Eu estava andando pelo centro da cidade com a minha mãe quando ouço alguém gritar meu nome desesperadamente, assim que me viro vejo Eustáquio correndo desajeitado até mim, o que fez com que eu me controlasse para não gargalhar.
-Eustáquio, quanto tempo! - exclamo abraçando o mesmo. - Como estão as coisas?
-Ótimas. - ele disse indo comprimentar minha mãe. - Eu soube de seu namoro com Edmundo, nunca vi um garoto tão abobado.
-Querida, pode ficar conversando com ele se quiser. - disse minha mãe. - Ainda tenho muito o que fazer.
-Ela pode ir em casa? - perguntou Eustáquio. - Ed teria uma bela surpresa!
Minha mãe me encarou e depois sorriu.
-Certo, mas quero você aqui daqui a... Duas horas, tudo bem?
-Obrigada mãe. - sorri largamente e Eustáquio saiu me arrastando pela rua.
-Sabe, nós podiamos não nos dar bem no começo, sabe?. - começou Eustaquio. - Mas eu te considero da familia, embora você já seja, já que agora está namorando com o Ed.
-Bom, agora eu sinto que devo te pedir desculpa pelo que disse quando fomos capturados pelos mercadores de escravos, não foi só sua culpa... Mas isso não quer dizer que a maior parte do ocorrido não seja sua culpa.
-Vou ignorar o final. - ele disse parando de andar. - Chegamos.
Olhei para o sobrado onde ele entrava, respirei fundo um pouco nervosa pelo fato de conhecer alguns parentes de Edmundo e apertei minhas mãos na roupa.
-Você não vem? - Eustaquio perguntou abrindo a porta.
-Ah, claro.
Entrei na casa logo atrás de Eustaquio e ouvi varias vozes alegres, algumas bem familiares a mim. Eustáquio se aproximou da porta e a abriu de leve fazendo com que as vozes parassem.
-Eu encontrei uma pessoa na rua e achei que vocês iriam querer conhecê-lá. - ele disse olhando para mim que paralisei. - Vem.
Me aproximei devagar da porta e vi o meu quarteto preferido me encarando surpreso e mais dois casais de adultos, Lúcia foi a primeira a me comprimentar com um abraço.
-Pensei que agora, você só ligasse pro Ed. - ela disse me apertando.
-Ei, você que não ia me visitar junto com ele. - respondi sorrindo.
-Quanto tempo Amy. - disse Pedro vindo em minha direção.
-Também senti saudades. - abracei ele.
-Você mudou bastante desde o seu aniversário. - ele disse sorrindo.
-Talvez um pouco, minimamente. - brinquei.
-Querida, você continua a mesma. - disse Susana me abraçando.
-Sempre.
-Ainda dança?
-Não desde o meu aniversário.
-Que pena, você tem talento.
-Obrigada.
Edmundo se aproximou e segurou minha mão.
-Não sabia que você viria. - ele disse um pouco nervoso.
-Bem, foi ideia do Eustáquio. Mas se eu estiver atrapalhando, posso ir embora.
-Você não está atrapalhando. - ele sorriu fraco.
Ouvi alguém coçar a garganta e me virei vendo um moço do exercito, provavelmente o capitão se levantando e nos encarando.
-Desculpe mas, quem é você? - ele perguntou confuso.
No momento em que eu iria me apresentar Edmundo interveio.
-Essa é Amanda, minha namorada. - ele disse.
-Isso é sério? - perguntou ele. - Pensei que estava brincando.
-Não estava pai, era sério.
O pai de Edmundo me encarou e eu prendi a respiração.
-Os pais dela sabem sobre o namoro? - ele perguntou.
-Contei há alguns dias, e bem, o pai dela fez algumas regras sobre o nosso namoro, mas aprovou.
-Que tipo de regras?
-Do tipo, nada de excesso de afeto, sempre que formos sair terei que chegar em casa cedo e nada de gracinhas. - falei.
-Bem, não discordo de seu pai. - ele disse. - Mas seria bom conhecê-lo.
-Claro, daqui a duas horas minha mãe vai estar na praça me esperando, então se quiserem já ir falar com ela para marcar um jantar ou coisa parecida...
-Seria ótimo. - disse uma senhora se levantando também. - Mas, por hora me contento em conhecer a namorada de meu filho.
Encarei Edmundo e o mesmo sorriu docemente para mim.
-Ah, claro senhorita Pevensie. - falei sorrindo fraco.
Edmundo me aproximou deles, e nos sentamos em um pequeno sofá, e os outros também se aproximaram.
-Bem Amanda, por que não nos conta sobre a sua familia? - perguntou a mãe dos garotos.
-Bem, nós Quinzleys somos uma familia bem grande e um pouco... Ahmm...
-Eu achei bem divertida. - disse Pedro.
-Não era essa palavra que eu procurava, mas também serve. - sorri pra ele. - Bom, nós também somos bem unidos e acho que vocês tem que conhece-los para entender do que estou falando.
-Você por acaso é parente de Jasper Quinzley? - perguntou o pai de Edmundo.
-Sim, ele é meu tio.
O pai de Ed gargalhou.
-Entendo por que você não encontrou a palavra que definisse sua familia. - ele confessou. - Seu tio é um palhaço, mas um grande homem, isso não há como negar.
-É, ele é uma boa pessoa. - sorri ao me lembrar dele.
-Com toda certeza.
-Como vocês se conheceram? - perguntou uma moça, provavelmente a mãe de Eustáquio.
-Quando tiveram que tirar as crianças da cidade por causa do bombardeio, nós acabamos por ir a mesma casa. - expliquei.
-É, o tempo que passamos lá foi incrivel. - disse Lúcia.
-Os melhores dias da minha vida. - concluiu Pedro.
-É, nem mesmo as implicâncias do Ed conceguiram estragar. - falei fazendo com que os quatro rissem.
-Mas você também não era nada fácil. - rebateu Edmundo.
-Você que reclamava de tudo, isso me irritava.
-Mas você que era a grossa da história.
-Eu não era grossa, só não deixava você folgar em mim.
-Eu não era folgado!
-Era sim!
-E você é marrenta!
-Não sou, não!
Eu virei a cara para o outro lado e ele pegou a minha mão.
-Amy, vamos pare com isso.
-Não, sou marrenta demais para parar, esqueceu?- respondi ainda de costas para ele, mas já sorrindo.
-Amanda, eu sei que você quer rir. - ele falou em um tom divertido.
-Quem disse?
-Eu disse.
Ele me puxou para ele fazendo cócega em mim, não muita, mas o suficiente para me fazer gargalhar.
-Eu disse que você queria rir.
-Não valeu, você forçou isso!
-Mas você riu.
-Bobo.
Me sentei direito e lembrei que havia mais gente na sala, o que me fez corar violentamente.
-Vocês são tão fofinhos. - disse Lúcia.
-Acho que deveriam se comportar melhor já que não estão sozinhos. - disse Susana.
-Ora Susana, deixe eles. - disse a mãe de Ed. - Eles ainda são jovens e estão no começo de tudo, eles tem que aproveitar isso.
Ela me encarou e eu sorri fazendo com que ela que piscasse para mim.
-Agora que já a conheceram. - Edmundo se levantou. - Acho que não se importaram em nossa saida.
-Para onde vão? - perguntou o pai dele.
-Dar uma volta.
-Você sabe sobre as regras do pai dela, e não quero que você as quebre.
-Não farei isso, se eu fizer corro o risco de perdê-la. - disse Edmundo. - E não quero que isso ocorra.
Ed estendeu a mão para mim que a segurei e me levantei.
-Só iremos dar uma volta.
Após isso ele me tirou da sala e me levou até o pequeno jardim da casa.
-Ed, você está nervoso? - perguntei me arrependendo logo em seguida pelo olhar que recebi dele.
-Eu não sou mais criança, e mesmo assim eles me tratam como se eu não tivesse ideia do que estou fazendo. É frustrante.
-Eu sei como é.
-Amanda, aconteça o que acontecer. - ele segurou as minhas duas mãos. - Eu nunca vou te abandonar.
-Eu sei.
Ele acariciou meu rosto e eu fechei meus olhos.
-Você é tudo o que eu sempre quis. Embora seja um pouco mais marrenta.
-Não comece. - alertei encarando ele.
-Eu gosto de te irritar.
-Percebi, mas sabe... Existe uma coisa ainda melhor que me irritar.
-Acho que sei do que está falando. - ele se aproximou de mim colando as nossas testas.
-Não sabe não, eu estava falando de comer pudim. - expliquei rindo.
-Sério?
-Claro, mas não te condeno por não entender o quis dizer, se eu estive em seu lugar faria o mesmo.
-Não temos pudim, então poderiamos fazer o que eu deduzi que seria.
-Até que não é má ideia. - falei me aproximando e ele me beijou.
-Você é incrível sabia?
-Eu meio que estava começando a querer deduzir isso.
Ele riu, me abraçou por trás e beijou a minha bochecha.
-Acha que gostaram de mim? - perguntei apreensiva.
-Tenho certeza de que meu pai gostou. - ele disse. - Já a minha mãe tenho 90% de certeza, mas sei que ela te achou muito simpatica.
-Isso já é alguma coisa.
-Sabe, eu tenho que lhe avisar sobre algo. - ele disse colocando o queixo no meu ombro. - Acho que você não vai gostar muito.
Me virei para ele um pouco nervosa.
-O que foi?
-Bem, meus pais aceleraram um pouco o processo e, vou me mudar no final desse mês.
-Isso é sério?
Ele concordou com a cabeça.
-Passar um mês sem te ver vai ser... Divertido. - falei e ele fez uma careta.
-Divertido?
-É, sabe com você longe poderei dar umas saidas.
-Amanda...
-O que? Você já viu a nova lanchonte? - expliquei. - Tem um toca discos e a noite é quase em salão de dança.
Ele arregalou os olhos vendo que eu não mostrava indício de ser uma brincadeira.
-Você está brincando né?
-O que acha? - perguntei fazendo uma careta. - É claro que eu estou, bem só pela parte de que ficar longe de você seria divertido, mas sobre a lanchonete não. Eu realmente quero ir.
-Então nós iremos.
-Sério?
-O que acha? - ele me imitou e eu pulei nele que me segurou em um abraço.
-Ed, você é o melhor. - sussurei em seu ouvido e beijei sua bochecha.
-Ei, casal! - gritou Pedro na entrada do jardim. - A mãe está chamando vocês para comer.
-Já vamos. - Ed gritou de volta me soltando.
Pedro resmungo algo e saiu andando, me virei para Edmundo e o mesmo me abraçou de lado.
-Não temos nem privacidade. - ele reclamou me levando para dentro da casa de novo e eu ri fraco.
-O que você queria? Ainda estamos dentro da casa.
-Eu sei, mas eles podiam respeitar um pouco.
-Você é tão reclamão! - falei divertida.
-E você irritante!
-Eu sei, sou a melhor quando se trata de irritar as pessoas.
-Não posso discordar.
Encrei ele contrariada e ele riu.
-Bobo, não vi graça. - falei entrando na cozinha.
-Como você aguenta ele? - perguntou Eustáquio.
-Acho que você deveria perguntar como eu à aguento. - disse Ed.
-Fácil, você me ama. - respondi e ele corou.
-Vocês são uma graça de casal. - disse a mãe do Eustáquio.
-Obrigado tia Alberta. - Ed disse meio sem graça.
-Você escolheu uma bela garota. - disse o pai de Eustáquio e Edmundo me encarou.
-Ela realmente é bela, mas eu não a escolhi. - ele explicou. - Só aconteceu.
Encarei ele e sorri fraco.
-Bem, fico feliz por você e meu filho. - disse a mãe dos Pevensie. - São realmente um belo casal. Mas acho que deveriam tomar cuidado, as vezes amar machuca.
-Eu não pretendo magoar o Edmundo, se é com isso que a senhora está preocupada. - explliquei. - Eu realmente o amo.
Ficamos em silêncio na cozinha até a mãe de Eustáquio, tia Alverta se levantar.
-Acho que estamos demorando demais para comermos, concordam?
Dito isso nós todos nos sentamos na mesa e passamos a conversar animadamente.
-Olha a hora! - exclamei ao ver que estava dez minutos atrasada. - Eu estou atrasada, deveria ter ficado de olho no horário!
Me levantei e Ed também.
-Você já vai? - ele perguntou.
-Vou, minha mãe já deve estar a minha espera. Obrigada pelo chá da tarde, e desculpem se fiz algo que não gostaram muito.
-Que é isso querida, não precisa se preocupar. - disse tia Alberta se levantando para nos despedirmos.
-Não precisa se despedir de um por um, você já está atrasada. - disse o pai de Eustáquio.
-Ah claro.
-Nós vamos te acompanhar. - disse o pai de Edmundo se levantando. - E já aproveitamos para conversar com sua mãe.
-Tudo bem. - falei.
-Podem ir na frente. - disse a mãe dele se levantando.
Edmundo pegou minha mão e me tirou da casa.
-Tem certeza que sua mãe gosto de mim 90%? - perguntei.
-Talvez 80%.
-Ta mais para 75.
-Por que estamos falando sobre isso? Eu estou mais preocupado com a minha viagem.
-Não vejo nada demais em você ir um mês antes de mim.
-Você diz isso por que não tem que se preocupar com a concorrência.
-Você também não, você é único pra mim.
-Espero que continue pensando assim.
-Sério, não precisa se preocupar.
-Okay.
Passamos o resto do caminho até a praça em silêncio. Assim que minha mãe nos viu acenou e Edmundo foi comprimentá-la.
-Como vai querido?
-Bem e a senhora?
-Preocupada com uma certa garota que nunca se atrasa em nada.
-Desculpe, é que eu conheci os pais do Ed hoje.
-Oh, e como foi?
-Bom.
Ouvi alguém coçar a garganta e me virei vendo os pais do Ed.
-Ah, esses são meus pais. - disse Ed. - Lydia e Scott.
-Prazer, Mary. - minha mãe disse indo comprimentá-los. - sou mãe da Amanda.
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Nárnia Princess | AnotherTale [Sendo Alterada]
FanfictionDurante a segunda guerra mundial os pais de Amanda acabam tendo que deixá-la na casa de seu tio, ainda desconhecido pela garota, para que ela possa ficar longe de bombardeio que datam pela cidade. Durante o período na casa de seu tio ela acaba conhe...