8 - Capítulo

3K 321 16
                                    

Fiquei andando pelo corredor do hospital, pensando em como faria depois que fugisse.
Eu não tinha pra onde ir, sabia que estava em Wichita mais nunca tinha saído daquele quarto na vida, e agora eu estava em um hospital com pessoas estranhas me olhando torto me lembrando o tempo todo que sou uma estranha ali.
Sento no chão perto de uma escada e lembro do meu pequeno jhimy e o quanto ele me faria sorrir agora, e teria adorado o hospital e as luzes vermelhas da ambulância, não tinha como pensar nele e não chorar nunca me perdoaria por te-lo deixado naquela casa, eu devia ter sido menos medrosa e entrado no fogo e tirado ele de la, lembro dos gritos chamando meu nome, lembro do círculo de fogo ao redor dele e de como ele tossia, em um minuto... um minuto a casa expludio e junto com ela meu irmãozinho e minha mae , tudo por minha culpa eu nao devia ter empurrado ela, foi por conta disso que a lamparina e o álcool se espalharam.
- Ah você ta ai meu bem, meu filho quer ver você.  A senhora de cabelos brancos fala atrás de mim, limpo o rosto rápido e levanto.
- Voce ta bem? - ela pergunta mais nao respondo  e saio andando na frente, eu posso estar qualquer coisa na vida, menos bem.
- Ah Hanna que bom que está aqui. - John fala sorrindo pra mim e me estendendo a mão,  Me aproximo devagar sem olhar pra frente, olho diretamente pra mão de John e a pego.
- Achamos algumas coisas na casa que foi queimada. - Ele disse me fazendo soltar imediatamente a mao dele.
- Que casa ? - o rapaz perguntou de braços cruzados olhando pro pai.
- A casa era onde Hanna morava, o fogo tomou conta de tudo, mais achamos algumas coisas como alguns documentos e papéis você quer ver Hanna? - ele falou e eu me afastei colocando as maos no rosto, nunca mais queria ver aquela casa ou queria algo que vinhesse dela, paraliso no lugar, não consigo me mecher e as lágrimas não param de sair, quero correr, e faço isso. Abro a porta e corro com tudo pra fora so hospital, o sol quase me cegando mais nao ligo so quero correr, fugir dali, fugir de alguma forma das malditas lembranças, escuto um barulho enorme e vários carros um atrás do outro, um som alto vem na minha direção mais sou puxada pelo braço caindo emcima do filho de John que me segura firme olhando diretamente pra minha cara.
- Voce ė maluca ou o que? Tá querendo morrer! - Ele grita me fazendo levantar de cima dele se limpando, me afasto limpando o rosto.
- Meu pai quase arrebentou as costelas querendo vir atrás de voce sua idiota! Ele não pode fazer esforço. - Ele gritava comigo me olhando com raiva, encarei ele e vi que ele não tinha nada haver com John, ele não era nada gentil.
- Como ele está? - perguntei, e ele me olhou furioso.
- Vem comigo! - Ele falou pegando no meu braço e me puxando, com um puxão me soltei dele e o encarei cara a cara, ele nao podia me tratar assim e muito menos me tocar quanto quisesse.
- Nao toque em mim! - falei e fui andando na frente dele de volta ao hospital, corri até John que estava sentado na cama com uma enfermeira do lado.
- Graças a Deus menina, voce quase me matou de susto.
- E quase se matou também né,  se eu não chego o caminhão bate nela. - o carinha Grosso fala enquanto ė abraçado por trás pela garota de cabelos pretos que me olha com a mesma raiva dele.
- Disculpe John nao fiz por mal. Vai me castigar? - perguntei de cabeça baixa esperando pela surra que sempre levava quando fazia algo errado, me ajoelhado logo esperando pelo que viria.
- O que? Castigar você? Do que tá falando Hanna? Levanta dai. - Ele falou me fazendo levantar com a mão, olhei pra ele confuza, porque ele não fazia nada? Rich me ensinou que quando fazia alguma coisa errada devia ser castigada. Não entendi porque John me mandou levantar.
- Faça John, está tudo bem. - falei baixando a cabeca.
- Mais do que ela tá falando pai?
- saíam do quarto por favor, preciso falar com Hanna. - Ele mandou e todos saíram nos olhando sem entender nada, John iria me dar o castigo eu aguentaria eu merecia.
- Do que você ta falando? Hanna que castigo seu padrasto te dava? - John perguntou pegando no meu queixo.
- Surra, e as vezes queimaduras na Palma da mão, tudo bem John eu aguento. - falei tentando tranquilizar ele.
- Mais que tipo de monstro acha que eu sou Hanna?  Eu nunca faria isso ou nada parecido, voce nao fez nada pra merecer isso, aquele homem era um doente, voce esta segura agora. - Ele disse me puxando pra um abraço.
- Então não vou mais apanhar? - ele sorriu passando a mao no meu rosto de leve.
- nunca mais, nunca mais vai precisar fazer nada que não queira Hanna, eu prometi cuidar de voce e vou. - sorri pra ele contente, eu não estaria Mais sozinha, John me ajudaria e me ensinaria o que eu precisasse, eu não ia mais apanhar e nem receber visitantes e o melhor estava livre de Rich.
- Sente aqui. - sentei do lado dele na cama .
- Porque quando falei da casa você saiu daquele jeito Hanna? Eu sei o que acontecia la as coisas horríveis que fizeram com voce, mais tem mais alguma coisa? Você pode falar pra mim. - Eu sabia que podia confiar nele pra qualquer coisa então resolvi falar sobre jhimy, contei tudo que aconteceu segurando as lágrimas.
- Então ele só tinha 5 anos? - respondi que sim com a cabeca em quanto John segurava minha mao forte o tempo todo, de alguma forma aquilo me acalmava.
- Ah Hanna, eu sinto muito menina, sinto muito mesmo, eu odeio tudo que fizeram com voce. - falou ele, eu sabia que estava sendo cincero e eu também sentia muito, sentia até demais.
- Eu achei algumas coisas e entre elas uns papéis com alguns documento seus Hanna. - olhei pra Folha na mão dele curiosa, alguma coisa sobre mim?
- Voce se chama Hanna Wanderf, tem 18 anos filha de Hiley e Rhodolf. - Ele falava e eu sorria, eu tinha um sobrenome agora, e tinha um pai que eu nem me inportava quem era mais eu tinha um, igual todos mundo, e minha idade ! Eu tinha 18 anos, sempre quis saber minha idade, mais talvez nem minha mae sabia.
- 18 anos Hanna a idade do meu filho, na flor da idade. - levantei da cama com o papel na mão olhando de perto, aquilo provava que eu existia.
- E você tem quantos John? - perguntei curiosa sentando no chão perto da perna dele, eu me sentia confortável sentada nessa posição porque John podia mecher no meu cabelo sempre, e eu ja estava acostumada com o chão frio.
- Eu sou velho ja menina! Tenho 40, já vivi muito . - sorri com o som que a palavra quarenta fazia, John não era tão velho mais se achava e isso era triste.
- Tudo bem então senhorita Hanna Wanderf, voce aceita ir morar comigo em Seattle? - Ele peguntiu me assustando.
- Morar? - meus olhos brilharam, mais como assim ele queria que eu morasse com ele e o filho dele?
- Sim Hanna, vai ter um quarto so pra você, Tyler não vai se importar, ele passa mais tempo na Califórnia do que em casa. - Ele dizia animado.
- Sim John, eu vou com você. -  falei arrancando um sorriso imenso de John.
Ele me contou como as coisas eram la, e como seria, como eu teria que adptar ao lugar ele falou que eu ia gostar.
Depois de algumas horas sentada no chão com John, sorriamos de algumas coisas quando os parentes dele chegaram, e ficaram nos olhando como se ver John sentado no chão sorrindo comigo fosse uma coisa do outro mundo.
- Mais o que há de errado com você afinal John? - a mulher perguntou nos olhando assustada.
- Nada vovó, eu estou me sentindo bem, como não me sinto a anos. - sorri ao ver a cara dele enquanto dizia isso.
- Mais você não ė assim, nunca foi olha so pra você ai sentado nesse chão, quando em mil anos eu ia imaginar você assim? - a senhora falava sem acreditar.
- Disculpa pai mais também  não estou entendendo nada, parece que levou uma pancada na cabeça ou te fizeram uma lavagem cerebral. - o filho dele falava coçando a cabeca .
- Eu estou bem, estou ótimo e tenho um comunicado! Hanna irá morar na minha casa a partir de hoje, e será bem vinda e bem tratada entenderam? - todos olharam e o menino veio ate o pai com uma raiva enorme.
- Nao você não vai fazer isso! Do que você ta falando pai? Voce nao ta falando serio de levar uma mendiga pra casa! - ele gritava na cara do pai, me afastei assustada com toda aquela gritaria.
- Baixa seu tom moleque, sou seu pai e mando naquela casa, voce nem vivi la Tyler. E outra coisa , Hanna será tão dona da casa quanto eu, estão entendendo. - falou ele fazendo todos concordarem, Tyler saio do quarto batendo a porta seguido pela garota, e a senhora ficou nos olhando.
- Tudo bem John, voce sabe o que faz, já falou com Annie? - ela tava falando da mulher loira que por sinal não gosta nenhum pouco de mim assim como os outros.
- Ainda não vovó, mais vou falar ela vai entender que só quero ajudar Hanna,da uma boa educação, boas roupas e um bom trabalho, eu posso e eu prometi a ela vovó, voce nao sabe o que ela passou. - ela falou me olhando e mais uma vez aquele olhar me acalmou.
- Tudo bem meu filho. - ela concordou me dando um sorriso de lado.
- seja bem vinda Hanna. - ela disse, e eu retribui o sorriso, eu teria a John mesmo com todos os outros conta mim, eu sentia que tinha alguém no mundo agora.

Amargo PesadeloOnde histórias criam vida. Descubra agora