IV

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Maldita bunda.

Pelo menos vi que ele não estava chorando, mas seus olhos tinham um brilho estranho. Deus... isso era tão constrangedor.

— Oi. — Eu tentei me ajeitar. — Sua mãe me pediu para achar você.

—Ela certamente pediu — ele resmungou. — Você acha que podemos amar as pessoas, mesmo se a magoarmos? — Eu não deveria estar aqui. Ele claramente precisava de uma amiga e eu não era nem de perto alguém capaz de ser amigavel com ele.

— Eu não sei. Você viu como é meu relacionamento com meus pais, eu não tenho nenhuma competência nesse assunto.

— Por que você não volta para casa dos seus pais?

— Porque eu amo essa cidade. Chicago era ótimo, eu amo nossa pizza. Mas eu me sinto em casa aqui. Eu gosto do trânsito e sou fã dos Knicks. — Eu ri. E era a verdade. Não tinha explicação. Esse era o lugar em que eu me sentia em casa, ponto. — E também é muito difícil morar perto dos meus pais. Isso causou muitos desentendimentos quando eu era mais jovem.

— Seus pais são ótimos, Valentina. Sua família é perfeita. — É claro que ele achava isso.

— Você não entende. Eu amo meus pais, mas me irrita ver como minha mãe é sempre omissa as vontades do meu pai. Ele toma todas as decisões e ela nunca tem uma palavra. Isso funciona no casamento deles, mas eu não entendo e tenho dificuldade em controlar meus comentários. Sem falar que eles esperam que eu seja algo que eu não sou. Eu nunca poderia ser como minha mãe, a princesinha perfeita a espera do marido perfeito para cuidar dos negócios enquanto eu fico em casa, cuidando dos filhos.

— Para algumas mulheres a ideia de ter um homem que vai cuidar delas funciona, Valentina. É simples. Ela confia que ele vai tomar todas as decisões pensando no que for melhor para os dois. — Ele estava ficando perigosamente perto de mim. — Você devia tentar algum dia.

— Ahn, não. Eu não acho que isso funciona para mim. — Dei um passo para trás e bati de novo na porta, virei assustada, só para ter meu corpo preso entre Blake e a porta. — Eu realmente não quero perder o discurso da sua mãe.

— Certo. — Ele parecia estar se divertido com a minha reação. E estava perigosamente perto.

— Jayden... — Tentei dizer que precisavamos descer, mas falhei miseravelmente. Porque ele estava me tocando?

Seus lábios estavam encostados na minha nuca, sua respiração espalhando gelo por toda a minha espinha. E eu estava malditamente receptiva, afastando as pernas para sentir sua ereção bem na minha bunda.

Eu estava me esfregando em Jayden Blake. No quarto do seu falecido pai. E amando.

Minha mão foi direto bagunçar seu cabelo negro. E ele pareceu tão animado quanto eu ao segurar minha cintura com força.

Finalmente, algo despertou dentro de mim e sai batendo a porta. Eu gostaria de ter a chave para trancá-lo dentro do quarto por um tempo enquanto me recompunha. Ajeitei meu vestido calmamente. Isso não era nada.

Quando cheguei até a sala vi que Amelie não estava mais discursando e as pessoas estavam começando a ir embora.

— Querida, você não conseguiu achar o Jayden? — ela me perguntou.

— Sinto muito. Na verdade, acho que eu já vou embora. Você precisa de mim para alguma coisa?

— Não. Eu acho que preciso de um tempo sozinha para descansar. Mas me ligue, precisamos marcar um almoço, eu sinto sua falta.

— Eu vou ligar — garanti a ela.

— Você precisa que eu chame o motorista para levá-la? — Eu estava prestes a dizer que podia conseguir um táxi quando fui interrompida.

Fica Comigo (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora