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Domingo, 26/11/17, aproximadamente 8:20 da manhã
Mal consegui dormir de tão ansiosa. Quando acordei no domingo tomei um copo de café com bolo que foi presente da nossa vizinha Ana, segundo papai. Quando já estou vestida com a mala pronto (na verdade, a mochila surrada que eu levo para escola. Falando em escola ainda bem que eu passei e posso faltar) papai senta ao meu lado e diz que quer conversar sério.
— Pode dizer pai. — respondo.
— Eu realmente não quero você vá. Você é boa e ingênua demais para estar no meio da fama minha filha, mas sinto que se não te deixar ir você nunca me perdoará.
— Não é assim pai. Eu só quero ter uma chance de explorar o mundo. As imagens das cidades e países que estão nos livros de Geografia e história me fascinam.
— Por isso tenho que te deixar ir. Viajar faz parte de você. Assim como a Arquitetura faz parte da sua irmã e infelizmente as drogas do seu irmão.
— Obrigada pai.
— Mas quero que tome cuidado. Você terá algumas regras OK?
— Sim.
— A primeira é jogadores de futebol gostam de festa. Evite ir, mas se for não aceite nenhuma bebida ou comida de ninguém e nem deixe o que comprar a toa. O mesmo serve no hotel, estádio. Como aquilo que o hotel oferecer e o que você ver o vendedor entregando, certo?
— Combinado. Mas por que?
— Podem colocar drogas da sua bebida ou um sonífero e desaparecerem com você.
O que? Por que as pessoas fariam algo assim? Principalmente em festas onde vão para se divertir?
— Segunda regra, não deixe um homem ficar se esfregando em você. Abraçar tudo bem, mas sem beijos, agarra agarra ou pegação. Entendido?
— Sim — respondo ainda abismada com o lance das drogas.
— Terceira além de colocarem na sua bebida podem te oferecer drogas. Não aceite jamais. Se alguém te chamar para ir ali provar um negocinho não aceite.
— Jamais aceitaria usar drogas papai. Não sou o Greg.
— Greg também foi um bom garoto, Kiara. A adolescência faz coisas estranhas as pessoas.
— Não há mim.
— Quarta regra me ligar todos os dias. E acho que é só.
— Por mim tudo certo.
— E nunca se esqueça que eu te amo, filha. E jamais deixe de falar essas três palavrinhas por medo. Quando você ver pode ser tarde demais.
— Eu amo você papai. Se cuida.
Ouço uma buzina e já levanto. Joseph aparece na porta logo depois.
— Bom dia, família.
Joseph nos entrega os celulares já carregados. Era daqueles que você tem que tocar na tela para mexer. Aqui no bairro só a filha de um dos vereadores tinha. Joseph nos ensina rapidamente os comandos básicos e diz que já salvou nos dois os nossos números e do dele. Além de já ter créditos.
Saímos de casa às nove e meia. Prometendo voltar para o natal.⚽ ⚽ ⚽
— Para onde você queria ir? Nessa viagem em que seu pai no pode te levar. Disney? — pergunta Seph, como ele me disse para chamá-lo.
— Disney? Sério? — não contenho a risada.
— O que? Não gosta de lá?
— Pelas fotos que eu vi da viagem da filha do vereador parece ser muito bonito. Mas o meu sonho mesmo é conhecer a cidade maravilhosa.
— Rio de Janeiro? — agora ele quem ri. — Sério?
— Sim. Por quê?
— Você nunca foi ao Rio?
— Papai sempre prometeu me levar, mas ele sempre precisava do dinheiro para algo. Eu pedi o ano passado para o aniversário de dezesseis anos e há meses ele está juntando dinheiro. Eu também, mas era para comprar umas coisinhas lá.
— E então?
— Minha irmã precisou de dinheiro para comer e para um trabalho.
— Você tem irmã?
— Sim. Ela tem 22 e está terminando a faculdade de arquitetura em Minas. Ela passa o maior perrengue lá. Não nos vemos há quatro anos. Acho que ano que vem ela acaba.
— Acredita que eu sou de Minas? Jogava no time de lá Bola Mineiro. Até comecei a faculdade na federal em BH, mas tive que vir para cá. Joguei com o Jonas Poullo na base do Bola, mas ele logo foi para o Rio.
— Minha irmã também faz federal em BH!
— Se quiser posso levar você e seu pai comigo para lá. Vou vistar minha família no natal. Volto depois de ano novo e os traria até o bairro de vocês.
— Seria ótimo!
— Depois falamos com seu pai. Agora me diga por que quer conhecer o Rio.
— Era a cidade da minha mãe — respondo baixinho. — Lá ela viveu a vida toda, mora uma irmã dela... Eu só quero estar onde sei que estava um dia.
— Era? Estava? Percebi na conversa ontem que ela não é presente.
— Ela morreu quando eu tinha quatro anos.
— Nossa. Me desculpe.
— Sem problemas.
Depois disso ele toca em assuntos mais leves como minhas músicas preferidas, a comida que mais gosto e que faculdade eu quero fazer em 2018 depois de terminar o ensino médio.
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Além do Futebol [Completo]
RomanceConcluída! Kiara e o pai haviam conseguido um ingresso para o jogo da turnê beneficente do Alarco. Lá Kiara conhece um dos jogadores do time que a faz uma proposta inusitada: viajar com o time do Alarco nessa turnê fazendo o que ela sempre sonhou...