16°

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Ao retornarmos ao monte de Aslam, a primeira coisa que fiz foi correr para organizar os arqueiros.

—Vocês ficaram aqui, organizados em duas fileiras. — expliquei. — Os anões na frente e os sátiros atrás, os centauros e os sátiros que sobrarem vão ficar um nível a cima. Mantenham as aljavas cheias, as flechas que vocês fizeram a mais ficaram nessas caixas. — falei indicando as quatro caixas de flechas. — Terá duas lá em cima com os centauros e duas aqui, alguma duvida?

Eles negaram, vi o exército de Miraz se aproximar e suspirei.

—Eu vou lá embaixo, não saiam daqui. — pedi. — Se sairem ficará dificil de voltarmos todos de uma vez. Façam o que quiserem, só não saiam daqui e nem atirem nos telmarinos enquando eles não nos atacarem.

Me afastei deles com calma, assim que sai da vista deles corri e acabei tropeçando em Caspian.

—Está tudo bem? — ele perguntou me encarando.

—O exército de Miraz acabou de chegar. — contei. — Pedro deve estar indo encontrá-lo agora.

—Vamos. — ele correu na frente.

—Por algum acaso Miraz tem alguma falha? Tem algo que ele sempre faz, como baixar a guarda em algum momento? — perguntei assim que saimos do monte.

—Não que eu me lembre. — ele respondeu.

—Ótimo.

—O que foi? Acha que Pedro vai perder? — Caspian perguntou confuso.

—Eu não sei, para falar a verdade estou com medo por ele. — confesei. — Pedro é um ótimo espadachim, mas não sei se esse duelo é uma boa ideia.

—Por que?

—Ele pode morrer.

—Mas isso pode ocorrer em qualquer batalha e...

—Não, você não está entendendo. — interrompi Caspian. — Dessa vez não vou poder fazer nada, não poderei ajudá-lo... Só irei assistir.

—Acho que entendi.

—Eu não suporto ficar sem poder fazer nada quando eu sei que posso fazer, entende?

—Acho que sim.

Nos calamos assim que nós aproximamos do pátio de pedras e abracei Pedro.

—Toma cuidado. — pedi. — E nada de cavalherismo.

—Farei o possível.

  Sorri para ele e o soltei.

—As suas irmãs já foram. — avisou Caspian.

Pedro confirmou com a cabeça, colocou o elmo e se dirigiu ao centro do pátio, onde Miraz o aguardava.

Cruzaram-se numa saudação e pareceram trocar algumas palavras, que não consegui ouvir e logo depois, as espadas flamejavam ao sol. Apenas por um instante se ouviu o tinir do metal, mas este logo foi abafado pelos narnianos e telmarinos, que gritavam como se estivessem numa partida de futebol.
Por uma fração de segundos parecia o combate estava ganho, o que me encheu de esperança.

—Acaba com ele Pedro! — gritei dando um soquinho no ar.

Miraz recompôs-se e começou a atacar Pedro com ódio.

—Você acha que Pedro vai dar conta? — perguntei a Edmundo me arrependendo em seguida.

—Ele tem que dar. — respondeu Edmundo sem tirar os olhos da luta.

—Me desculpe...

—Pelo que?

—Por tudo, principalmente pelo que acabei de dizer. — falei encarrando a luta. — Não sei o que você está sentindo, mas se Chad estivesse no lugar de Pedro eu não estaria nada bem.

Nárnia Princess | AnotherTale  [Sendo Alterada]Onde histórias criam vida. Descubra agora