Fui praticamente jogada para fora do lago, estava jogada no chão quando começou a garoa.
-Amanda, entra que está começando a chover! - minha mãe gritou da porta de casa.
Me levantei e me apressei para entrar.
-Olha o estado da sua roupa garota! - esbravejou minha mãe. - O que você estava fazendo? Rolando na lama?!
-Desculpe, eu tropecei e acabei caindo. - falei vendo meu vestido cheio de barro.
-Certo, vá tomar um banho. - ela soltou um suspiro. - E depois desça para jantar.
-Tudo bem.
°°^°°
Tomei meu banho pensando em tudo o que eu poderia fazer caso eu não consiga me controlar, e acabei chorando.
Depois do banho coloquei meu pijama e me deitei me cobrindo e ficando toda encolhida e acabei dormindo.
°°^°°
-Filha, está tudo bem? - acordei com a minha mãe me encarando.
-Está.
-Tem certeza? Você nem foi jantar ontem ou pegar algo pra comer... Estou achando que você deve estar ficando doente.
-Mãe, está tudo bem é sério. - soltei um suspiro. - Só estou cansada.
-Certo, você vai querer tomar o seu café?
-Estou sem fome.
-Tudo bem.
Ela saiu do quarto e deu uma última olha última olhada para mim antes de fechar a porta.
°°^°°
Passei o dia todo no quarto, até que ouvi minha mãe voltar a bater na porta do quarto.
-Eu não estou com fome! - avisei voltando a me agarrar ao cobertor.
A porta foi aberta e ela se sentou ao meu lado, na cama.
-Você sem fome? - ouvi uma voz mais grossa. - Pensei que não viveria para presenciar isso.
Me virei e vi Edmundo, e não pude conter o sorriso.
-Mas viveu. - respondi. - Então, posso saber o porque de tão ilustre presenca?
-Pensei em passar o dia com minha namorada.
-E quem é a sortuda? - perguntei me sentando e me aproximando dele.
-Uma princesa sabe? - ele disse com a mão em meu rosto. - Ela é linda, inteligente, corajosa, bondosa e...minha.
-Sua?
-Uhum.
-Garota sortuda. - murmurei sorrindo fraco.
-Eu sou mais. - ele murmurou me beijando.
Após o beijo apertei ele em abraço e escondi meu rosto em seu pescoço.
-Ainda bem que você veio. - murmurei.
-Ta tudo bem.
Ouvi outra batida na porta e minha entrou nos vendo abraçados e sorriu docemente.
-Eu vim avisar que o almoço está pronto. - ela disse me encarando. - Você vai comer dessa vez, não é?
Encarei Edmundo e o mesmo concordou com a cabeça.
-Vou sim.
-Ótimo. - ela disse ficando mais animada. - E espero que você também fique para o almoço Edmundo.
Ele me encarou e eu sorri sem mostar os dentes.
-Eu insisto, você é um anjo na vida da minha filha.
Nesse momento eu não soube onde enfiar a cara, Edmundo me encarou e sorriu para mim e depois se virou para minha mãe.
-Acho que ao contrário, sua filha que é um anjo... Na verdade pra mim ela é bem mais que isso.
Preciso dizer que fiquei mais vermelha que um tomate? Acho que não.
-Então você fica para o almoço? - minha mãe insistiu novamente.
-Se for do agrado de Amanda.
-Óbvio que é, eu só concordei em comer por sua causa.
-Então está tudo certo. - agora minha mãe sorria de orelha a orelha. - Vou dar uma ultima olhada na comida.
Ela ia sair do quarto quando se virou para mim.
-Se não for pedir muito, Amanda querida. Você poderia se trocar.
-Okay mãe.
Ela saiu e me virei para Edmundo.
-Desde quando eu sou um anjo? - perguntei realmente curiosa.
-Desde da nossa primeira batalha, quando eu fui atrás da feiticeira e você veio atrás de mim. No momento em que eu estava ferido e você ficou ao meu lado, dizendo que eu derrotei a feiticeira, mesmo sendo mentira.
-Não foi mentira, se você não tivesse sido idiota a ponto de fazer isso, provavelmente não teríamos conseguido. Sua idiotice foi essencial, como sempre.
-Então por que me diz para não fazer nada idiota?
-Porque... Eu tenho medo de te perder. - confessei abaixando a cabeça.
-Isso não vai acontecer. - ele disse erguendo minha cabeça. - Eu sempre estarei com você, haja o que ouver.
-Você sempre será o meu rei. - murmurei beijando ele.
-E você a minha princesa. - ele murmurou após o beijo.
Ficamos nos encarando por um tempo até ele olha pra a porta e se levantar.
-Acho melhor eu deixar você se trocar.
-É você tem razão. - concordei me levantando. - Te vejo daqui a pouco.
Ele concordou e saiu fechando a porta, suspirei e fui tomar meu banho.
°°^°°
No momento em que sai do banho vi minha mãe fuçando em meu guarda roupas.
-O que está fazendo? - perguntei confusa.
-Procurando uma roupa bonita para você. - ela disse e acabou por pegar um vestido preto. - Acho que este está bom concorda?
-Claro. - murmurei pegando o vestido e o vestindo.
-Agora se sente que vou dar um jeito no seu cabelo.
-Mas mãe...
Ela me encarou daquele jeito que toda mãe faz e percebi que não adiantaria discutir.
Me sentei e ela logo começou a pentear meu cabelo.
-Sabe, acho que você deveria namorar com Edmundo.
-E porque acha isso?
-Ele é um bom rapaz, gosta muito de você e... Bem ele realmente se importa.
-Mãe, vá logo ao ponto.
-Tenho certeza que ele te ama e posso dizer que você sente o mesmo por ele.
-Como tem tanta certeza?
-O jeito que vocês se olham, como se importam um com o outro... É impossível não perceber.
-E como você quer que eu comece a namorar com ele? Quer que eu peça?
-Eu acho que ele já te pediu alguma vez, e se fez isso, espero que você aceite. E se não fez, bem o que custa você fazer?
Ela disse terminando de arrumar o meu cabelo que ficou solto, mas com um trança que parecia uma tiara.
-Bem mãe, sinto muito em lhe dizer isso agora mas... Nós já estamos namorando.
-Desde quando?!
-Desde ontem.
-E você não disse nada?
Fiquei quieta e ela suspirou.
-Certo, quando pensam em contar a seu pai e aos dele?
-Ainda não pensamos nisso, mas creio que seja logo.
-Tudo bem, mas não demorem muito para fazer isso.
-Certo.
-Vamos antes que o almoço esfrie.
Descemos as escadas sem dizer nada e quando chegamos a sala vi o meu pai com a cara mais assustadora que já vi e Edmundo estava sentado inquieto.
-Amanda você chegou em boa hora, teremos uma conversa seria agora.
-Eu juro que não quebrei nada. - me adiantei.
-Infelizmente não tem haver com esse tipo de coisa.
-Então sobre o que se trata?
-O jovem Pevensie pediu minha permissão para namorá-la e disse que já havia pedido a você.
-Ele disse? - perguntei assustada e Edmundo concordou com a cabeça.
-O que você tem a dizer sobre isso? - perguntou meu pai.
-Eu? Bem, eu... Eu gosto muito dele.
-E...?
-E, ele é muito importante para mim.
-Seja mais clara.
-Eu... - eu olhei para Edmundo sem saber o que fazer e ele se levantou.
-Senhor Quinzley, eu amo a sua filha.
-Isso eu já entendi, não preciso que repita. Quero saber o que ela tem a dizer.
Suspirei e abaixei a cabeça.
-Pai, eu o amo também. - confessei.
-VOCÊ O QUE?! - ele gritou, o que me fez dar um passo para trás, olhei para Edmundo e ele estava pálido.
-Eu amo Edmundo Pevensie. - falei com mais confiança.
-Mary você está ouvindo isso?! - meu pai perguntou nervoso.
-Estou querido. - ela disse se aproximando do meu pai e colocando a mão em seu braço. - Pensei que nunca mais iria ouvir ela dizer isso.
-Você o que?! - ele voltou a aumentar a voz indignado. - Ela acabou de dizer que ama ele!
-E ele que a ama. - minha mãe tentou acalmá-lo. - Não podemos fazer nada, apenas aceitar.
-Mas...
-Você se lembra de quando você contou ao meu pai e ele proibiu? Eu fugia de casa toda noite para me encontrar com você e isso resultou no Chad.
Ele pensou um pouco e ficou vermelho de raiva.
-VOCÊ ESTÁ DIZENDO QUE ELE A ENGRAVIDOU?! - ele gritou novamente, voltei a encarar Edmundo e o vi ainda mais palido.
-Pai eu não estou gravida, nós não fizemos nada. - falei me aproximando de Edmundo.
-ENTÃO O QUE SUA MÃE QUIS DIZER?! - ele voltou a gritar.
-Pare de gritar! - disse minha mãe ficando nervosa também. - Eu quis dizer que não adianta proibir que eles dariam o jeito deles, assim como nós fizemos.
-Ela é apenas um criança.
-E quase uma adulta, acho que devemos começar a levar em consideração a opinião dela, ela sempre foi mais madura que Chad.
-E mais problemática também.
-Eu sei, mas acho que devemos dar uma chance a eles. Mesmo que não dure muito.
Meu pai nos encarou e suspirou.
-Certo, mas teram que seguir as minhas regras.
-Tudo bem, desde que eu possa vê-la. - concordou Edmundo. - Aceito qualquer coisa.
-Certo, por que não discutimos isso enquanto almoçamos? - perguntou minha mãe.
-É, vamos. - falei indo junto com ela na sala de jantar e os dois vieram logo depois.
Nos sentamos há mesa e meu pai fez um sinal pra que Edmundo se sentasse a frente dele, nos servimos em silêncio. Após o segundo gole de vinho meu pai resolveu falar.
-Suas intensões...
-São as melhores possíveis senhor. - Edmundo falou interrompendo-o.
-Isso é o que você diz agora, daqui a um mês você nem ligará mais para ela.
-Ligarei sim, ela é muito especial para mim. Não sei o que seria de mim sem ela.
Meu pai cerrou os olhos e eu olhei para minha mãe pedindo ajuda.
-Pensei que você já tivesse aceitado o namoro deles, querido. - ela disse calma.
-Não aceitei, ela é a minha garotinha. Não a entregarei assim.
-Pai, você queria que eu namorasse o Robert, pior que eu casasse com ele!
-Isso foi diferente, ele parecia ser um bom partido!
-Edmundo também é, na verdade um partido muito melhor que Robert.
-Você diz isso por que está... Por que gosta dele!
-Pai! Será que dá pra levar minha opinião em consideração pelo menos uma vez?!
Ele me olhou com raiva mas fez sinal para que eu continuasse.
-Edmundo é um homem justo, honesto, bondoso e corajoso. Além de ser um ótimo amigo e uma boa pessoa, ele é tudo o que Robert não é.
Falei encarando Ed de soslaio e o mesmo me encarava com um leve sorriso.
-Certo, mas você, trabalha?
-Se pra ficar com ela eu precise de um emprego, eu o arranjarei. - disse Edmundo me surpreendendo.
-Você realmente gosta dela? Daria tudo por ela? - perguntou meu pai.
-Minha vida se precisasse. - disse Edmundo se virando para mim.
-Então acho que não faz mal permitir o namoro de vocês, mas vamos deixar umas coisas bem claras. Ela terá horário para chegar em casa, não quero exagero de afeto, não tente nenhuma gracinha. - meu pai fuzilou Edmundo com os olhos e o mesmo respirou fundo. - E se magoá-la você vai desejar não ter nos conhecido.
-Eu não pretendo magoá-la nunca, e se isso acontecer um dia, nada que o senhor faça comigo vai chegar perto do quão mal me sentirei por dentro.
-Belas palavras. - disse meu pai o estudando. - Mas não me convenceu completamente, estarei de olho em você.
-Tudo bem, o senhor verá que as minhas intenções são as melhores.
-Espero para o seu bem que realmente sejam.
Terminamos de almoçar em silêncio e assim que terminamos me levantei junto a Edmundo.
-Onde vocês vão? - perguntou meu pai.
-Perto do lago. - respondi.
-Vocês não vão ficar lá sozinhos! - ele se levantou.
-Vamos sim!
-Não, vocês não vão! Vocês podem fazer algo!
-Ora, deixe eles Edward! - disse minha mãe se levantando também. - Vão logo crianças, Edward não vai atrapalhar a tarde de vocês.
-Mary!
Minha mãe fez sinal para sairmos e assim fizemos, corremos até o lago e Edmundo me virou para ele no momento em que paramos de correr.
-Desculpe, não sabia que aconteceria isso.
-Tudo bem, isso aconteceria uma hora ou outra mesmo. - dei de ombros.
-Você não está brava por eu não ter te contado antes?
-Honestamente? - ele concordou com a cabeça. - Não, acho que foi bom você ter avisado logo de cara.
-Porque?
-Assim fica melhor para nos encontrarmos.
-É, eu acho que nunca me assustei tanto.
-Porque? - perguntei sorrindo fraco.
-Quando ele começou a gritar e discutir conosco, eu quase tive um infarto só de pensar que ele não permitiria e eu te perdesse por ter feito essa burrice.
-Sério? - perguntei passando os braços ao redor do pescoço dele.
-Uhum.
-Que bonitinho.
Eu me estiquei para beijá-lo e ele virou o rosto.
-O que foi?
-Seu pai pode estar olhando.
-Pare de bobeira Ed, você é meu namorado e meu pai não pode me obrigar a não te beijar.
-Mas...
-Cala a boca um pouquinho. - me estiquei e o beijei, dessa vez ele retribuiu.
-Pensei que estivesse com medo do meu pai ver. - murmurei.
-Não tem como te negar um beijo pela segunda vez.
-Bom saber. - falei e o puxei até o banco para nos sentarmos.
Passamos um tempo abraçados em silêncio até eu pensar em algo que realmente me perturbou um pouco.
-Ed, o que acontece se seus pais não gostarem de mim?
-Não tem como isso acontecer, e se acontecer, eu vou continuar com você do mesmo modo.
-Isso não ajudou muito, mas, é bom saber disso.
-Sabe a parte em que seu pai perguntou se eu te engravideu?
-Você quer dizer gritou, mas prossiga.
-Acho que não seria uma má ideia termos uns três filhos.
-Três?
-É, porque? É muito?
-Eu nem sei se vou aguentar um e você vem logo com três. - falei fazendo uma careta. - Ei, nós mal começamos a namorar e você já quer ter filhos comigo?
-Não antes de casar.
-Isso é sério? - perguntei provavelmente ficando pálida.
Ele concordou e eu não soube o que dizer.
-Por mais que eu queira, não pretendo me casar com você agora. - ele disse.
Suspirei aliviada.
-Você me assustou um pouco agora. - confessei.
Ele riu fraco e aproximou seu rosto do meu.
-Amy, eu te amo. - ele sussurrou em meu ouvido.
-Eu também te amo, Ed.
Ele segurou minha cintura e me beijou.
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Nárnia Princess | AnotherTale [Sendo Alterada]
FanficDurante a segunda guerra mundial os pais de Amanda acabam tendo que deixá-la na casa de seu tio, ainda desconhecido pela garota, para que ela possa ficar longe de bombardeio que datam pela cidade. Durante o período na casa de seu tio ela acaba conhe...