Epílogo

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Tomei um gole da minha xícara de café que Amelie acabara de servir. Era a primeira vez que eu a via desde que minha mãe e voltamos a Nova York, duas semanas atrás. 

Amelie perguntou como eu estava e, para ser sincera, não fazia ideia de como responder. Morar em Londres por seis meses foi a melhor coisa que eu já fiz. Em um país diferente, onde poucas pessoas me conheciam, eu pude me descobrir. Em Nova York ou em Chicago eu sempre tinha sido mais uma Mitchell do que apenas Valentina. Principalmente depois do escandalo em que meu pai deixara a empresa e de toda a contençao de danos que os advogados dos Blakes tinham feito para limpar a situação. Era só nisso que as pessoas me associavam. Apenas em um país novo, com pessoas que não me conheciam eu pude ter a experiencia de descobrir quem eu queria ser, de verdade. Tirar um tempo para mim, e minha mãe, explorar novas experiencias, conhecer outras pessoas tinha me feito ver tudo com olhos novos.

No fim, a viagem tinha sido importante não apenas para me aperfeiçoar no trabalho que eu fazia, estudar com professores incríveis e absorver muita coisa, ou para fazer o escritório de Londres da Green Rp ir tão bem. Eu tinha formado lá uma equipe extremamente talentosa e unida, cultivado amizades que eu levaria no coração e até tido um ou outro romance passageiro. Tanto que duas semanas atras, quando chegara a hora de eu me despedir e voltar para o meu próprio país cheguei a pensar em ficar. 

Mas não fiquei. No fim das contas Nova York ainda era meu lugar favorito, no mundo todo. No fundo, eu sabia que memo que eu tentasse me autodescobrir um milhão de vezes eu acabaria na mesma pessoa: A mulher que amava essa cidade, amava seu grupo excentrico de amigos que estavam longe da perfeição, e que tinha um nome que representava mais que só uma palavra. E pela primeira vez, ser Valentina Mitchell não era mais algo que eu precisasse fugir.

Então preparei tudo para o nosso retorno. Reformei o apartamento de West Village para minha mãe e adquiri meu próprio novo lar. Tinha sido ótimo dividir a casa com ela durante esses seis meses, mas se eu queria ter alguma perspectiva de futuro, não podia continuar vivendo com a minha mãe. E ela, finalmente, estava pronta para ter seu próprio espaço.

Claro que Adelaide ainda sofria com a falta de Gordon. Acho que sempre sofreria, e eu entendia o sentimento. Mas ela estava feliz. Tinha achado jeitos de se manter ocupada e ativa. Tinha feito amigas novas. Ela e Amelie estavam indo bem e planejando viagens pelo mundo. Na verdade, acho que era ela quem estava me ajudando.

Meus amigos estavam explodindo de felicidade com a minha volta. Ava, Grace, Willow e Ed me viam toda semana, por chamada de vídeo, por causa do trabalho, e mesmo assim estavam morrendo de saudade. April e Matt, ainda mais apaixonados, se é que isso era possível, também mantiveram contato regular durante os seis meses que eu passara em outro continente. Ou seja, eu estava novamente ajudando-a a planejar um casamento. Dessa vez, pelo menos, seria capaz de apostar que realmente aconteceria.

Ethan era quem tinha mantido mais contato. A terapia com Lily estava fazendo muito bem a ele, que agora não tinha mais episódios. Claro que não estava curado, nunca estaria, mas bem próximo disso. Eu tinha finalmente criado coragem para contar a ele a verdade sobre Carly, durante a virada de ano para 2016, que ele passara comigo e minha mãe em Londres. E ele estava lidando bem com tudo isso.

A vida estava tranquila e boa. Poderia ser ótima se eu nunca tivesse experimentado a vida com o Jayden. A lembrança dos nossos momentos felizes fazia tudo que eu estava vivendo agora parecer com uma vida em preto e branco. E isso era uma merda, mas eu estava cansada de me lamentar.

— Bem — eu finalmente respondi a Amelie. — Estou bem.

— Que bom. Eu fico feliz, querida. Quando você voltou e recusou os convites para me visitar, fiquei preocupada,

Fica Comigo (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora