Estávamos no bote a uns dez minutos e a ilha parecia estar ainda mais longe.
-Tem como remarem mais rápido? - perguntei impaciente. - Tem algum remo sobrando?
-Amanda calma. - disse Lúcia segurando meu ombro.
-Desculpa mas não dá. - falei me mexendo inquieta.
-Tenha paciência alteza. - disse Ripchip.
Resolvi não discutir e fiquei quieta até chegarmos na ilha.
No momento em que chegamos pulei do bote e corri atrás de Edmundo e Caspian, a primeira coisa que eu vi foi o dragão, mirei nele com o arco e atirei, no momento em que ele gruniu se virando para mim Edmundo e Caspian entraram na frente dele.
-Está tudo bem. - disse Edmundo, tive a impressão de ter sido mais para o dragão do que para mim.
-Que diabos foi aquilo?! - surtei - Você arruma um animal de estimação novo e a trouxa aqui quase tem um infarto!
O dragão fez um barulho como se não tivesse gostado do que eu disse.
-Desculpe, mas não foi minha culpa. - ele disse fuzilando o dragão.
-Foi o Eustáquio. - disse Caspian.
-Como? - perguntei confusa.
-O dragão, ele é o Eustáquio. - disse Caspian.
°°^°°
-O que aconteceu? - perguntou Lúcia.
-Todos sabem que o tesouro de um dragão é amaldiçoado. - disse Caspian e Eustáquio bufou - Bem, todos em Nárnia pelo menos.
-Duvido que tia Alberta vá gostar de ver Eustáquio desse jeito. - disse Edmundo.
-Nós vamos dar um jeito. - disse Lúcia.
Me aproximei de Eustáquio.
-Acho que lhe devo desculpas. - falei, vi a flecha na sua lateral e me senti mau. - Eu vou tirar isso. - segurei a flecha pronta para puxar. - Talvez isso... - puxei a flecha e Eustáquio gruniu de dor. - Doa, desculpe.
-O que vamos fazer? - perguntou Drinian - Não podemos colocá-lo no barco.
-Também não podemos deixá-lo. - disse Lúcia.
-Passaremos a noite aqui. - disse Caspian. - Pensaremos no que fazer amanhã.
-Mas senhor, vocês estão sem possibilidades, não tem nem como se aquecer. - disse o pai de Gael.
Eustáquio soltou fogo em um graveto e o mesmo acendeu uma bela e calorosa chama.
-O que disse? - zombou Ripchip.
-Vou buscar lenha. - falei me afastando.
-Eu vou com você. - disse Thomas me seguindo.
Quando estávamos longe o bastante ele me parou.
-O que está acontecendo com você?
-Eu estou ótima.
-Não, não está. - ele disse. - Você está com olheiras, sempre tem pesadelos, quando está acordada está seria, você praticamente dorme em pé. Você nunca mais deu aquele sorriso.
-Que sorriso?
-O sorriso responsável por eu estar vivendo uma aventura, você tinha o sorriso mais puro, mais sincero e mais bonito que eu já vi e agora você o perdeu.
-Talvez seja pelo que está acontecendo.
-Acho que você precisa desabafar, ou vai acabar explodindo.
-Eu não preciso desabafar, eu estou bem.
-Não vamos mais discutir.
Escolhemos todos os gravetos, que eram poucos, em silêncio e nos juntamos aos outros. Montamos uma mini fogueira e começou a escurecer e eu me sentei junto de Eustáquio e Ripchip.
-Espero que você não me odeie tanto. - falei para Eustáquio que respondeu com um barulho baixo.
-Acho que foi um eu te perdôo. - disse Ripchip e eu sorri.
Fiquei em silêncio encarando o céu mais estrelado que eu já vi, Rip começou a contar uma história a Eustáquio e eu me afastei voltando a encarar o céu.
Eu me sentia tão perdida, tão confusa, tão machucada, tão mau, eu queria que isso acabasse logo.
-Tudo bem? - perguntou Edmundo se sentando do meu lado.
-Na medida do possível.
-O que está acontecendo com você?
-Não sei, mas posso dizer que não é grave. - menti.
-Amanda, você mau dorme. Olha para você, está cansada e triste.
-Não estou triste, só não tenho motivo para sorrir no momento.
-Nós vamos dar um jeito, você vai ficar bem.
-Eu estou bem, será que dá para mudarmos de assunto?
-Certo, posso dormir com você hoje?
-Claro.
-Eu nunca vi um céu tão bonito. - ele disse se deitando.
-Eu também não. - comentei sorrindo fraco.
-Aí está o sorriso que eu queria ver. - ele disse me fazendo sorrir mais, involuntariamente. - Deita aqui, dá para ver melhor.
Me deitei ao seu lado e fiquei encarando o céu.
-Você é linda sabia? E fica perfeita debaixo desse céu.
-Vai me cortejar agora justo?
-Sempre.
-Okay.
Me virei para ele e o vi me encarando, sorri fraco e ele me beijou, ele sorriu e acariciou minha bochecha.
-Eu não te trocaria por nada nesse mundo. - ele murmurou.
-Bom saber. - murmurei beijando ele o mesmo segurou minha cintura.
-Acho melhor dormirmos. - ele murmurou perto da minha boca.
-Claro, amanhã continuaremos a procurar mais cinco espadas.
-Quatro na verdade, o Eustáquio meio que encontrou uma.
-Melhor, assim teremos menos trabalho.
-É, vem deita aqui. - ele disse puxando minha cintura para ele.
-Ed...
-Não é a primeira vez que dormimos juntos.
-Não quero que você acorde assustado comigo tendo um pesadelo.
-Você não vai ter, e mesmo se tiver não tem problema.
-Ed, tem certeza?
-Tenho, mas se não quiser...
-Cala a boca, é óbvio que eu quero. Só queria saber se não vou te incomodar.
-É óbvio que não. - ele me puxou fazendo com que eu apoiasse a cabeça em seu ombro. - Você é a minha garota.
Sorri e fechei os olhos me entregando ao sono.
°°^°°
-Acordem! - acordei com Lúcia gritando, segurei a camisa de Edmundo e me ajeitei direito a ignorando. - Acordem! - ela insistiu. - É a estrela azul.
Edmundo se inclinou um pouco para cima, fazendo com que eu levantasse, eu estava caindo de sono.
Ainda estava escuro quando vi uma bola azul parada na frente da Lúcia e cocei meus olhos, completamente sonolenta.
-Vamos voltar para o navio. - disse Caspian.
-Mas e o Eustáquio? - perguntou Lúcia.
-Terá que ir voando. - ele disse recolhendo as coisas dele.
-Se permitirem, eu gostaria de poder ir com ele. - disse Ripchip.
-Tudo bem. - disse Edmundo.
Voltamos de bote para o barco e eu estava quase dormindo em cima de Lúcia, Edmundo e Caspian estavam remando, chegamos no barco.
Sai do bote e senti alguém se apoiar em mim.
-Pra onde você vai? - perguntou Edmundo.
-Dormir.
-Certo, te vejo depois?
-Claro.
Sorri para ele e fui em direção ao quarto, assim que entrei me joguei na cama e dormi.
°°^°°
Acordei, me virei para o outro lado e vi Pansy me encarando.
-Pensei que não iria mais cordar.
-O que você quer?
-Vim te avisar pela última vez, fique longe do Edzinho ou...
-Ou?
-Terá consequências.
-Em primeiro lugar você não me impõe medo e em segundo, eu não vou deixar ele.
-Você acha mesmo que ele iria gostar de uma garota feito você ? Você não passa de uma fraca, imbecil, carente, burra e desequilibrada. Você deveria estar em um hospício!
-Peça desculpas.
-Não, você sabe que é ainda pior do que tudo o que eu disse, você não passa de uma falsa, mentirosa.
-Agora você passou dos limites.
-Eu ofendi a princesinha? O que você vai fazer? Vai chamar quem para te defender? O Thomas? O Caspian? Ou você vai chamar o Edzinho? - ela se aproximou de mim. - Você não passa de uma vadia, aposto que Edzinho só está com você por dó. Ele sabe que você vai morrer e quer fazer os seus últimos momentos de vida felizes para depois vir comigo.
-Mentirosa!
-Eu tem certeza? Você que fingi ter problemas psicológicos para ficar com ele.
-Eu não sou louca e também não finjo ser. - me levantei com raiva.
-Ah você não faz ideia de como eu me diverti com Edzinho enquanto você dormia.
-Ele não chegaria perto de você.
-Tem certeza? Então por que eu estou com isso?
Ela puxou dentro da blusa o colar que Edmundo havia me dado, coloquei a mão no pescoço e não senti nada.
-Isso é meu!
-Não é não, ele me deu....
-Você o roubou enquanto eu dormia! - gruni e dei um tapa na cara dela. - Você é uma cobra!
-Sou? - ela perguntou sínica. - Eu só vou tirar tudo o que você ama.
-Você não vai!
Ela me jogou no chão e eu me levantei tonta.
-Você é fraca.
Fechei o punho e soquei a cara dela com toda a força que eu tinha.
-Só sabe fazer isso? - ela perguntou sorrindo. - Vai ser mais fácil do que eu pensava.
Ela me ergueu pelo pescoço e eu comecei a me debater para me soltar, até que por sorte consegui chutá-lá e a mesma me soltou.
-Desde quando você é forte assim? - perguntei me recuperando.
-Desde que seu showzinho começou.
-Gosto de um desafio. - falei pegando um sapato que estava no chão já que as minhas armas estavam do outro lado da sala.
-Vai me acertar com um sapato?
-Estou sem opções.
-Vou acabar logo com isso.
Ela se aproximou e joguei o sapato nela que desviou e puxou meu cabelo.
-Eu vou adorar arrancá-lo.
-Ahh o meu cabelo não!
Comecei a me debater tentando desesperadamente me soltar e ela me jogou perto da cama, senti algo gelado em minha mão e peguei sabendo que era provavelmente uma adaga.
-Você está disperdisando meu tempo.
-Ótimo.
Me levantei e me joguei em cima dela derrubando a mesma e segurando a faca no pescoço dela.
-Quem é a fraca agora? - perguntei e a porta se abriu, vi Edmundo e Lúcia entrando e Pansy me jogou para o outro lado do quarto de novo.
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Nárnia Princess | AnotherTale [Sendo Alterada]
أدب الهواةDurante a segunda guerra mundial os pais de Amanda acabam tendo que deixá-la na casa de seu tio, ainda desconhecido pela garota, para que ela possa ficar longe de bombardeio que datam pela cidade. Durante o período na casa de seu tio ela acaba conhe...