Dezessete (Terceira Parte)

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O quarto estava vazio, eram quatro da manhã e eu claramente não estava com sono algum, mamãe havia saído para comer algo, Amanda estava em algum lugar evitando o Richard e o Sebastian... Havia saído para pegar um café.

Aproveitei e levantei da cama, já haviam se passado três dias e eu já estava pronta para aquele passo, caminhei devagar até o banheiro.Não havia mais dor, eu estava cada vez melhor e não importava, precisava sair do lugar antes de enlouquecer.

Em frente ao espelho entendi porque me olhavam como se eu fosse um vidro prestes a quebrar, haviam alguns curativos sobre minha testa e queixo, algumas partes vermelhas, como ao lado do meu olho, onde havia um corte, ao lado do nariz... Sem falar do hematoma ao redor do olho. Mas não era tão mal assim, não doía.

Talvez estivesse sem conseguir dormir porque sairia dali naquela manhã e eu estava louca para ir para casa.

Me apoiei na pia já que não estava tão pronta assim como pensava.

Lembrei por um momento de quando Sebastian foi retirar algumas roupas minhas de dentro da mochila que trouxe, por horas fiquei me perguntando como ele sabia que eu havia ido atrás de informações sobre a Miranda, ou Midnight, como quiser... Até que algo caiu quando ele puxou —com raiva— as roupas que haviam prendido em algo, o meu celular caiu... Bem o que restou dele pelo menos,estava dentro de um saco transparente e consegui ver rapidamente a tela quebrada, estilhaçada para falar a verdade, mas ainda acesa, pelo visto havia quebrado daquele modo, com a ultima mensagem da Tricy na tela. Se aquilo havia acontecido com o meu celular, imagino com o meu carro ou comigo, até aquele momento não tinha uma visão privilegiada de tudo.

Alexssandra! —alguém grita e com aquele desespero, eu já sabia quem era.

Então fiquei calada, respirando fundo e esperando o fôlego para gritar de volta.

— Aqui... —aquilo não era bem um grito, estava mais para um miado de um gato muito cansado.

Mas logo ele colocou a cabeça para dentro do banheiro e respirou aliviado, sumiu novamente e eu fiquei sem entender, quando voltou novamente estava com minhas roupas em suas mãos.

— Deveria estar descansando, ou dormindo. —ele fala entrando no banheiro sem se importar muito.

Coloca as roupas sobre a pia e ligeiramente tiro minhas mãos.

Ele começa à tirar a jaqueta e eu sem esperar muito já começo à olhá-lo sem entender.

Era difícil me manter em pé sem estar encostada ou apoiada em algo e ele claramente percebeu aquilo.

— Me dê sua mão. —ele pede e como eu iria negar? Estava prestes a cair.

Ele estende a mão esquerda e eu a seguro, mas não por muito tempo, se posiciona atrás de mim e retirando sua mão oferecida ele me segura pela cintura. Com a outra mão livre sinto quando desfaz o laço da minha roupa, que aliás, não era nada confortável.

— O-O que está fazendo? —falo baixo demais já com os olhos arregalados.

— Me passe a roupa. —ele pede com os lábios próximo ao meu ouvido e é inevitável não me arrepiar.

Mas eu demoro para fazer o que pede, pensando em coisas que não seriam próprias para aquele momento. Ou pensando em sair correndo de perto dele, mas quem eu queria enganar, não iria muito longe.

— Você não vai conseguir se vestir sozinha. —respira fundo.

Ele continuava bravo comigo, mas eu não o culpava.

— Você não precisa fazer isso. Minha mãe pode me ajudar.

Olho de lado para o espelho e ele não parece prestar atenção em minhas palavras.

A Conveniência do CasamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora