XXXV

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Eu consegui fazer minha mãe colocar um vestido preto social no lugar do pijama, mas mesmo assim, quando chegamos ao cemitério a cerimônia de enterro já tinha acabado. Eu achei melhor assim. Seria difícil demais, para nós duas, estarmos aqui.

— Vou esperar no carro — Jay avisou e só então eu percebi que estava usando a sua mão na base da minha coluna como apoio.

— Claro — respondi, caminhei mais rápido para alcançar minha mãe. Eu me agachei na grama ao seu lado e deixei a linda coroa de flores apoiada na lapide. — Eu não sei você pode me ouvir agora. Talvez eu seja louca, mas se estiver ouvindo, saiba que eu amo você. Sinto muito por não ser exatamente a filha que você sonhou que eu me tornasse, mas eu tentei meu melhor — sussurrei baixinho.

— Isso dói demais. — O choro da minha mãe chamou minha atenção e eu levantei da grama com ela em meus braços.

— Nós tivemos muita sorte por todos os anos que passamos com ele — disse. — Vou deixar você se despedir.

Eu voltei para o carro, não aguentava mais ver minha mãe tão triste.

— Eu sinto muito que você tenha perdido a cerimônia — Jayden disse assim que entrei no carro. Ele pegou minha mão e começou a acariciar, eu tinha sentido muita falta disso.

— Foi melhor assim. — Eu encostei minha testa no ombro dele. Meus olhos ardiam pelas lágrimas. Fiz um barulho esquisito, tentando não me permitir chorar.

— Você não precisa ser forte comigo.

— Eu sei, mas se eu me permitir chorar agora, não vou aguentar o resto do dia — expliquei. Era verdade. O tempo separados, as brigas e mentiras, o ódio que eu tentava desesperadamente alimentar dentro de mim, nada disso diminuíra a conexão e a segurança que eu sentia ao redor dele. — E você viu como minha mãe está, preciso ser forte por ela.

— Você é um anjo — ele suspirou.

— Você tem sido o anjo esses dias — rebati, puxei a mão dele até meus lábios e distribui alguns beijos. — Eu sei que isso não é exatamente normal e não estamos nem juntos, mas você tem me dado muita força.

— Eu sempre faria isso por você — garantiu. — Não importa o quanto você me odeie, eu sei que você também me ama. Você, seu amor, é o que eu tenho de mais valioso.

Essa declaração de amor mexeu comigo e alguma coisa dentro de mim se agitou e me faz dizer:

— Eu te amo. — Saiu com a maior naturalidade possível e eu me assustei. Jayden não demonstrou nada no rosto bonito, exceto pelos olhos azuis, que brilhavam.

— Eu te amo — ele respondeu. Minha mãe abriu a porta traseira e nos assustou.

Jayden não soltou minha mão em nenhum momento no caminho até a mansão.

Jayden não soltou minha mão em nenhum momento no caminho até a mansão

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Fica Comigo (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora