Dia 13

696 89 8
                                    

Já acordei meio assustado na manhã seguinte. Abri os olhos com uma sensação esquisita ao olhar para aquele teto cinza e não familiar. Meu corpo inteiro doía por dormir no chão, e minha barriga roncava da fome.

Antes de qualquer coisa, procurei sinais de que nenhum zumbi ou aranha havia comido partes do meu corpo. Ufa! Eu estava inteiro, e minha cabana também.

Abri a parede com a picareta e olhei para fora, de esguelha, para ter certeza de que nenhum monstro estava ali fora, só esperando para me abocanhar. Parecia estar tudo tranquilo.

Desmontei o abrigo, guardei todas as minhas coisas e comi mais um pão, enfiando tudo goela abaixo com um pouco de água.

Assim que comecei a andar, voltei a ouvir barulhos de estalos. Parecia um esqueleto! Certamente um deles havia se escondido nas sombras para sobreviver à luz do sol.

Empunhei minha espada e me preparei para o pior. Segui os sons do esqueleto, tentando chegar nele antes que ele chegasse em mim.

Virei num amontoado de sebes, na direção de onde vinha o som e dei um grito, brandindo a espada na minha frente, a esmo.

Ouvi um ganido assustado, tropecei num galho e caí para trás, não necessariamente nessa ordem.

Era apenas um cachorro assustado, que agora se escondia atrás de um bloco de terra, com o rabo entre as pernas.

No chão, um esqueleto todo desmontado, com os ossos roídos pelo cão.

Oh não! Será que eu tinha machucado o cãozinho?

Peguei um dos ossos do esqueleto na minha frente e ofereci ao animal, logo me lembrando do desastre com as vacas. Será que era uma boa ideia oferecer comida assim para os bichos?

O cachorro colocou o focinho para cima do bloco de terra e farejou o ar.

"Aqui, cachorrinho!", comecei a chamar. Joguei o osso para ele, que o devorou em segundos. Imagina a força daqueles dentes!

Joguei mais um osso e mais outro, que ele devorava e ia se aproximando de mim cada vez mais. O rabo, que antes se escondia entre as pernas, balançava no ar, de forma alegre.

Chegou uma hora que ele já estava bem na minha frente. Era enorme, quase do meu tamanho e bem branquinho.

"Você quer vir comigo e me ajudar a salvar meu pai?", perguntei, sem pensar muito naquilo. Mas só de ver o cachorro, fiquei com uma vontade tremenda de ter alguma companhia naquela jornada.

O cachorro virou de barriga para cima e lhe fiz um carinho. Acho que era um sim.

Sempre quis ter um cachorro, mas meu pai dizia que eram muito bobos e que sequer sabiam nadar. Eu também não sabia! Então aposto que nos daríamos muito bem juntos. 

O Diário de SteveOnde histórias criam vida. Descubra agora