Capítulo 26

251 11 6
                                    

— Vamos deixar eles conversarem Gui. — diz Camille puxando o namorado casa a dentro.

Encaro papai que para a minha frente. Eu não tinha noção do que falaria.

— Você está diferente. — diz ele.

Realmente. Uma roupa fazia muito diferença. Não estava com um jeans desgastado nem uma blusa antiga. Havia colocado uma saia branca esvoaçante é uma blusa de seda preta com alcinhas fininhas. O cordão de namoro pendia no meu pescoço e nos pés havia colocado uma sandália preta. Havia passado um pouco de rímel e batom também.

— Jonas comprou roupas para mim em Portugal. — digo séria.

— Não se acostume com todo esse luxo quando ele te largar...

— Pai você entende de amor porque amou a mamãe. Eu amo Jonas e ele me ama. O dinheiro dele é uma consequência disso. Nós vamos continuar juntos.

— Ah mas não vão mesmo. Acha que eu vou te deixar voltar para Portugal? Depois do que você fez?

— Você fala como se você tem tivesse perdido a virgindade somente quando se causou com a mamãe. Aposto que com 13 anos você já dava escapadas. Agora porque eu sou mulher não posso?

— Não pode porque você é uma criança! — exclama papai.

— Talvez eu seria. Em uma outra vida. Onde você tivesse dinheiro e eu fosse a filha mais nova mimada. Mas pai eu já sofri muito na vida. Isso me fez amadurecer muito. Tenho só dezesseis anos mas sinto como se tivesse quarenta.

— Eu não vou aceitar a minha menininha.... Fazendo sexo!

— Pai você tem que entender que eu não sou mais uma menininha! Eu cresci. Se você proibir com o Jonas eu posso me apaixonar por outro cara aqui em Minas e fazer sexo do mesmo jeito. É melhor que seja com o Jonas. Que me ama e que já lutou tanto pela minha família.

Obviamente eu não faria sexo com mais ninguém. Mas queria que papai entendesse.

— Olha eu não vou concordar. — diz papai como uma careta. — Só não vamos falar sobre isso, tudo bem? O que os olhos não vêem o coração não sente. Só nao me apareça grávida.

— Tudo bem. A gente usa camisinha e eu comecei a tomar anticoncepcional.

— Eu não quero saber dos detalhes! — exclama papai.

— Está bem. Mas agora temos que conversar sobre sua família, não?

Nos sentamos no sofá. A conversa demora. Papai explica que tinha medo de me contar e eu ficar obscecada em procurar essa família. Digo que os conheci ontem. Papai se emociona ao saber que os irmão queriam vê-lo.

— Mas o senhor Célio é um saco. Ele ainda não aceita mamãe. — digo revirando os olhos.

— Meu pai sempre foi muito cabeça dura. — diz papai. — Antes de tudo eu nem queria fazer Civil. Meu sonho era ser administrador. Mas ele me obrigou a fazer civil. Depois quando tentei novamente fazer a faculdade foi mais fácil continuar civil já que eu podia cortar matérias.

— Mas o restante da família foi todo mundo muito gentil. Podíamos ir no rio em algum fim de semana.

— Como? Jonas não está mais aqui para pegar seu helicóptero. — Sinto um pouco de ironia na voz de papai.

— Ele deixou um motorista a minha disposição. Para me levar a escola é o que mais eu quiser.

— Vou pensar. Não sei se me fará bem revê-los. Agora vem cá da um abraço no seu pai.

Além do Futebol [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora