—Já está pronta? — perguntou minha mãe entrando no quarto.
—Sim. — dei um meio sorriso e ela franziu a testa.
—Tem certeza de que está pronta? Não acho que tenha escovado o cabelo.
—Eu não gosto de escovar o cabelo, você sabe que ele fica armado.
Minha mãe deu uma risadinha.
—Deixa que eu arrumo para você. — cantarolando uma música qualquer ela escovou e trançou meu cabelo em uma "Maria Chiquinha baixa". — Seu pai está te esperando no carro. — murmurou assim que terminou.
—Você não vai me levar também? — a olhei confusa.
Ela não disse nada, apenas me dei um leve beijo na cabeça e saiu do quarto, me deixando sozinha de frente ao espelho.Respirei fundo me preparando para sair da casa e encontrar com meu pai no carro. Ele pareceu não perceber que adentrei o mesmo, estava com o olhar vazio, parecia pensar sobre algo muito sério.
—Pai? Está tudo bem? — perguntei incerta.
Em resposta ele ligou o carro e fomos a estação. Eu nunca havia entrado em lugar tão cheio em toda minha vida, eu me sentia em um formigueiro. Me segurei com firmeza no casaco de meu pai enquanto ele me guiava entre a multidão barulhenta, mau percebi quando paramos e ele me entiquetou.
—Desculpa... — sussurou em meu ouvido.
—Está tudo bem, eu vou ficar bem. — tentei tranquiliza-lo. — Serão apenas alguns dias.
Ele me abraçou forte e me ajudou a embarcar.
—Quando você estiver saindo do trem procure por Dona Marta, entendeu? — confirmei com a cabeça e ele sorriu. — Se cuida.
O trem começou já estava andando por alguns minutos e eu tinha dificuldades em encontrar uma cabine que não estivesse lotada, estava cansada de arrastar a mala pelo trem, encontrei um soldado ajudando uma criança pequena a se acomodar e caminhei até o mesmo.
—Com licença?
—Está tudo bem? — ele perguntou me analisando.
—Sim, só tenho dificuldades em encontrar um lugar.
Ele pareceu aliviado e sorriu.—Pensei que você fosse mais uma criança com enjôos. — ele fechou a porta da cabine e fez um sinal para que lhe acompanhasse. — Cinco cabines a frente tem um lugar sobrando, você pode ficar por lá.
—Obrigada.
Caminhei a cabine indicada e notei que haviam quatro pessoas conversando lá dentro, prendi o ar antes de abrir a porta atraindo a atenção deles.
—Vocês se importam? As outras estão cheias. — perguntei envergonhada.
—Não, pode sentar. — disse uma garotinha pequena.
—Obrigada. — sorri para ela.
Tentei guardar minha mala mas eu não alcançava o suporte, então tirei os sapatos, coloquei um pé em cada banco peguei a mala e quando eu estava quase conseguindo guarda-la o trem fez uma curva um tanto quanto brusca na estrada, fazendo com que eu caísse em cima de um garoto com a mala em cima de mim.
—Outh. — gemeu o garoto. — Sai de cima de mim.
Me levantei rapidamente e peguei a mala, todos me encaravam e o garoto me fuzilava com os olhos.—Desculpe. — eu estava com a cabeça baixa tentando esconder meu rosto rubro de vergonha.
Houve um curto momento de silêncio, que para mim parecia uma eternidade antes das outras três crianças começarem a rir.
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Nárnia Princess | AnotherTale [Sendo Alterada]
FanficDurante a segunda guerra mundial os pais de Amanda acabam tendo que deixá-la na casa de seu tio, ainda desconhecido pela garota, para que ela possa ficar longe de bombardeio que datam pela cidade. Durante o período na casa de seu tio ela acaba conhe...