Capítulo 23

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Duas horas mais tarde quando finalmente pergunto pela milésima vez sou informada que a facada não afetou nenhum órgão vital mas que tiveram que dar pontos internos e externos para diminuir a hemorragia. Agora Jonas só precisava de repouso. E eu não podia vê-lo por ser menor de idade! Ligo para Uriel que já havia chegado no Rio e me disse que conseguiu a transferência de Jonas para um hospital particular no Rio, afinal estamos a três horas de lá.

Mas eu deveria esperá-lo aqui pois ele viria prestar a queixa e me buscar. Eu não tinha nenhum lugar para ficar então caminho até um praça próxima ao hospital e sento em um banco lá. Quando começa a escurecer e a fome bate uso os dez reais da minha carteira para comer um cachorro quente com copo de suco de uma senhora ali mesmo.

Meu telefone finalmente toca, Uriel queria saber onde eu estava. Quando finalmente nos encontramos ele me dá um esporro por não ter voltado para o hotel. Eu estava tão nervosa que nem lembrei que hotel existia. Mas acabamos tendo que ir lá para pegar minhas coisas e as do Jonas.

Durmo a viagem todo o que faz passar mais rápido. Sou acordada por Uriel quando paramos em frente ao hospital. Como estava acompanhada de um adulto eles me permitem entrar.

A mãe de Jonas esta sentado ao lado da cama e meu namorado veste aquelas batas de hospitais que com certeza não cai bem no jogador mais famoso do mundo. Sorrio aliviada ao vê-lo de olhos abertos e corro para abraçá-lo. Tomo cuidado em jogar meu peso somente na parte de cima do seu tronco. Seus braços envolvem e antes que eu perceba estou chorando contra o peito de Jonas.

— Ei minha linda. Calma. Eu tô bem.

— Nunca mais faça isso Jonas. Eu quase morri do coração. — murmuro levantando e enxugando as lágrimas. — Eu já perdi minha mãe, quase perdi meu pai com aquela hemorragia e agora você.

— Eu estou bem aqui, meu amor. — diz ele segurando minha mão. — Não vou a lugar nenhum.

— O policial me contou que você ligou para polícia. — diz Uriel, ao lado da esposa. — Você foi muito corajosa, salvou  nosso filho.

— Como me encontrou? — pergunta Jonas.

—Eu te esperei por mais de meia hora. Quando desci vi o Alarco indo embora. Simplesmente deduzi que não havia algo certo. Quando entrei no vestiário ouvi seu pai te ameaçando e voltei. A polícia me mandou esperar lá na frente.

— Você é incrível Kiara. — murmura ele beijando a minha mão.

— Que tal deixarmos os pombinhos sozinhos e irmos para o hotel? — diz a mãe dele. — Ou você prefere ir para o hotel também Kiara?

— Ela está intimada a passar a noite aqui do meu lado! — exclamo Jonas.

— Se é pelo bem nação, eu fico!

Depois que os pais dele finalmente vão embora Jonas se ajeita na cama, eu tiro o sapato e deito com cuidado ao seu lado. Dou graças a Deus por ele esta bem.

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Acabamos voltando para minas para passar os próximos vinte dias já que o médico mandou Jonas ficar de repouso. Ele disse que eu podia acompanhar o Alarco se quisesse mas com Otaviano perto eu tenho medo.

O pai de Jonas havia sido preso e esperava o julgamento. Ele estava sendo acusado por ameaça, abuso de incapaz, tentativa de homicídio, tentativa de sequestro e mais uma porção de coisas.

Jonas foi obrigado a fazer uma coletiva para esclarecer os fatos afinal seu pai era pintado pela mídia como bom moço.

Papai começou no novo emprego como assistente na copiadora na empresa do Uriel. Não era nenhum trabalho maravilhoso, pagava salário mínimo mas não exigia esforço físico de papai.

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