Zero Quatro

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Era difícil não ficar nervosa. Sebastian havia decidido sem mim o dia do casamento, algo que eu já esperava, mas eu não esperava ver ele andando de um lado para o outro gritando porque nada estava pronto à tempo.

— Podemos casar em Las Vegas, se é pra ser tão rápido assim. —ele me lança um olhar matador que milagrosamente não me intimida. — Você não quer que as outras pessoas vejam a minha barriga é isso? —ele passa a mão na testa. — Está em praticamente em todos lugares.

— Não estaria se você me obedecesse e não saísse de casa! —ele fecha a cara pra mim, com raiva, será que pode?

Nesses dias eu tinha aprendido o que Sebastian esperava desse casamento, ele esperava que eu o obedecesse, que eu respeitasse suas decisões, mas como eu faria isso se nem ele mesmo sabia me respeitar?

— Eu tenho o meu trabalho. Não vou ficar mofando em casa. Eu estou grávida, não morta.

Me olhando de cima à baixo, ele bufa.

— Você não quer manchar a sua imagem, é isso.

— Que se foda a minha imagem Alexssandra. Eu estou preocupado com você e o meu filho, nada mais. Não quero pessoas tirando fotos suas e incomodado a sua vida porque "acham" que você está grávida. Irão ficar sabendo à qualquer momento, mas não agora. Já é muito para a minha cabeça.

— Poderia cancelar o casamento.

— Nem morto. Você não vai fugir tão rápido. —reviro os olhos, porque era o que eu mais queria.

— Bem... Eu vou indo. —levanto pegando a minha bolsa. — Vou fazer a prova do vestido que a sua mãe viu, ela disse que era lindo.

— Eu vou com você. —ele enfia o celular no bolso e me espera passar por ele. — Vamos.

— Quê? Não. Você não vai, eu vou sozinha.

— Quero que entenda que enquanto carregar o meu filho eu estarei...

— Vinte e quatro horas ao meu lado. —completo. — Se eu for no banheiro, você vai também?

— Se possível, sim.

Reviro meus olhos antes de sair batendo o pé.

Ele não estava assim a semana inteira, era um sábado e ele não tinha o que fazer além de me seguir. Durante a semana ele havia mandando um segurança para ficar de olho em mim. Eu estava achando ridículo, mas preferia o segurança do que ele. As coisas estavam passando rápido mas eu estava feliz por nem tudo estar, meu filho estava esperando a minha hora, a minha hora de declarar estar grávida enquanto usava roupas soltas e confortáveis. Não era questão de aceitar, eu já havia aceitado, mas questão de se sentir confortável com o pensamento de que daqui à alguns meses eu estaria estourando e tendo que cuidar de um bebê.

Era meio de março e Sebastiana havia marcado o casamento para o dia 25. Estava bastante em cima. Não havia descanso naquele mês, e eu preferi assim, já que daqui à alguns meses estaria cansada e me recusaria à levantar da cama. No final do mês, eu estaria completando 3 meses e segundo a minha ginecologista seria a época que a minha barriga realmente iria começar à aparecer,seria um pouco maior, mas não iria dar para desviar com um "só estou gorda".

Chamei a Amanda e coloquei o Sebastian em uma sala distante da que eu havia decidido provar o vestido. Haviam muitos por todos os lados, mas provei o que a Grace havia indicado, para ver o real tamanho que realmente caberia em mim. Ele era solto demais, não havia cintura e nem pernas. Eu realmente não havia gostado. Olhei ao redor e vi um que me apaixonei.

Ele era tomara que caia e era justo até uma parte, no final era formado uma cauda de sereia. Era simples, com um decote coração,com alguns detalhes em rendas, eu estava apaixonada. Estaria mais ainda se esse casamento não fosse nada além do que por conveniência. Pedi para que a moça o pegasse para mim. E na hora de vestir... Ele havia ficado apertado. Era obvio que iria ficar. Imagine daqui à algumas semanas.

A Conveniência do CasamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora