A Conveniência do Casamento

Vinte e Dois (Terceira Parte)

Pensei comigo:"pode ser apenas um alarme falso".

E foi isso que ficou claro quando Robert disse que Sebastian me esperava em um quarto no décimo andar. Não me perguntei porque. Não me perguntei o que havia visto no meio daqueles arbustos, apenas corri para aquela quarto e sentei na cadeira branca esperando que ele aparecesse. Poderia ter sido qualquer um.

Mas o tempo começou a passar e eu comecei a observar o lugar. Haviam malas naquele quarto, algumas coisas reviradas, como se alguém realmente estivesse hospedado ali. Minhas pernas falharam quando tentei levantar da cadeira, mas na segunda tentativa caminhei até a escrivaninha onda se encontravam algumas fotos ao lado de uma câmera. Fotos minhas e do Sebastian.

Ele não estava ali.

Miranda estava ali.

***

Se Miranda quisesse à mim, ela teria. Não iria machucar minha família novamente. Ainda me negava a acreditar que aquela fosse a mulher que um dia cheguei a me casar, a tentar começar uma família, eu sabia que ela não era daquela maneira, mas se ela tentasse se aproximar da minha família eu teria que ir contra o que acreditava. Gostaria de conversar, perguntar o que porra ela tinha na cabeça, mas foi rápida e sumiu em meio aos arbustos.

Não havia razão para ela estar agindo como uma louca, deixando sua vida para trás, uma vida magnífica para vir atrás de algo que largou no passado. Não, não posso dizer que era o melhor dos maridos, mas ela me conhecia bem para saber que nem tudo seria do jeito que ela queria.

E agora isso?

Só consigo concluir que ela não está em suas melhores condições.

Voltando ao lugar que deixei Alexssandra não encontro nada, mas o pior não era saber que não havia como encontrá-la já que não haviam telefones, era desconfiar que a pessoa nos arbustos não era a Miranda e que agora ela já tinha a Alexssandra com ela. Seria muito coincidência sair atrás de algo que do nada parece sumir e ao voltar a Alexssandra também sumir, junto com o meu segurança, que com certeza seria mais forte que uma mulher.

Mas à esse ponto eu já não falava nada com nada.

Não havia como manter o controle, mas eu acabei mantendo, sabia muito bem o que fazer e onde procurar e que Deus me ajudasse para que eu não tivesse que usar minha arma naquela mulher, porque se ela tocasse em um único fio do cabelo da minha Alexssandra novamente, ela estaria morta.

***

— Você sabe o pior de tudo? —a voz vem logo de trás de mim que me viro rápido dando de cara com ela.

Mas para alguém que estava a ameaçar vidas ela não me parecia uma psicopata ou assassina.

Não era questão de me achar mais feia que todas, mas Sebastian tinha realmente um belo gosto por mulheres bonitas e Miranda com certeza era uma delas. Sua feição era suave e eu diria que ela estava calma se não fosse sua mão que tremia enquanto apontava uma arma para mim.

Aponta com a cabeça para a cadeira branca e eu com as pernas bambas volto a sentar. Olho para porta quando a vejo colocar o dedo sob o gatinho, mas ela é rápida em correr até a porta e trancá-la, enfiando a chave em seu bolso.

— O pior de tudo é saber que ele simplesmente engravidou você. Em uma noite suponho eu. —fala voltando até mim, com os cabelos bagunçados como os de alguém que passou o dia nervoso e pensativo, sua voz por outro lado era tremida e agressiva. — E você ainda teve a cara de pau de vir atrás de mim... —ela ri sem achar graça alguma. — Para esfregar essa criança na minha cara.—fala sem acreditar.