Dia 3
Decidi tentar as vacas. Eram animais grandes, bonitos e simpáticos, com olhinhos pretinhos e gentis. O que poderia dar de errado?
Depois do fiasco de ontem, o Prefeito me disse que eu deveria fazer minha própria criação de vacas se quisesse mexer com aquilo. Estava proibido de mexer com as coisas comunitárias da vila.
Aparentemente, uma chuva de cartas de reclamação foram parar na caixa de correio dele.
Não tinha problema. Estava me sentindo otimista. Os mugidos a distância me enchiam de energia. Fui cantarolando até o depósito de casa e peguei um montão de paus e tábuas. Me coloquei na frente da mesa de trabalho e comecei a montar uma porção de cercas. Minhas mãos ficaram calejadas e enfiei várias farpas nos dedos. Mas estava orgulhoso de mim mesmo, olhando minha pilha de cercas de carvalho.
Lá fora, na vila, tudo parecia tranquilo, tirando os olhares de alguns aldeões e crianças. Me olhavam com caras desconfiadas, como se aguardassem o momento que eu faria alguma besteira. Eu ia mostrar para eles! Seria um sucesso.
Me afastei, andando pela grama verde e fofa até ficar bem longe das casas e plantações.
Escolhi um lugar aberto, com um espaço bacana e comecei a fincar as cercas no chão, uma a uma, formando um cercadinho grande o suficiente para minhas vacas viverem confortáveis. Que ótimo trabalho eu havia feito!
Mas o dia ainda não tinha acabado, e a quantidade de coisas erradas que poderiam ocorrer aumentava a cada segundo.
Peguei um chumaço de trigo e me esgueirei até as vacas que pastavam ali por perto. Elas adoravam trigo, e não poderiam resistir sua visão e cheiro. Era o plano perfeito para atraí-las até o cercado.
"Aqui vaquinhas", eu falei para elas, e logo se viraram para mim, com suas cabeçorras quadradas e olhinhos vesgos. Imediatamente partiram para cima de mim, que segurava seu alimento preferido apontado para elas.
Só então percebi meu erro. O som dos cascos no solo fazendo um estrondo. Um montão de vacas correndo na minha direção. Tentei firmar o pé, mas o medo era maior. Saí correndo, desesperado, com os animais trotando atrás de mim, doidos para comer o trigo.
Tudo que consegui pensar é que seria comido vivo!
Consegui me esconder depois de jogar o trigo longe. Me enfiei num buraco na encosta de um morro e me apoiei na parede, arfando de cansaço e alívio.
Foi então que ouvi um gemido assustador atrás de mim.
Um zumbi!
No meu desespero, tinha corrido direto até a entrada de uma mina abandonada!
O que era pior? Morte por zumbis, ou morte por pisoteamento de vacas?
Zumbis!!!
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Diário de Steve
FanficNa vila onde Steve mora, todas os aldeões são incumbidos de uma tarefa, sendo membros importantes da sociedade. Porém, Steve não consegue descobrir uma única coisa que saiba fazer bem. No Diário de Steve, o leitor irá acompanhar a jornada de...