Seguimos atrás do castor, que andava incrivelmente rápido, ele foi nos guiando durante mais de uma hora, pelos recantos mais densos da floresta. Já me sentia exausta e só faltava a minha barriga me engolir de tanta fome que eu sentia, depois de um tempo percebi que as árvores começaram a rarear, e descemos por uma encosta íngreme. Minutos depois deparamos com uma vista maravilhosa.
Estavamos num vale estreito, no fundo do qual se encontrava congelado um rio razoavelmente grande, onde havia um dique sobre o mesmo.
—Belo dique! — exclamei maravilhada com o mesmo.
—Ora, ora! Isso não é nada. Não tem a menor importância. E ainda nem está terminado. — disse o castor. — Ora, aqui estamos todos. E parece que a Sra. Castor está à nossa espera. Vou na frente para mostrar o caminho.
Fomos andando em direção ao dique, até chegamos no mesmo.
—Chegamos, Sra. Castor. — disse Sr. Castor, o marido. — Chegaram os Filhos e as Filhas de Adão e Eva.
—Ah, chegaram finalmente! — disse ela, juntando as patas enrugadas. — Finalmente! E pensar que eu ainda iria viver para ver este dia! As batatas estão cozinhando! E a chaleira já está cantando! Será que o Sr. Castor poderia arranjar-nos uns peixinhos?
—Já vou. — disse o Sr. Castor, saindo de casa na companhia de Pedro, atravessou o lago até chegar a um buraquinho no gelo, aberto à machadinha.
Enquanto isso, ajudamos a Sra. Castor a encher a chaleira, arrumar a mesa, cortar o pão, pôr os pratos, encher uma grande caneca de cerveja para o Sr. Castor e, por fim, puseram a frigideira no fogo para aquecer, a mesma começou a chiar quando Pedro e o Sr. Castor voltaram com os peixes, abertos a canivete e limpos lá fora.
—Está prontinho! — disse o Sr. Castor, servindo os peixes.
—E agora quer nos contar o que aconteceu ao Sr. Tumnos? — pediu Lu.
—Ah, é uma triste história. — respondeu o Sr. Castor. — Muito triste mesmo. Mas não há dúvida de que foi levado pela polícia. Quem me contou foi um passarinho, que assistiu à cena.
—Mas para onde é que o levaram? — perguntei
.
—Bem, iam em direção ao norte, quando os viram pela última vez; e, infelizmente, todos sabem o que isso significa.—Nós não sabemos. — disse Susana, enquanto a Sra. Castor balançava a cabeça com uma expressão sombria.
—Infelizmente significa que o levaram para a casa dela.
—E o que vão fazer com ele, Sr. Castor? — perguntou Lúcia, aflita.
—Bem, — disse o castor — nunca se sabe exatamente. Mas poucos podem dizer que lá entraram e de lá conseguiram sair. Estátuas! Dizem que está tudo cheio de estátuas de pedra: o pátio, a escadaria, o saguão. Seres que ela transformou... — Fez uma pausa e estremeceu. — Que transformou em estátuas de pedra.
—Nós podemos fazer alguma coisa? — perguntei ansiosa. — Não podemos deixá-lo lá, como poderemos ajudá-lo?
—Tenho a certeza de que você iria salvá-lo, se pudesse, minha menina. — disse a Sra. Castor. — Mas como vai fazer para entrar naquela casa, contra a vontade dela, e sair de lá com vida?
—Mas a gente não pode dar um jeito? — perguntou Pedro. — Quer dizer, se a gente for disfarçado de... Sei lá... De vendedores ambulantes ou de qual quer outra coisa... Esperar que ela saia de casa... Ou... Puxa vida! A gente tem de achar um jeito. O fauno arriscou-se para salvar minha irmã, Sr. Castor! Não podemos abandoná-lo assim, deixar que façam com ele uma coisa dessas!
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Nárnia Princess | AnotherTale [Sendo Alterada]
Hayran KurguDurante a segunda guerra mundial os pais de Amanda acabam tendo que deixá-la na casa de seu tio, ainda desconhecido pela garota, para que ela possa ficar longe de bombardeio que datam pela cidade. Durante o período na casa de seu tio ela acaba conhe...