Prólogo I

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AS CRIAÇÕES DE ILUMAR

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AS CRIAÇÕES DE ILUMAR

No início das eras, enquanto a terra não existia e nenhum mortal ou elfo tinha sido criado, havia na dimensão norte uma águia chamada Ilumar que sobrevoava um céu cinzento e sem vida. Suas asas tinham uma cor amarronzada. Eram alongadas com diversos detalhes brancos em sua volta. Um longo bico amarelo, garras afiadas com as quais conseguia facilmente agarrar suas presas e um olhar exuberante e aguçado, conseguia avistar a menor de todas as criaturas. Sua altura era de sete metros, pesava cerca de duzentos quilos. Tinha cento e vinte anos, exibia agilidade em seus voos agressivos. Sua força era inexplicável e seu poder irradiava por todos os cantos do universo, podendo criar tudo aquilo que era de seu agrado.

Sozinho, em meio ao nada, Ilumar sentiu a necessidade de uma companhia a quem pudesse confidenciar suas histórias. Assim, Ilumar, com todo seu poder, criou o mago Cesarem, homem de pele branca, rosto fino e olhos azuis, o qual aparentava ter trinta anos de idade e nunca poderia envelhecer, pois Ilumar deu a ele o dom da imortalidade e o designou como seu conselheiro.

Cesarem sobrevoava sobre as costas da grande águia, por todos os lugares. Adorava observar as estrelas que cobriam o céu, pedindo ao seu criador que falasse mais sobre elas. A felicidade era constante nos corações de ambos. O norte se tornou o lugar preferido para visitas, de modo que passaram a estar por lá todos os dias.

Certo dia, Cesarem observou que a grande águia estava infeliz. Preocupado, procurou saber o que estava acontecendo.

– O que o preocupa, meu senhor?

– Me sinto triste, a vida parece não ter sentido sem outros com quem partilhá-la.

– Como assim? Você tem a mim. Fui feito a partir de seu intelecto.

– Preciso de um lugar para repousar minhas asas cansadas. E você ficaria sozinho caso eu fosse embora. Por isso acho pertinente criar um refúgio para você, junto de outros iguais a você para que não se sinta sozinho, como eu.

– Meu Senhor, sou verdadeiro e sincero, sempre cuidei de você, aconselhando-o em todas as suas necessidades, mas desta vez não posso concordar com este seu pensamento.

– Qual seria o motivo de não concordar? Você acha que eu não sou capaz de governar dois mundos? – perguntou Ilumar.

– Não é por isso, meu senhor! – disse Cesarem. – Somos felizes, e não precisamos de outros seres para nos trazer esta felicidade!

– Mas eu não sou! – afirmou Ilumar. – Desculpe-me, mas eu preciso de novos ares, de criaturas com quem dialogar e compartilhar as minhas alegrias!

O coração de Cesarem começou a se fechar diante da escolha de Ilumar, pois nunca imaginou que um dia seu mestre discordaria de algum posicionamento seu.

Com a força do bater de suas asas em direção ao vazio, Ilumar formou as nuvens que pairavam sobre o céu. Pouco a pouco, de dentro das nuvens, foram saindo os animais que passaram a sobrevoar aquele céu, animais de variadas espécies e tamanhos foram surgindo. Havia uma certa hierarquia, desde a menor das aves até a grande águia. Todos eles, sabiam quem era o seu criador de modo que passaram a respeitá-lo e a amá-lo como tal. Ilumar lhes deu o dom do som, fazendo com que os inúmeros animais experimentassem suas vozes em exaltação, o que fez Cesarem tapar seus ouvidos, pois o canto era muito poderoso e chegava a ser doloroso. Assim, foi se criando Calauë, lugar impossível de descrever, pois a grandiosa beleza é indescritível aos olhos mortais. Esse lugar passou a ser a casa de Ilumar, Cesarem e de todos os animais criados.

O Senhor das Águias e as Pedras da PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora