Gerard estava bem... Bem era pouco, para dizer a verdade. Uma aura de amenidade e sorrisos o circulava, ainda que, por algumas vezes, crises acontecessem e ele precisasse ter seus medicamentos reforçados, até que voltasse ao normal. Logo melhorava, me fazia deitar ao seu lado na cama, deixava suas mãos bobas me atacarem, mostrando que, apesar dos tempos difíceis, ele ainda era o bom e velho Gerard. Principalmente quando me provocava, até que ele não aguentasse ou... Ou talvez eu resolvesse me enfiar debaixo dos cobertores e o ajudar com sua natural animação ao me ver e tocar.
Pois é, nós andávamos arriscando um tanto, desde que eu havia sido "obrigado" por ele a dividirmos a sua cama no hospital... Duas longas noites me comportando, até não aguentar mais. Gerard também não facilitava, a mão invadia minha calça, apertava e quase enfiava seus dedos em mim... E aquilo tudo piorava, quando era eu quem o acompanhava até o banheiro do quarto, para ajuda-lo a tomar banho e tudo mais. Era torturante não poder empurrá-lo contra a parede do banheiro, mas na cama... Nós andávamos revendo nossos conceitos.
Eu não podia montar nele, mas a minha boca estava ali para fazer alguma coisa além de apenas beijá-lo. E Gerard estava muito mais feliz do que antes... E estimulado também. No fim das contas, eu era um bom marido. Não havia ninguém mais cuidadoso do que eu, até mesmo quando Gerard quase implorava para que eu fosse mais fundo com a minha boca e tudo o que eu pensava era em fazê-lo ainda mais feliz... E... Melhor deixar isso de lado.
O assunto é felicidade, não é mesmo? Então vamos continuar.
Em um resumo rápido de sua saúde: Gerard estava com a cirurgia marcada para dali a dez dias, Mikey iria lhe fornecer parte do que era necessário para a reconstrução da área afetada pelo tumor e estávamos caminhando para algo que parecia o final daquele drama. Ashley estava sendo nosso anjo em manter tudo esclarecido e correndo da melhor forma possível. Desde a nossa estadia, o nosso conforto, ao encaminhamento do caso de Gerard. Estávamos tendo cada vez mais resultados positivos e a esperança estava sendo renovada.
E sobre a minha felicidade em si: eu estava quase lá. Não sabia exatamente o que faltava, além da total recuperação de Gerard, mas eu sentia certo vazio pulsar dentro de mim, quantas vezes eu fosse tentar preenche-lo... E não era de sexo que eu estava falando.
Tentei ao visitar Sparkie em uma tarde naquela semana (a cachorra quase morreu do coração ao me ver e fez um drama ainda maior quando precisei deixa-la), seguindo aquele passeio a uma idade até a gravadora, onde eu iria mergulhar em um pouquinho de trabalho... Só um pouquinho. Resolvi problemas pendentes sobre o contrato do próximo CD, enquanto Ray e Mikey faziam companhia a Gerard. Até mesmo me atrevi a dar uma entrevista para um programa de rádio, pelo telefone, por indicação de Bob, já que a mídia estava desesperada em busca de notícias. Fui sucinto e simples a respeito de Gerard e decidi me focar no quanto estávamos felizes por nos casarmos, o que me fez reconhecer e me dar conta de que éramos o casal preferido da mídia nos últimos dois meses. Aquilo era grande e algo que ainda me deixava anestesiado.
Enfim. Fiz uma pequena visita a Zacky mais uma vez naquela semana, sob ordens do meu marido, claro... Minha teimosia me impedia de sair do seu lado, até que fosse bem convencido a fazer algo novo. Queríamos ficar perto um do outro, mas Gerard entendia melhor do que eu, ao me ver entediado por aí, inapto a respeito de criar música e sequer tocar meu violão, e previa que eu iria pirar, se não recarregasse minhas energias de alguma forma.
Afinal de contas, eu andava em um nível em que eu já havia decorado todos os setores do hospital, os pacientes do corredor onde Gerard estava internado, e, até mesmo, os médicos que mais circulavam por aí. Eu precisava ver outras pessoas, Gerard estava totalmente certo em me obrigar a querer espairecer. Ou eu iria acabar me tornando outro paciente ali... Quiçá parar em uma instituição para problemas psicológicos, o que era mais viável... Eu poderia até confessar, cá entre nós, que estava voltando a falar sozinho, quando me aventurava pelos corredores da clínica, ao que Gerard estava descansando ou fazendo um de seus exames... Realmente tendo longas conversas comigo mesmo e despertando olhares assustados das pessoas que passavam por mim. E não estava sendo diferente naquela tarde.
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Old Hope || Frerard version
Fanfiction"- Eu e você... Pra sempre, sabe disso, não sabe? - fiz questão de proferir aquilo, no meio do caminho, em meio àquelas pessoas, à música, pouco me importando se eu parecia um louco chorão que se aproximava do cara mais bonito do planeta. Por um seg...