— Vamos deixar eles conversarem Gui. — diz Camille puxando o namorado casa a dentro.
Encaro papai que para a minha frente. Eu não tinha noção do que falaria.
— Você está diferente. — diz ele.
Realmente. Uma roupa fazia muito diferença. Não estava com um jeans desgastado nem uma blusa antiga. Havia colocado uma saia branca esvoaçante é uma blusa de seda preta com alcinhas fininhas. O cordão de namoro pendia no meu pescoço e nos pés havia colocado uma sandália preta. Havia passado um pouco de rímel e batom também.
— Jonas comprou roupas para mim em Portugal. — digo séria.
— Não se acostume com todo esse luxo quando ele te largar...
— Pai você entende de amor porque amou a mamãe. Eu amo Jonas e ele me ama. O dinheiro dele é uma consequência disso. Nós vamos continuar juntos.
— Ah mas não vão mesmo. Acha que eu vou te deixar voltar para Portugal? Depois do que você fez?
— Você fala como se você tem tivesse perdido a virgindade somente quando se causou com a mamãe. Aposto que com 13 anos você já dava escapadas. Agora porque eu sou mulher não posso?
— Não pode porque você é uma criança! — exclama papai.
— Talvez eu seria. Em uma outra vida. Onde você tivesse dinheiro e eu fosse a filha mais nova mimada. Mas pai eu já sofri muito na vida. Isso me fez amadurecer muito. Tenho só dezesseis anos mas sinto como se tivesse quarenta.
— Eu não vou aceitar a minha menininha.... Fazendo sexo!
— Pai você tem que entender que eu não sou mais uma menininha! Eu cresci. Se você proibir com o Jonas eu posso me apaixonar por outro cara aqui em Minas e fazer sexo do mesmo jeito. É melhor que seja com o Jonas. Que me ama e que já lutou tanto pela minha família.
Obviamente eu não faria sexo com mais ninguém. Mas queria que papai entendesse.
— Olha eu não vou concordar. — diz papai como uma careta. — Só não vamos falar sobre isso, tudo bem? O que os olhos não vêem o coração não sente. Só nao me apareça grávida.
— Tudo bem. A gente usa camisinha e eu comecei a tomar anticoncepcional.
— Eu não quero saber dos detalhes! — exclama papai.
— Está bem. Mas agora temos que conversar sobre sua família, não?
Nos sentamos no sofá. A conversa demora. Papai explica que tinha medo de me contar e eu ficar obscecada em procurar essa família. Digo que os conheci ontem. Papai se emociona ao saber que os irmão queriam vê-lo.
— Mas o senhor Célio é um saco. Ele ainda não aceita mamãe. — digo revirando os olhos.
— Meu pai sempre foi muito cabeça dura. — diz papai. — Antes de tudo eu nem queria fazer Civil. Meu sonho era ser administrador. Mas ele me obrigou a fazer civil. Depois quando tentei novamente fazer a faculdade foi mais fácil continuar civil já que eu podia cortar matérias.
— Mas o restante da família foi todo mundo muito gentil. Podíamos ir no rio em algum fim de semana.
— Como? Jonas não está mais aqui para pegar seu helicóptero. — Sinto um pouco de ironia na voz de papai.
— Ele deixou um motorista a minha disposição. Para me levar a escola é o que mais eu quiser.
— Vou pensar. Não sei se me fará bem revê-los. Agora vem cá da um abraço no seu pai.
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Além do Futebol [Completo]
RomansConcluída! Kiara e o pai haviam conseguido um ingresso para o jogo da turnê beneficente do Alarco. Lá Kiara conhece um dos jogadores do time que a faz uma proposta inusitada: viajar com o time do Alarco nessa turnê fazendo o que ela sempre sonhou...