caíam do céu, não sei quanto tempo fiquei ali sentada no escuro, só sei que acabaram todas as minhas lágrimas, não sentia mais frio e nem medo, so uma calma absurda vinda de toda parte, e as vezes eu ouvia longe as pessoas falando comigo, Tyler e Ivy   falavam sem parar em como as coisas estavam indo mais eu nunca entendia tudo direito, era como se eu estivesse dentro de uma caixa de vidro e eles falassem  do lado de fora, a única coisa que eu ouvia bem era a voz de Jorge cantando, e eu adorava quando ele fazia isso, também ouvia a voz de Dóris e Angelita, até mesmo Poppy minha ajudante falava comigo algumas vezes, eu chegava a sentir vontade de correr e pedir socorro, pedir pra me tirarem daquele lugar escuro, mais eu não tinha força alguma, nem levantar eu conseguia, mais também não sentia dores, era como se eu estive presa, eu estava morta? Seria assim pra sempre?
Eu não ouvia mais a voz de John fazia tempo, acho que nem lembrava mais da voz dele, ouvia a de jhimy me pedindo pra ficar calma, que ele estaria comigo logo logo, e eu ficava feliz toda vez que o ouvia, a chuva estava ficando cada vez mais forte, as gotas encharcavam meus cabelos e minha roupa.
A voz de Jorge era a única coisa que me impedia de ficar maluca, ele cantava e conversava comigo, e as vezes tinha a sensação de que podia senti-lo, mais devia ser coisa da minha mente.
Estava ficando mais escuro que o normal e a chuva está mais forte que o normal, o lugar parecia esta encolhendo aos poucos, faz tanto tempo que eu estava ali que já não lembrava como era meu rosto ou como cheguei ali, ia vindo Flashs a toda hora da minha vida na casa de John se misturando com Rich e suas maldades, eu rezava pra que ele não aparecesse .
Eu ja não ouvia a voz de ninguém a um tempo, e quando ouvia era difícil, parecia que estavam muito longe, o campo estava alagando  e a água suja ja estava na minha cintura, eu não conseguia levantar, e se não parasse de chover eu morreria afogada, e finalmente isso tudo acabaria.
Era o que esperava, que esse pesadelo acabasse, esse tempo todo sozinha me fez entender que não foi culpa minha jhimy e minha mae terem morrido, que eu na verdade nunca tive culpa de nada, que a culpa sempre foi de Rich, ele era um homem mal e que merecia o que aconteceu, ele me vendia e minha mae o ajudava, ela nao era boa afinal, ela era tão má quanto ele, e meu irmãozinho era um ser de luz agora, e sua voz estava na minha cabeça, ele queria que eu fosse com ele, ele me perdoava por não ter conseguido cumprir minha promessa.
A água estava quase no meu pescoço eu iria morrer logo, e já tinha aceitado isso quando escuto a voz de Rich.
- Nao não pode ser! Sussurrei colocando as mãos no ouvido, não era real, não era real! Estremeci.
- Minha Litle, você pensou que ia fugir outra vez não ė? - ele disse chegando mais perto, eu não o via mais a voz estava perto, me encolhi com a agua quase batendo no meu queixo, o que eu faria?
- Estou sempre por perto sua burra! Nunca podera fugir de mim, achou que aquelas pessoas iam te salvar? - ele ria Alto no meu ouvido, eu queria correr, mais nao podia me mecher, e água estava subindo .
- Voce vai ser minha pra sempre. Sempre! E nem ouse pensar o contrário. - Levantei minha cabeça olhando pra cima, as gotas de água machucavam  meus olhos entao os fechei com força, o riso de Rich estava mais alto.
- Para! Me deixe em paz!- gritei com força e foi como se todos os meus ossos estivessem quebrando, senti dor pela primeira vez em tempos, então gritei mais uma vez, água entrava na minha boca mais eu não parei, gritei!
- Sai! - Gritei com força sem ligar pra dor e pra água,eu só queria que a voz dele parasse.
- Hanna? Ah meu Deus Hanna! - Ouvi a voz de Jorge, estava alta e clara, cobrindo a voz de Rich, sorri e fechei mais uma vez os olhos com força gritando pela última vez antes que da água me cobrir inteira. Eu estava sufocando, não conseguia abrir os olhos, voltei a ouvir a voz de Jorge e alguns barulhos ao redor, um som estranho apitava muito  alto, eu queria correr e nadar pra longe,mais eu não me mechia meus olhso não abriam e eu ouvia tudo e não podia gritar pra pedir ajuda, não consegui mais prender a respiração... então abri os olhos uma última vez e senti uma dor absurda na barriga! E a voz de Jorge almentou mais uma vez.
- Hanna! Abra os olhos! Estou aqui, bem aqui! - Ele falava e eu olhava pros lados o procurando, então como uma tortura consegui ficar de pé e vi que a água dava no meu joelho, me apoiei na árvore atrás de mim e abri os olhos, primeiro tudo ficou branco, depois Preto e depois vi o rosto de alguém... Pisquei mais algumas vezes me esforçando, e mais uma vez me senti fraca .
- Voce voltou! Hanna! - era Jorge, era o rosto dele,a voz dele, a luz estava muito forte e o lugar era todo branco, tiraram ele de perto de mim depois adormeci de novo, mais dessa vez não fui a lugar algum, só estava cansada, eu estava de volta, estava de volta!
- Hanna! Pode abrir os olhos? - uma voz grossa falava comigo, abri os olhos devagar ainda com irritação por conta da Luz, o homem velho de branco que ria pra mim colocou uma luizinha no meu olho o abrindo, e fez o mesmo com o outro.
- Jorge? Onde ele está? - perguntei ansiosa pra ver algum rosto conhecido. O homem me olhou sorrindo e chamou Jorge que entrou rápido me dando um daqueles sorrisos.
- Ah garota você acordou, nem to acreditando! -  ele disse beijando minha mao, mais como assim? Eu não tava entendendo porque estava no hospital ja que eu fui dormir bem e uma noite antes estava na cozinha bagunçando com Jorge que agora parecia diferente, sorri pra ele sem entender porque tanta animação..
- Calma Jorge eu só dormi um pouco, tive um pesadelo, mais porque estou no hospital? E cadê todo mundo? - perguntei e ele me olhou confuzo, e depois olhou pro médico que chegou mais perto pegando no ombro de Jorge.
- Hanna, ė que você estava em coma e ficamos muito preocupados porque você não acordava . - ele disse e eu o olhei confuza.
- Em coma? Como assim? Eu so dormi por algumas horas Jorge, a gente tava na cozinha fazendo batatas lembra? Ai eu fui dormir e acordo aqui! como assim? - sentei na cama mais acabei caindo de volta no travesseir, eu estava fraca e muito magra, e mais branca que o normal, meus cabelos tinham crescido muito rápido e minha franja mais ainda, olhei minhas mãos, frias e frágeis e ao redor, o quarto estava cheio de fotos de Tyler Ivy e Jorge, com alguns desenhos e flores na mesa, minha mesinha de cabeceira estava ali com maquiagem e escovas de cabelo, mais o que tava acontecendo afinal? Onde estava John ? Porque era Jorge que estava aqui?
- Calma Hanna, você não pode se alterar, vou contar o que ouve, posso doutor? - ele perguntou e o homem acentiu saindo me deixando so com Jorge que pegava na minha mao me acalmando, e o toque dele era quente e parecia que eu ja conheça o a anos.
- Voce dormiu por 2 anos e 3 meses Hanna, e ninguem  além de mim tinha mais esperanças que você acordasse, até as máquinas que te mantinham respirando queria desligar, mais olha  você ai! - Olhei pra ele realmente assustada, como assim dois anos? Eu dormi esse tempo todo? Estive presa em um pesadelo por dois anos? Como isso ė possível?
- Mais... Mais Jorge eu lembro de ter dormido ontem e  acordado hoje. - falei olhando pra ele que beijou minha testa.
- Vai ficar tudo bem meu anjo, você está de volta finalmente acordou! Meu Deus ninguém vai acreditar! - Ele estava falando realmente sério, eu realmente tinha dormido por 2 anos e 3 meses, o que será que tinha acontecido esse tempo todo?
- Onde está John? Porque ele não estava aqui quando acordei? - perguntei ansiosa pra ver John, mais Jorge me olhou com tristesa.
- Aconteceu algo com ele? - Jorge negou com a cabeca.
- Nao, ele está bem até demais, tenho que te atualizar de tudo que você perdeu nesses dois anos Hanna.

Amargo PesadeloOnde histórias criam vida. Descubra agora