Era em torno das oito da manhã e eu havia acabado de voltar do banheiro e já havia me deitado, louca para dormir mais. Tive cuidado com o barulhinho que meus pés faziam quando andava, o barulhinho tímido dos ossos estalando, não queria que Sebastian acordasse já que havia ido dormir tão tarde (para me acompanhar). Estávamos felizes por eu não ter vomitado o almoço,mas acho que foi só falar que o enjoo começou, no jantar me limitei à alguns pedaços de frutas para não agravar mais meu estado, pareceu funcionar, até eu colocar tudo para fora à noite. Com o esforço para me abaixar para poder vomitar acabei redescobrindo uma dor que não sentia desde que sai do hospital, acabei caindo de bunda no chão, nada grave claro, não para mim pelo menos.
Sebastian se desesperou na mesma hora pensando que eu estava prestes a desmaiar, mas tirando a dor absurda nas costas e a dor no braço que eu estava fazendo de tudo para não machucar novamente, eu estava bem.
Ele demorou bastante para dormir e parecia uma pedra na cama, talvez com medo de se mexer e me machucar, mas eu acreditava ser forte, com certeza não doeria tanto quanto antes.
Estava pronta para me deitar quando um celular começou à tocar, claramente não era o meu pois com certeza não existia mais, então logo olhei para o lado onde Sebastian dormir num sono profundo. Era seu próprio celular e ele não estava muito apressado ou acordado para atender.
Claro que ele estava cansado então decidi não acordá-lo e apenas voltar ao meu lugar.
Mas o bendito do celular não parava de tocar, tipo assim, nunca!
— Sebastian... —chamo ainda sonolenta.
Ele nem se mexeu.
— Sebastian, seu celular.
...Nada
— Está tocando. — à esse ponto o celular já estava tocando à um bom tempo e eu já havia desistido de dormir.
E também já havia cansado de chamar, ele nem saiu do lugar.
Mas aquilo era ruim? Digo, era difícil pegá-lo nesses momentos de calmaria e paz, difícil conseguir observá-lo direito quando sua voz soava como um imã que atraia meus olhos à sua boca e aos movimentos.
O que aquele homem estava fazendo comigo? Me perguntava como havíamos chegado à esse estado de paz e como não havíamos batido boca nas ultimas vinte e quatro horas. Era como funcionávamos, parece tudo tão estranho não sendo desse modo...
Observei bem seu rosto, seu corpo... Coisa que eu nunca havia me dado o luxo de fazer por tanto tempo. Eu estava mesmo casada com aquele homem? Meus antigos namoradinhos nunca tiveram essa beleza, o Diego eram um pouco magro, mas não tanto, não o achava feio, aliás, ele era lindo, mas do que valia um belo rosto se da boca só saiam besteiras?! Bem, naquela época, para mim, valia muito.
Só de pensar que nos últimos anos eu corri tanto do Sebastian em direção aos braços do homem que me traiu, eu não podia ter feito o caminho inverso?
Talvez não.
Imaginemos um universo onde o Diego não tenha quebrado meu coração e eu não tenha o conhecido e que o Sebastian não tenha conhecido Miranda e que não tenha sido substituído por um Italiano boa pinta. Eu continuaria achando que ele era um completo babaca, esbanjador de dinheiro e de mulheres. Se mesmo assim eu tivesse chegado perto e o irritado, ele viria até mim? Me puxaria pelo braço e faria minhas ofensas irem direto para o meio das minhas pernas? Me deixaria sem palavras e conseguiria o que queria?
Se sim, iríamos parar em um quarto onde a raiva de um relacionamento passado não tomaria conta de nós dois, o sexo seria calmo e lento... De um modo que não iríamos querer nos apressar e curtir o máximo possível.
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A Conveniência do Casamento
RomancePLÁGIO É CRIME COM A FORÇA DA LEI N° . 9.610/98 Alexssandra como todo mundo, sempre teve suas expectativas e suas metas, nada poderia pará-la, era esforçada e havia dedicado cinco anos de sua vida para fazer o curso que amava, para assim, conseguir...