Vinte e Sete

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Acordei dando de cara com a minha mãe dentro do quarto, seria totalmente normal se ela não estivesse sentada ao meu lado e com um sorriso enorme no rosto, se eu não a conhecesse diria que parecia uma psicopata, mas era apenas minha mãe sendo o mais normal possível em uma tentativa de me acordar. Poderia dizer que estava ali a um bom tempo.

— Meu Deus, você assusta desse jeito... —murmurei virando para o lado vazio da cama.

— Não queria acordá-la, estava tão... —a cama se mexe quando ela levanta. — Radiante enquanto dormia.

Isso não a impediu de abrir as cortinas do quarto.

— Porque não deixa a bela radiante dormir, mamãe? —pergunto ainda sonolenta protegendo meus olhos do sol.

— Está tarde Alexssandra... E... —abro meus olhos quando ela para de falar, encostada na minha antiga penteadeira.

— E...?

— Nada. —ela sorri. — Só acho que já está na hora de acordar.

— Eu tenho 25 anos mamãe! Não precisa me tratar como se eu tivesse 15. Estou cansada... —murmurei, mas já estava acordada. — Fui dormir tarde, estava resolvendo algumas coisas da casa e... —ela mantinha um sorriso inabalável no rosto, com certeza não iria desistir de me tirar da cama. — Você não está escutando, está?

— Na verdade,não. Estava pensando, que tal fazermos o quarto para o bebê aqui?

— Quarto? Mãe... —suspiro.

— Olhe bem... —ela olha ao redor do meu quarto. — Está tudo em perfeita ordem e o seu quarto é ótimo para fazer isso porque tem espaço e... Você não vai usá-lo.

— Mas a Elena terá um quarto na casa nova. —me sento na cama ainda exausta.

— Mas quando vier para cá terá onde dormir e tudo mais. Se quiser deixá-la um tempo comigo e com seu pai...

— Está querendo roubar a minha filha, Carmen? —rio. — Bem se quiser fazer o quarto, eu não me incomodo... Acho que o Sebastian também não, mas acho que sobre deixar ela com vocês... —faço uma cara de dúvida.

— Ora, eu fui uma ótima mãe!

— É claro que foi, mamãe... Só estou dizendo que acho que não vamos desgrudar dela tão cedo, muito menos o Sebastian, ele é ciumento.

— Eu posso falar com ele. —ela cruza o braços e sorri. É claro que ela iria falar com ele, são amigos, não são?

— Tudo bem. —dou de ombros. —Agora que me acordou eu vou... —aponto para o banheiro. — Tomar um banho para ver se acordo.

— Na verdade, é bom você descer... — a olho sem entender. — A comida vai esfriar se não for logo.

Reviro os olhos levantando da cama e sorrindo sem ânimo algum para ela. Queria dormir, muito. Mas parecia que ao ouvir a palavra "comida" a Elena resolveu dar piruetas em minha barriga.

Respirei fundo e levantei da cama sentindo que seria melhor ficar deitada pelo resto do dia, eu estava cada vez maior e a barriga agora parecia pesar de uma forma que eu estava começando a andar estranho, era de rir, com certeza. Mas acho que quando comecei a caminhar mais e fazer algumas aulas tediosas de yoga as coisas começaram a mudar e eu estou me acostumando. Acho que não estou andando mais estranho, acho.

De cima consegui ouvir vozes no andar de baixo e mamãe vinha logo atrás com aquela carinha de quem estava aprontando algo. Fui descendo as escadas devagar até ter mais visão do andar de baixo, mas havia sido vista primeiro.

A Conveniência do CasamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora