Agradecendo mentalmente ao meu melhor amigo/cunhado, consegui escapar com Gerard, em meio a tropeços e risadas baixas, enquanto escutávamos Mikey gritar com os convidados, mandando-os seguir para um certo ponto na praia, onde havíamos preparado um "salão" improvisado, onde o buffet seria realizado. Eu poderia me preocupar se tudo estava certo, se todas as comidas estavam devidamente prontas e apetitosas, se algo havia dado errado, mas no que eu realmente conseguia focar era no meu tudo. Em Gerard me chamando, apressado... Nele pouco se importando em chegarmos a um local reservado, para me empurrar contra uma das paredes da lateral do hotel, próxima à piscina, quando então alcançamos o edifício bem iluminado, para pressionar-me com seu corpo, colando nossas testas e me fazendo quase desmaiar de tanta paixão.
Eu não sabia como, nunca saberia, na verdade... Mas poderia encontrar uma dúzia de motivos, só naquele olhar, para tentar compreender o quanto eu seria apaixonado eternamente por ele. Gerard não se atreveu a me beijar ou fazer muito mais do que me olhar, enquanto eu encaixava minhas mãos em sua nuca e o puxava para mim, sentindo as mãos percorrendo minha cintura e quadril com uma lentidão sempre muito torturante para alguém tão apressado como eu. Claro que pensei em sexo, pensei em consumir aquele casamento ali mesmo, mas Gerard queria o contrário... Ele só... Ele só queria me olhar e eu fiz o mesmo.
O fitei sob a luz fraca do luar e de parte da iluminação do hotel, registrando cada detalhe de seu rosto mais magro que o habitual, de seus cabelos tão escuros e de como ele parecia livre de qualquer dor que houvesse sentido durante os últimos meses em que havia sofrido em camas de hospitais. Eu nunca havia o visto tão feliz, tão sorridente e desinibido, nem mesmo quando falava meu nome em entrevistas por aí, quando me beijava e me abraçava em público ou me deixava envergonhado quando me assistia compor ou cantar para uma multidão. Então, eu entendi... Aquele era o último passo, o último momento. Eu o havia libertado, o arrastado e quebrado todas as correntes que o aprisionavam ao homem que havia se forçado a ser.
O havia feito ser o Gerard... Não o "meu Gerard", mas o Gerard dele, o de verdade... Pois esse sim era o "meu" e eu só havia percebido ali, com o jeito doce e delicado com que me tocava e me amava com seus olhares e sorrisos. Ele estava inteiro.
Completo.
- O que você...? – Perguntei, um tanto entorpecido, tonto e despreparado. Não sei se soei como um bobo, mas não deixei de notar em como ele riu baixinho, subindo as mãos por meu peitoral, até alcançar meu rosto, os indicadores dedilhando meu maxilar, conforme me respondia.
- Estou registrando esse momento. Eu ainda não sei o que faz comigo, Frank Iero Way, mas quero sair gritando por cada canto desse hotel, invadir cada um dos quartos, subir no telhado e gritar pra lua, pras estrelas e pra qualquer vida nesse mundo e além dele, que você é meu... E que sou completamente seu. – Aquilo não era novidade... Aliás, era, claro que era, Gerard estava me fazendo derreter em seus braços, como nunca havia feito e eu não tinha respostas, não tinha palavras, pois eu me sentia exatamente assim. Queria correr, me jogar no mar, voltar para ele, morrer... E sim, morrer, mas morrer de alegria, de algo que não cabia dentro de mim. Eu estava cheio... Mas cheio de uma forma positiva, cheio de Gerard, de amor, completo. Exatamente como ele. – Eu te amo... Não consigo pensar direito, Frank, mas só sei que te amo... Só consigo pensar nisso, em você, nas coisas que faz por mim, no que me transformou...
- Eu não o transformei em nada, sabe disso... Você é assim, sempre foi. Só não precisa mais esconder, não precisa mais de qualquer coisa que o impeça de ser assim... Exatamente como hoje, como agora, como sempre foi comigo. Só precisava de alguém pra lhe mostrar isso e calhou de ser alguém tão bonito, sexy e... – Antes que Gerard me interrompesse com mais um de seus beijos, fiz questão de puxá-lo delicadamente pelos cabelos, obrigando-o a entreabrir seus olhos e voltar toda a sua atenção para mim, enquanto eu continuava. Dessa vez mais sério, as mãos também vindo por seu rosto, mantendo-o ali, completamente atento a mim. – Eu também quero correr por aí, subir em cima da mesa dos convidados e esfregar a minha aliança na cara de todo mundo... Quero fazer aquele escândalo que você sabe que sou capaz de fazer, mas, por ora, só penso que acabei de fazer a escolha mais certa da minha vida... E que eu já tinha feito há tempos, pra ser sincero, mas que é você... É amar você. Na realidade, nunca foi uma escolha propriamente dita, nós dois estamos cansados de saber a verdade. – Aos poucos, fui limitando a distância entre nossos lábios, o olhar pesando, as palavras tornando-se sussurradas, mas o coração batendo desenfreadamente, assim como as respirações entrecortadas, quase cessadas quando continuei. – Eu nasci pra amar você, Gerard... E vice e versa. Você sabe que não é só um casamento, que é uma promessa pra vida toda. – "E além dela, Frankie...", ele cessou tudo aquilo com as palavras quase esmagadas contra meus lábios, provando-me tão intimamente, que esqueci que poderíamos ser pegos ou interrompidos.
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Old Hope || Frerard version
Fanfic"- Eu e você... Pra sempre, sabe disso, não sabe? - fiz questão de proferir aquilo, no meio do caminho, em meio àquelas pessoas, à música, pouco me importando se eu parecia um louco chorão que se aproximava do cara mais bonito do planeta. Por um seg...