— Sebastian... Eu achei que... —abro meus olhos por alguns instantes,não me importava onde eu estava, eu lembrava do corpo no chão e do sangue e tê-lo me segurando era como... — Você... —toco seu rosto iluminado por alguma luz estranha que logo some nos deixando no escuro.
— Shh...
— Mas eu vi... —sinto sua mão apertar a minha quando eu mal conseguia enxerga-lo com a falta de luz. — Eu vi o sangue e ela disse... —soluço passando a mão por meus olhos.
— Não importa o que ela disse. —seu rosto é iluminado mais uma vez, ele sorri beijando minha mão. — Eu estou aqui. Vocês estão aqui. —fala tocando minha barriga. — Vamos ficar bem... Só preciso que fique acordada... —mas era o que eu precisava saber para cair no sono novamente.
***
Minhas pálpebras estavam pesadas e aquela velha sensação de estar cansada demais para tentar vencer todo aquele peso me dominava. Era estar cansada demais de algo que não me vinha a minha cabeça. E parecia ser melhor assim.
Não me encontrava nas melhores das posições, mas não reclamei ao sentir a mão quente em minhas costas e o peito que confortava minha cabeça. Além de algumas palavras, conseguia escutar o barulho da chuva que me reconfortava sem motivo algum. Pelo menos naquele momento, não fazia sentido algum que a chuva me deixasse mais calma quando eu nem sabia porque deveria ficar mais calma.
— Não... Estamos saindo. —Sebastian falava em um sussurro. — Ela está bem, o médico já checou tudo, por favor não se preocupe mãe... Sim, abriu os olhos, falou algumas coisas e voltou a dormir.
— Senhor, chegamos.
— Eu realmente não quero falar sobre isso agora... Não...Não... Passa para o meu pai por favor. —algum tempo de silêncio, ele parecia bravo. — Oi, estamos saindo em algumas horas. Não vai demorar para isso se espalhar então faça o possível para que os pais da Ale... É...Ela está bem.—ele para de massagear minhas costas. —Bem, da ultima vez que acordou o médico fez quantas perguntas antes dela cair no sono novamente... Parece que tudo está bem. É pai. Parece. —fala bravo, mais uma vez. — Não teremos certeza de nada até chegar. Então o quanto mais cedo eu desligar mais cedo estaremos saindo daqui... —ele bufa. — Simplesmente não dava para ficar naquele lugar. Eles viram bem a situação da Alexssandra e nos liberaram, deixei todos os contatos possíveis e se precisarem de mais alguma coisa virão até nós. Não ficaremos de modo algum para depor.
— Sebastian? —ele treme quase me apertando.
— Preciso desligar pai, ela acordou.
Abro os olhos ainda com a sensação de ter sido atropelada por algo. Mas ainda assim consigo lançar um olhar –falho- de "não fale como se eu não estivesse aqui" para ele.
— Não. —ele responde o pai olhando diretamente para mim.
Observo bem o celular me perguntando quando ele havia pego de volta. Também observo a mancha em sua camisa e antes que eu pergunte algo, ele balança a cabeça em resposta.
— Vamos entrar no jatinho agora. Ela não vai falar.
— Eu? —pergunto, ele não responde.
Quando ele vira parecendo escutar o que o pai falava do outro lado eu puxo o celular da sua mão. Ele vira rápido enquanto eu aperto os olhos da dor que atinge meu corpo pelos movimentos rápidos demais.
— Sr. Harris. —murmuro seu nome sem intenção alguma. — Oi. —respiro fundo.
— Olá querida! —ele cumprimenta. — Como está? —pergunta rápido, parecendo não acreditar da primeira vez que escutou um "ela está bem".

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A Conveniência do Casamento
RomancePLÁGIO É CRIME COM A FORÇA DA LEI N° . 9.610/98 Alexssandra como todo mundo, sempre teve suas expectativas e suas metas, nada poderia pará-la, era esforçada e havia dedicado cinco anos de sua vida para fazer o curso que amava, para assim, conseguir...