Capítulo 15: Os Elfos de Tiän

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O pântano das quatro almas estava longe de suas vistas. Só se viam no horizonte as grandes florestas de Kÿen, pertencentes às regiões de Tiüan. Ela era completamente fechada, formada em boa parte por árvores de grande porte, situando-se próximas umas das outras. Antes que eles entrassem, Beyën saltou-se de seu cavalo e o amarrou em uma árvore.

– Quero que todos fiquem aqui! Venham comigo apenas Eleönora e Turän.

– Por acaso o rei de Tiän está devendo alguma coisa nestas terras? – resmungou Petrus, enquanto descia de seu pônei.

– Digamos que nestas terras, não sou muito bem-vindo! – respondeu Beyën com um sorriso seco.

– Ora! Mas por quê? Você não é o rei de todo o norte? – perguntou Claüer completamente confuso.

– Sou! Mas infelizmente há alguns elfos que discordam do meu título. – disse Beyën. – A floresta é o único caminho para as cavernas de Tiurän. Garanto que esses elfos que discordam do meu reinado estarão escondidos entre as matas. É melhor que nós três sejamos capturados do que todos vocês.

– Aquele louco já deve estar sabendo que estamos aqui! – disse Eleönora, olhando para o seu pai.

– Tomem cuidado! – disse Radnör, seriamente. – Aquele que se diz rei sobre o norte, é completamente ganancioso pela sua riqueza.

A grande maioria não conseguia compreender o que Eleönora e Radnör queriam dizer.

– Não se preocupe, tomaremos cuidado! – disse Beyën, segurando fortemente no braço de Radnör. – Mas antes de partir, quero que fique combinado uma coisa! Se no segundo dia de Tiüan eu não retornar, quero que Pedro e Agäz corram para me procurar.

– Mas por que nós? Digo, por que não toda a sociedade da prata? – perguntou Pedro.

– Não quero colocar toda a sociedade em risco! E vocês são mais ágeis e espertos. Saberão nos ajudar...

– Eu conheço os elfos destas terras, principalmente o senhor destes bosques. – interrompeu Radnör.

– Ótimo! Então você irá acompanhar Pedro e Agäz. – disse o elfo com um leve sorriso. – Aguardem até o amanhecer do segundo dia. Todos atravessem a mata, mas somente os três poderão voltar para nos procurar!

Beyën desapareceu em plena mata. Enquanto caminhavam, ouviram barulhos estranhos vindo em sua direção. Eleönora estava pronta para atirar uma de suas flechas. Mas algo inesperado aconteceu. Sem que eles o percebessem, estavam cercados por um grande exército de elfos que miravam suas flechas para sua direção. Beyën tentou se identificar, mas não obteve tanto sucesso. Suas mãos foram amarradas e sua boca foi amordaçada. Ao caminharem até o centro da floresta, avistaram o reino de Tiüan. Havia diversas casas sobre as rochas, cachoeiras que desabavam sobre os penhascos e um céu rosado, que fazia contraste com um azul celeste.

– Nós iriamos morar aqui! – cochichou Eleönora para o seu

irmão.

Estando eles próximos das rochas, avistaram uma mansão feitas de pedras cristalinas. Ao entrarem nela, depararam-se com um jovem elfo sentado sobre um trono de cristal, degustando algumas frutas que estavam sobre uma bandeja de prata. Parecia ser um rei, principalmente quando Turän observou a sua coroa de ouro que estava cobrindo as raízes de seus longos cabelos negros.

– Ora! Ora! O que temos aqui? Se soubesse que você viria, estaria mais apropriado.

Os soldados tiraram a mordaça de Beyën.

– Se eu avisasse que iria aparecer, talvez a guarda estaria muito mais preparada! Não é mesmo Rianckÿ, filho de Cräzis.

– Não sei! Depende muito do meu bom humor.

O Senhor das Águias e as Pedras da PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora