Eu sei! Eu sei que era uma completa loucura e que eu poderia ter feito Gerard desenvolver algum problema cardíaco, mas... Eu não consegui me segurar. Boa parte de mim estava radiante, desde que a ideia havia surgido, até coloca-la em prática. Mas eu não iria negar que estava em uma crise interna de pânico assim que chegamos ali e me vi tão próximo de todos os planos que havia feito se realizarem. Todos eles para fazer Gerard sorrir, exatamente como sorriu, ao caminhar em minha direção, ao que o esperava naquele altar um tanto quanto improvisado.
Havia sido extremamente complicado esconder tudo dele. Em meio ao meu tratamento ainda em decorrência das drogas, os remédios controlados que eu ainda tomava (antidepressivos que afastavam solenemente a ânsia de consumir qualquer coisa) eram fortes o bastante para me deixarem em completo estado de felicidade extrema, um bobo com sorriso no rosto que sempre estava quase disposto a contar o que estava aprontando. Foi ainda mais difícil quando tive a ideia de arrancar todos os detalhes de como seria o casamento perfeito para ele, os dois sob efeito de remédios, sem que ele desconfiasse de nada, para que eu seguisse tudo à risca. Aliás, quase tudo.
A não ser o Caribe... Afinal, o casamento também era meu e não estava brincando, nem um pouco, durante todas as insinuações a respeito de passarmos a lua-de-mel ali. Sabia que não era o lugar favorito do mundo para ele, mas com uma pequena dose de Frank Iero, aqui e ali, não demoraria muito para Gerard esquecer o calor, a areia e todo aquele draminha bobo que sempre fazia.
Mas... Okay... Vamos do começo e com calma, claro.
Aquilo tudo não havia sido do nada. Durante todo o tempo em que passamos em hospitais e clínicas para realizar exames nele, eu não conseguia pensar em como ele ficaria infeliz sem ter a vida que sempre desejou. Gerard não merecia nada daquilo, não era justo com ele passar tanto tempo em macas, tomando quilos de remédio, enquanto poderia viver, poderia retomar todo o tempo que havia perdido, quando antes se amontoava de trabalho e agia como o homem que não era. Eu poderia estar exausto, repleto de noites sem dormir, mas, assim que realizei exatamente sobre o que precisávamos, não descansei.
Sim, nós precisávamos, não só ele... Não só Gerard merecia ter um sorriso no rosto, eu também. Não iria negar que cometi tantos erros, que era capaz de sequer merecer algo assim, mas eu os havia assumido, havia pagado das piores formas possíveis e precisava me redimir. Eu precisava encontrar paz... E aquilo pertencia aos braços dele, a certeza de que iríamos construir nossa família. E das inúmeras coisas que eu havia aprendido ao lado dele, querer uma família enorme, querer uma casa, filhos e ser feliz ao lado de Gerard, havia sido o que me manteve forte o suficiente para aguentar a barra daqueles meses tempestuosos.
E foi o que fez com que eu agisse ao longo dos dois últimos meses programando tudo aquilo. Nas folgas que eu tinha da banda ou quando Gerard estava ocupado demais com trabalho, comecei a traçar toda a rota que faríamos até o Caribe e falar, sutilmente, com Mikey e Bert, sondando os dois, até que meus amigos praticamente me obrigaram a falar o que eu tinha na cabeça. A partir dali, éramos nós três, unidos, prontos para colocar tudo aquilo em prática.
De todas as vezes que mencionamos a cerimônia em si, Gerard sempre havia sido sucinto em falar que queria algo simples. E, por mais que eu fosse do tipo que chamaria a mídia inteira para cobrir aquilo, para que o mundo soubesse que nós dois estávamos casados, fiz a nossa humilde lista de convidados com base em pessoas que realmente importavam para nós dois. Tanto a minha família (meus pais e meus irmãos), quanto a pequena parcela da dele (Mikey havia me indicado que Gerard se dava bem com dois primos e uma tia deles, devidamente convidados), estavam mais do que confirmados. Os Iero e os Way fizeram questão de pagar toda a estadia e passagem, embora eu tenha mexido os meus pauzinhos para que obtivessem descontos em tudo. Afinal, poderíamos fazer aquilo tudo em Nova Iorque, mas o louco aqui resolveu viajar para Aruba para surpreender o noivo em casamento.
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Old Hope || Frerard version
Fanfiction"- Eu e você... Pra sempre, sabe disso, não sabe? - fiz questão de proferir aquilo, no meio do caminho, em meio àquelas pessoas, à música, pouco me importando se eu parecia um louco chorão que se aproximava do cara mais bonito do planeta. Por um seg...