Já acordei meio assustado na manhã seguinte. Abri os olhos com uma sensação esquisita ao olhar para aquele teto cinza e não familiar. Meu corpo inteiro doía por dormir no chão, e minha barriga roncava da fome.
Antes de qualquer coisa, procurei sinais de que nenhum zumbi ou aranha havia comido partes do meu corpo. Ufa! Eu estava inteiro, e minha cabana também.
Abri a parede com a picareta e olhei para fora, de esguelha, para ter certeza de que nenhum monstro estava ali fora, só esperando para me abocanhar. Parecia estar tudo tranquilo.
Desmontei o abrigo, guardei todas as minhas coisas e comi mais um pão, enfiando tudo goela abaixo com um pouco de água.
Assim que comecei a andar, voltei a ouvir barulhos de estalos. Parecia um esqueleto! Certamente um deles havia se escondido nas sombras para sobreviver à luz do sol.
Empunhei minha espada e me preparei para o pior. Segui os sons do esqueleto, tentando chegar nele antes que ele chegasse em mim.
Virei num amontoado de sebes, na direção de onde vinha o som e dei um grito, brandindo a espada na minha frente, a esmo.
Ouvi um ganido assustado, tropecei num galho e caí para trás, não necessariamente nessa ordem.
Era apenas um cachorro assustado, que agora se escondia atrás de um bloco de terra, com o rabo entre as pernas.
No chão, um esqueleto todo desmontado, com os ossos roídos pelo cão.
Oh não! Será que eu tinha machucado o cãozinho?
Peguei um dos ossos do esqueleto na minha frente e ofereci ao animal, logo me lembrando do desastre com as vacas. Será que era uma boa ideia oferecer comida assim para os bichos?
O cachorro colocou o focinho para cima do bloco de terra e farejou o ar.
"Aqui, cachorrinho!", comecei a chamar. Joguei o osso para ele, que o devorou em segundos. Imagina a força daqueles dentes!
Joguei mais um osso e mais outro, que ele devorava e ia se aproximando de mim cada vez mais. O rabo, que antes se escondia entre as pernas, balançava no ar, de forma alegre.
Chegou uma hora que ele já estava bem na minha frente. Era enorme, quase do meu tamanho e bem branquinho.
"Você quer vir comigo e me ajudar a salvar meu pai?", perguntei, sem pensar muito naquilo. Mas só de ver o cachorro, fiquei com uma vontade tremenda de ter alguma companhia naquela jornada.
O cachorro virou de barriga para cima e lhe fiz um carinho. Acho que era um sim.
Sempre quis ter um cachorro, mas meu pai dizia que eram muito bobos e que sequer sabiam nadar. Eu também não sabia! Então aposto que nos daríamos muito bem juntos.
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O Diário de Steve
FanfictionNa vila onde Steve mora, todas os aldeões são incumbidos de uma tarefa, sendo membros importantes da sociedade. Porém, Steve não consegue descobrir uma única coisa que saiba fazer bem. No Diário de Steve, o leitor irá acompanhar a jornada de...