Capítulo 7

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01/12/17, Segunda-feira aproximadamente 23:34h

       Fico ali simplesmente parada chorando contra o peito de Jonas até meu celular tocar. Afasto-me e o tiro do bolso. Namo Camille brilha na tela.

    — Ei —  murmuro ao atender.
 

   — Pelo amor de Deus me dê notícias! — exclama Camille.
       Seguro a vontade de chorar. Tenho que ser forte por ela.
       — Ele está sendo operado. O drogado do Greg bateu tanto nele que causou uma hemorragia no cérebro e uma parada cardiorrespiratória.
       — Mas ele vai ficar bem, não vai? — diz ela com a voz fina de choro.
       — Os médicos não podem dizer nada até ele acordar.
       — E você está sozinha? Eu quero tanto está com você, mas eu não tenho dinheiro.
       — O Jonas está comigo — digo. — Não se preocupe.
       — Eu amo você Kiara. Vai dar tudo certo. Agradeça o Jonas por mim.
       — Também amo você, Mille. Assim que tiver notícias te ligo.
      Enfio o celular no bolso e sento no sofá. Jonas senta ao meu lado. Yury havia saído dali e eu nem percebi. As horas se arrastam. O telefone de Jonas toca e ele discuti com alguém. Mas um tempo se passa até Yury voltar.
       — A cirurgia foi um sucesso e não houve complicações.
       — Eu já posso vê-lo? — pergunto animada. Obrigado, Deus!
       — Não. Ele está na UTI. Passará a noite lá, pois cirurgias assim podem causar algum efeito até horas depois. Amanhã pela tarde se nada mudar ele será passado para um quarto e você poderá vê-lo — explica ele.
       — Então podemos ir dormir? — pergunta Jonas.
       — Com certeza — diz Yury. — Amanhã vocês voltam descansados.
        — Obrigada Yury — diz Jonas.
        — Tudo para um amigo. Boa noite a vocês.
      Espero ele sair da sala de espera para virar e encarar Jonas.
       — Eu vou ficar aqui.

     — Eu não te deixaria aqui sozinha jamais. — rebate ele digitando algo no celular.
       — Mas eu não quero deixar o meu pai sozinho! — exclamo.
       — Ele não vai estar sozinho. — diz ele enfiando o celular no bolso. — Tem uma equipe médica de alto padrão ao seu dispor. Eu tenho um apartamento aqui no Rio e é perto daqui. Vamos para lá descansar.
       No fim acabo indo. Mesmo tendo dormido na viagem de vinda para cá eu estou exausta. No carro ligo para Mille informando sobre a cirurgia e ela chora de felicidade. Quando finalmente desligo a chamada meu celular toca de novo. Joseph.
       — Que foi? — pergunto logo ao atender.
       — Kia! Onde a senhorita se meteu? Estou louco atrás de você.
       — Joseph eu não sou uma criança para você ficar me cobrando. E só agora você foi lembrar de mim?
       — Eu estava... com uma mulher. Desculpe.
       — Não, não desculpo. Meu pai quase morreu hoje e eu não tinha ninguém para me ajudar.
       — O que?
       — Se não fosse pelo Jonas ele estaria morto.
       — Você está com o Jonas?
       — Meu pai teve uma hemorragia cerebral e Jonas pagou o hospital no Rio para ele. Sim, estou com ele indo para o apartamento dele dormir. Eu estou cansada então boa noite.
       — Você vai dormir com o Jonas? E como está o seu pai? Meu Deus! Me desculpe Kiara.
       — Ele foi operado. Boa noite.
       Desligo o celular sem vontade nenhuma de bater papo. Mas meu celular vibra novamente. Era um número que eu não conheço. Bufo e Jonas ri ao meu lado.
       — Joseph se for você...
       — Kia! — gritam duas vozes que eu sempre reconheceria. Alam e Colin.
       — Meninos! — exclamo feliz.
       — Como está o seu pai, Kia? — pergunta Colin.
       Explico novamente toda a história.

       — Fico feliz que o tio Joel está bem — diz Alam.

     — Agora me diz que história é essa de você está pegando Jonas Poullo? — é Colin que pergunta. Olho para lado me perguntando se Jonas consegue ouvir.
       — Nós somos amigos! — exclamo envergonhada.
       — Aham safadinha! Admite que tá finalmente perdeu esse seu BV. — Os  dois gritam tão alto que dessa vez Jonas escuta e me dá um olhada de lado com um sorriso no rosto.
       — Alam e Colin! Calem a boca. Ele está do meu lado.
       — Ops. — diz Alan.
       — Mas você tá pegando ele ou não? — pegunta Colin.
       — Eu estou ficando de saco cheio. E de quem é esse celular? — pergunto mudando de assunto.
       — Minha mãe achou na rua e me deu!— diz Alan. — Tentamos ligar para o alguns telefones na agenda, mas ninguém atende.
       — E como conseguiram meu número?
       — Sua irmã passou para o seu Carlinhos que passou para a gente.
       O carro para e percebo que já chegamos.
       — Garotos tenho que ir. Podem me ligar amanhã.
       Enquanto salvo o número de Alam, Jonas sai do carro e abre a minha porta. Seus olhos me encaram intensamente.
       — Então você nunca beijou ninguém além de mim? — sussurra ele.
       — Esquece isso. — digo envergonhada.
       — Esquecer? Nop. É muito excitante.
       Arregalo os olhos com suas palavras.
       — Jonas...
       — Saber que eu sou o único que beijei sua linda boca é extraordinário.
       — Jonas...
       — Vamos subir.
       Pegamos o elevador e eu fico desconfortável. Ainda mais não havendo ninguém no elevador além de nós.
       O apartamento de Jonas está mais para mansão. É enorme, bonito e muito bem decorado.
       — Quer tomar um banho enquanto eu preparo algo para gente comer? — pegunta Jonas. — Eu mandei abastecer a geladeira.
       — Pode ser.
       Ele me mostra onde é o banheiro e eu entro com minha mala. Assim como o resto do apartamento o banheiro é enorme e tem até uma banheira! Mas como não sei ligar vou para o chuveiro mesmo.
       O chuveiro é tão potente que parece que uma chuva torrencial cai sobre mim. Lavo meu cabelo com um creme que tem um cheiro masculino forte, mas é o único que tem. Quando acabo me enxugo com uma grande toalha felpuda e escolho uma muda entre minhas poucas roupas. Deixo a mala ali mesmo e depois de pentear o cabelo volto para cozinha.
       — Eu não ligo para sua opinião — diz Jonas.
       — As drogas afetaram sua mente? — a voz masculina vem do celular de Jonas que está no viva voz. Ele mexe no microondas. — Pedofilia é crime sabia? Essa menina é uma criança.
       — Pedofilia é qualquer ato sexual com um menor de 14 anos. Ela tem 16 e sabe que se não quiser é so dizer não. — fala Jonas.
       — Estou falando da repercussão que isso está dando na mídia. E você tem 19 quase 20 anos!
       — Justamente eu tenho mais de 18 anos e não preciso de ninguém me dizendo o que fazer. Você é meu empresário não meu pai.
       Nesse momento Jonas vira e me vê. Tomo um susto, mas ele não parece estar bravo.
       — Tchau. Tenho que ir.
       — Jonas não desligue esse celular...
       É exatamente isso que Jonas faz, desliga o celular e o enfia no bolso.
       — Eu... desculpe por ficar ouvindo. — murmuro envergonhada.
        — Sem problema, Kia. Agora sente aí para comer.
        Ele tira algo do microondas e coloca na mesa enquanto eu me sento. O cheiro está incrível.
        — Como eu não sei fazer nada tão rápido assim ficamos com boa e velha lasanha congelada. — diz ele.
       — O que é lasanha? — pergunto olhando-o colocar um pedaço daquilo no meu prato.
       — Você nunca comeu lasanha?
       — Hum... não.
       — Não acredito! Então como logo você não sabe o que está perdendo.
       Provo um pedaço daquilo e realmente é uma delícia! Logo estou no meu segundo pedaço e completamente satisfeita.
       — Não vai comer? — pergunto ao perceber que Jonas nem encostou na lasanha para tirar um pedaço para si.
        — Minha dieta não permite. Posso mostrar o seu quarto? Eu estou realmente cansado.
        — Sim, sim.

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