Dia 14

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Eu estava tão acomodado naquela manhã, que cometi um erro terrível.

Pisei para foda do abrigo sem olhar em volta primeiro. Não tive tempo de fazer nada. Apenas saltar para longe. O barulho de pavio do creeper me atingiu como um raio, me deixando paralisado de medo.

Lobo e eu fomos jogados longe dali com a explosão. Boom! E tudo foi para os ares. Meu abrigo! Estava destruído, com os blocos espalhados por todos os lados.

Sobrevivemos por um tris. Se o creeper tivesse se aproximado um pouco mais, não sei o que teria sido de nós.

Meus ouvidos estavam zumbindo e meus braços ardiam de dor, mas corri até o local da explosão, tentando recolher o máximo que pude dos meus pedregulhos de volta.

Eram poucos. Como faria um abrigo na noite seguinte?

Sentei no chão, bem no meio da cratera da explosão, frustrado. Meu corpo ferido, meu cabelo, chamuscado. Lobo perdeu um pouco de pelo nas patas de trás, e parecia muito abatido.

Respirei bem fundo por um tempo, me esforçando para ficar calmo. A pouca coragem que havia reunido no último dia havia se dissipado rapidamente com aquele encontro com o creeper.

Levantei, olhei em volta cuidadosamente e voltei a andar. Não havia tempo a perder. Precisava achar meu pai.

Não saia como faria meu abrigo na noite seguinte com aquela quantidade minúscula de pedregulhos que haviam restado, mas perderia muito tempo se precisasse minar mais rocha. Meu pai poderia estar em perigo. Teria de improvisar quando a hora chegasse.

Ouvi o som de água corrente e resolvi me encaminhar até lá, para me lavar. Era um córrego bem pequeno, rodeado com cana de açúcar e flores coloridas. Muita luz chegava até ali, então não precisaria temer os monstros.

Respirei fundo e engoli o choro quando lavei meus braços no riacho. Eles arderam com as queimaduras. Comi um pouco para ficar mais forte, já preocupado com a quantidade de comida que havia trazido. Será que passaríamos fome?

"Vamos em frente, Lobo! Não podemos desistir."

Lobo continuou com sua mania de cavocar tudo que achava. Lá pelas tantas, já de tardinha, eu estava ficando desesperançado. Saímos da floresta, passamos por um pântano, uma pequena campina cheia de girassóis e entramos em uma segunda floresta, repleta de orquídeas e tulipas.

Suspirei frustrado ao chegar lá. Não encontramos nenhuma pista do meu pai ou outro adulto, esse tempo todo! Será que seria melhor se eu voltasse para casa?

Foi quando estava com esse pensamento em mente que Lobo voltou a cavar. Mas ele latia, desesperado. Quando o alcancei para ver o que era, Lobo tirou um objeto azul do buraco e o colocou em meus pés.

Era o elmo de diamante de meu pai.

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