Meu encontro com o enderman

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Corremos por um longo tempo, até chegarmos em uma campina enorme. Ao longe, uma cachoeira caía do topo de uma montanha super alta. Lobo estacou de frente ao rio, farejando o chão e ganindo. Tinha perdido o rastro.

Mas pelo menos estávamos na direção certa dessa vez. Meu pai provavelmente havia seguido o riacho. Eu só precisava decidir para que lado ir.

Olhei para cima e um arrepio percorreu toda minha espinha. O sol se punha no horizonte, colorindo todo o céu de alaranjado. Em poucos minutos, o lugar estaria cheio de monstros, e ali estava eu, com uma espada de ferro mais pesada que meus braços. Não havia tempo de me esconder, de construir um abrigo, nada.

Engoli em seco e comecei a suar. Me apoiei atrás de uma colina de pedras, segurando a arma com as duas mãos, tremendo. A arma escorregando das minhas mãos úmidas. Percebi que nunca conseguiria lutar contra nada se aquele medo me dominasse.

A lua subiu no céu e várias estrelas piscaram para mim daquela imensidão escura. Os sons crepitantes das aranhas na floresta me alcançaram e eu saí correndo.

Não sabia onde estava indo. Apenas corri.

Mal conseguia enxergar o que estava na minha frente, e só tive tempo de pular para o lado quando vi um braço se esticando na minha direção, jogando em mim um frasco com um líquido verde.

O frasco se espatifou no chão do meu lado, e pude ver, por alguns instantes, um mob que parecia humano me encarar com raiva, enquanto pegava outro frasco de vidro para atirar na minha direção.

Saí correndo para o lado oposto, me afastando da bruxa o mais rápido que pude, sem coragem de olhar para trás e ver se me perseguia.

Até que tropecei em uma raiz e caí de cara no chão. Enquanto limpava a terra de meu rosto, Lobo começou a rosnar e eu olhei para cima, cometendo o maior erro até então.

Olhei diretamente nos olhos de um enderman. E ele era ainda mais assustador que qualquer história que o Bibliotecário poderia contar.

Enorme, escuro como céu, com os braços longos ameaçadores virados para mim.

Assim que ele me viu, abriu a bocarra, mostrando uma série de dentes serrilhados, gritando do alto de seus três cubos de altura. Uma fumaça roxa rodeava todo o corpo da criatura, e podia ouvir vários estalidos quando se ele movia na minha direção, aparecendo bem na minha frente num piscar de olhos.

Antes que pudesse fazer qualquer coisa, o endermen me golpeou com seu braço comprido e caí para trás. Não conseguia me mover. Cada músculo de meu corpo paralisado de dor e medo.

Lobo o atacou, latindo sem parar. Agarrou a perna dele e começou a sacudir, mas também foi atirado ao longe.

Estava tudo perdido! Fechei os olhos esperando o fim chegar, mas em meio aos gritos horríveis do enderman, ouvi o silvo de um arco e flecha.

Abri os olhos no momento que o enderman caía a meus pés. Meu coração ainda batia acelerado quando ele se desintegrou em milhares de pixels e uma orbe verde apareceu no seu lugar. Segurei o objeto nas mãos, sem ter ideia do que aquilo fazia.

"Você está bem, cãozinho?", foi o que ouvi ao me levantar do chão, sentindo uma dor horrível em todo meu corpo.

O arco atirou mais algumas flechas em alvos que eu não podia ver. Segui a direção da voz desconhecida e vi, logo na beirada do rio, uma garota agachada sobre Lobo, atirando em um grupo de zumbis que se aproximavam.

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