A casa era maravilhosa.
Não que nenhuma outra fosse tão boa quanto ela, porque a antiga casa era perfeita e enorme, mas aquele lugar fazia com que eu me sentisse realmente na Califórnia. Os toques tropicais na arquitetura da casa e os coqueiros espelhados pelo gramado. A única hora que eu me sentia em um lugar tropical na casa antiga era quando saía dela. Não era enorme, mas era grande, Sebastian havia conseguido me ganhar nessa parte, mas eu fiquei com a parte de reformular o interior da casa que havia sido um baita de um trabalho, mas se eu tivesse deixado que ele resolvesse aquela parte ele faria da casa um lugar sério e profissional e não queríamos isso. Deveria ser um lugar divertido e para relaxar, eu conseguia fazer isso até tirando as coisas da caixa.
— Você pode parar? —me tira dos meus pensamentos com uma voz calma que eu poderia até ignorar se ele já não tivesse falado aquilo umas três vezes naqueles quinze minutos.
— Estou desempacotando. —havia algumas coisas minhas naquela caixa entitulada "Quarto da Alexssandra", coisas que teriam lugar agora, já que as coisas da outra casa haviam virado cinzas.
Não podia deixar de pensar que talvez ela tivesse feito o mesmo que eu quando se mudou para morar com ele.
Balanço a cabeça, agora é a minha vez e vai ser do meu jeito.
— Alexssandra... Quantas vezes vou pedir para não carregar peso? —havia parado de tirar as coisas da caixa e estava me olhando sério, tentando me convencer.
— Isso não é pesado. —indiquei as tranqueiras que eu estava tirando da caixa. — Isso talvez seja. —os livros. — Mas isso aqui não. —estava segurando um porta-retratos que guardava a foto de nós dois com o John.
— Talvez não seja, mas não pode ficar levantando e abaixando toda hora! —eu continuava fazendo mesmo que ele estivesse falando. — Eu realmente não vou conseguir controlar você à esse ponto do campeonato?
— Me controlar? —ri finalmente parando de "levantar e abaixar" e sentando no sofá. — Eu preciso colocar essas coisas no lugar! —indiquei o resto das caixas ainda cheias de coisas, haviam presentes do meu aniversário/chá de bebê, coisas salvas do incêndio, objetos novos, roupas e coisas do meu antigo quarto.
Ele fecha os olhos expirando, tentando ficar calmo, mas à esse ponto eu já estava rindo da sua cara: tentando ficar em paz sem que você me aborreça.
— Eu.Posso.Fazer.Isso. —falou tentando manter a calma, mas parecia que estava repetindo algo que já havia falado, mas não havia, não mesmo.
— É muita coisa e eu...
— Vou pedir para alguém me ajudar.
— Eu quero.
Revirou os olhos, passando a mão pelos cabelos e balançou a cabeça para mim como se eu fosse impossível. Sim, eu era.
— É um rito de passagem Sebastian! —levantei colocando a mão na cintura e logo depois nas costas quando elas doeram. — Empacotar e desempacotar. —continuo, ignorando a dor. — Eu preciso fazer isso.
Ele me olhava de lado. — Ainda estamos falando das caixas? —perguntou cerrando os olhos.
— Sim. —balancei a cabeça.
— Porque eu acho que...
— De novo não. —o interrompo. — Não vamos voltar nesse assunto, eu já me decidi.
Ele fecha os olhos respirando fundo e sorrindo ainda sem acreditar em mim. — Não você não decidiu. Porque em nenhum momento você me perguntou se era aquilo que eu queria. Eu estou aqui e acho que tenho o direito de participar das suas decisões quando se trata da nossa filha! —dessa vez, havia cedido à voz séria, grossa e autoritária.
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A Conveniência do Casamento
RomancePLÁGIO É CRIME COM A FORÇA DA LEI N° . 9.610/98 Alexssandra como todo mundo, sempre teve suas expectativas e suas metas, nada poderia pará-la, era esforçada e havia dedicado cinco anos de sua vida para fazer o curso que amava, para assim, conseguir...