I
Os Elanfös
Em algumas partes deste livro, relato aos meus leitores as histórias dos elanfös. Por meio delas, podemos descobrir um pouco de sua personalidade e de sua convivência nas regiões de Aquatinta. Diversas histórias foram contadas sobre os elanfös, muitas canções foram dirigidas a esse povo que prefere simplesmente estar em seu lar, em volta de suas fogueiras, aquecendo-se do frio repentino.
Entretanto, muitos podem interessar em saber mais sobre essas criaturas surpreendentes, embora não tenha relatado profundamente sobre eles nas histórias aqui contadas. Para esses leitores, descrevo aqui algumas notas sobre os pontos mais importantes da vida dos elanfös.
Muitos devem estar se perguntando de onde vieram os elanfös. Qual é a origem deste povo tão sensato? Quando eles foram criados? Para que objetivo? De fato, são tantas perguntas que queremos esclarecer a você que nos acompanhou nesta longa jornada.
Segundo as lendas do Norte, relatadas e escritas por Beyën, rei dos elfos e protetor dos pergaminhos antigos, os elanfös surgiram há três eras, após as criações de Ilumar. Não se tem nada registrado de como os elanfös realmente existiram. Há boatos de que essas criaturas nasceram de dentro de longas raízes de árvores, fechadas por uma bolsa de folhagens e lama ao seu redor. Já outros elfos, mencionam que eles surgiram de uma paixão repentina de um elfo com uma anã. Muitos relatam que seu amor era proibido. Há boatos de que essa anã foi expulsa de suas terras, mas nada disso é possível de se confirmar.
Em ambos os casos, suas origens se dirigem às montanhas de Dríÿ, onde surgiram os primeiros elanfös. Essas montanhas se encontram próximo às regiões de Tiän, que hoje são um marco histórico para aquela população. Mas os elanfös não ficaram por muito tempo naquelas montanhas. Houve fome naquela época, muitas de suas colheitas foram perdidas pelas pragas que vieram do sul. A peste negra dominou aquele lugar e muitos dos elanfös morreram sem os mantimentos necessários para a sua sobrevivência. Sabendo da agonia de seu povo, o rei dos elfos preparou uma outra região que seria designada especialmente para eles.
Jorge, pai de Agäz, estava no meio daquele povo sofrido, onde o mal definidamente os estava acompanhando. Ele era apenas uma criança, quando viu seu pai morrer de uma forte dor no peito, devido a peste negra que se alastrava de uma maneira totalmente alarmante. A família Calção acompanhou, juntamente com outros elanfös, as ordens de seu rei. Todos foram morar nas regiões de Aquatinta, próximo às grandes montanhas do leste, onde construíram suas casas dentro das frondosas árvores de baobás. Suas madeiras eram firmes, mas não impediam que o frio das montanhas entrasse em suas casas.
As terras de Aquatinta se estendiam por 140 milhas desde as grandes montanhas do leste até as cataratas de Ruffis, e 160 milhas desde os rochedos no norte até os charcos do sul. Embora Aquatinta não fosse uma região tão visitada assim, era maravilhoso contemplar o pôr-do-sol que se escondia por detrás das montanhas. Seu gramado era aparado, havendo longas estradas de pequenas pedras agudas. Próximo de suas casas, havia uma extensa plantação de trigos e uvas, sendo elas, as mais famosas de todo o mundo de Aldiroön. Eles comercializavam a sua colheita em troca de alguns bréguiimäs que ajudava para a compra de algumas ferramentas para o seu plantio, e nunca se atreveram a caçar algum animal, nem mesmo por hobby.
Os elanfös são criaturas discretas, mas numerosos outrora do que hoje em dia. Sua fisionomia era completamente diferente se comparada a um humano normal. Tinha um jeito rude como os anões, mas completamente sensato como os elfos. Suas orelhas eram compridas e pontiagudas, seu nariz era bastante arredondado, seus olhos eram claros e perspicazes, suas roupas eram totalmente avantajadas e coloridas, seus cabelos eram encaracolados, com uma pele lisa e clara como as dos elfos. Seus dedos eram grandes e rechonchudos e seu corpo não tinha um certo porte. Todos eles tinham uma pequena corcova em suas costas, nada exagerado. Usavam sapatos de couro de dragão, que combinavam literalmente com suas vestimentas.
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O Senhor das Águias e as Pedras da Perdição
FantasíaPedro se considerava um simples ferreiro de Caën, morador de uma pequena cidade pacata ao norte de Velÿ. Vivia confortavelmente em sua casa e raramente se aventurava para outras regiões, principalmente em se tratando de novas aventuras. Sua ira pelo...