Capítulo 25: O Sonho de Eleönora

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Eram novamente três da manhã quando uma das pedras se despertou. Expelia um forte brilho que irradiava toda a floresta. Ninguém acordou, inclusive Pedro que a segurava entre seus ombros.

Eleönora descansava tranquilamente próximo de seu pai, que por um segundo tentava se proteger daquele frio ameaçador. Ela estava coberta com alguns cobertores. Jack havia doado voluntariamente o seu cobertor para ela, já que ele não precisaria se proteger do frio.

Enquanto Eleönora dormia, surgia em sua mente um sonho nada agradável. Estava ela no mesmo lugar e no mesmo instante que sua mãe resolveu pular daquele precipício. Eleönora presenciou cada momento em que ela se debatia nas paredes como se fosse uma barata tonta prestes a morrer.

Mas para a sua surpresa, encontrou-se com Cesarem que a estava conduzindo para o penhasco. Sem dúvida, a mãe de Eleönora estava enfeitiçada por ele. Os olhos de Degälion estavam vermelhos e brilhantes. Algumas palavras foram pronunciadas. Eleönora não conseguia compreender o seu verdadeiro significado.

Cesarem não parava de encará-la. O ódio dominava completamente todo o seu ser. Eleönora simplesmente reparava aquela cena que havia contado para Jack. Ela começou a desesperar quando viu sua mãe caindo do penhasco.

– Você matou sua mãe, Eleönora! Como pode fazer tamanha brutalidade? Que mal ela fez a você para merecer a morte? – disse Cesarem, ironicamente.

– Maldito! Você a matou! Como pude ser tão estúpida ao ponto de pensar que eu era a culpada! – disse ela, expelindo lágrimas de ódio.

– É isso que irá acontecer com cada um que se atrever a entrar em meu caminho! Será que é tão difícil de vocês aceitarem o meu pedido? Apenas quero as minhas pedras e nada mais!

– Nunca! – gritou Eleönora.

– Ora! É uma troca justa! As minhas preciosas pedras pela vida medíocre de vocês. Ainda está em tempo de escolher! – disse ele, apoiando em seu cajado. – Você quer que aconteça com você a mesma coisa que aconteceu com sua mãe?

– Por Ilumar! Não irei traí-lo. – gritou Eleönora.

– Muito Bem! Você escolheu a pior parte e agora terá que enfrentar as consequências.

Com o seu cajado, Cesarem enfeitiçou a mente de Eleönora. Ela simplesmente se levantou e começou a andar pela floresta. Diversas vezes ela se debatia sobre as árvores que a machucavam profundamente. Jack conseguiu despertar quando ouviu os galhos sendo quebrados pela própria Eleönora que caminhava sem direção. Ele não entendia muito bem o motivo de ela estar se debatendo, mas mesmo assim, resolveu segui-la durante a noite.

Enquanto isso, no sonho, Cesarem pulava de um lado para o outro, cantarolando uma pequena canção improvisada.

Ande! Ande para o abismo da morte!

Lá encontrarás o seu descanso.

Você desejou desta maneira e agora terá o seu ganho!

Ela tentava a todo momento lutar contra aquele feitiço, mas de nada adiantava. Eleönora caminhava em direção ao abismo. Jack percebeu que ela estava enfeitiçada. Ele correu em sua direção para tentar impedir que alguma coisa acontecesse com sua amada. Mas não foi o suficiente. Eleönora pulou naquele abismo infernal, rumo às rochas pontiagudas de Balsën.

Jack ficou desesperado em ver a sua amada caindo naquele precipício. Ele rapidamente se transfigurou em um morcego e voou para a direção de Eleönora. Ambos estavam caindo. Por diversas vezes, Jack se desesperou por não conseguir alcançar a sua amada.

O Senhor das Águias e as Pedras da PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora