Pedro correu em direção aos vagalumes que estavam ansiosos para lhe mostrar uma outra coisa. A família de Radnör subia as escadas rumo à adega. Eles desapareceram das vistas de Pedro. Ao passar por diversos caminhos ocultos, Pedro percebeu que estava em um jardim todo florido. Havia diversas árvores a sua volta e diferentes esculturas que lembravam os reis do passado.
De repente, todos aqueles vagalumes que estavam com ele repousaram sobre uma rocha. Ela estava próxima de uma das árvores que se encontrava no jardim. Ao aproximar-se da rocha, Pedro percebeu que ela era diferente das outras. Ela estava trincada, emitindo uma leve luz que saía de dentro dela.
– Essa rocha parece que está oca! – disse Pedro, batendo nela.
Percebendo que havia algo de diferente, Pedro decidiu quebrar a rocha com um soco. Sua mão começou a doer naquele momento e seus dedos começaram a ficar inchados. Uma luz azul começava a surgir. Era tão forte o seu brilho que fez com que Pedro caísse de costas sobre os gramados do castelo.
– Eu a encontrei! A famosa pedra azul das águas marinhas.
Sua respiração estava acelerada. Jamais imaginaria que a encontraria naquele lugar.
O jardim estava deserto. Alguns demäuros sobrevoavam aquele lugar. Eles não conseguiram avistar a pedra de seu mestre.
Enquanto isso, Miriam entrava pelos portões do castelo. Suas colunas estavam enfeitadas com alguns estandartes. Seus desenhos eram os mesmos, uma cobra verde enrolada em uma espada. Era o símbolo que Arthur havia criado para simbolizar o seu reinado.
Ao caminhar no castelo, Miriam encontrou-se com Arthur que estava sentado em seu trono. Ele estava comendo algumas castanhas em uma bandeja de prata. O rei ficou assustado ao encontrar-se com Miriam.
– Quem é você? E como você entrou em minhas propriedades?
– Sou Miriam! Estou aqui a pedido de Ilumar! – disse ela, tirando a espada de sua bainha.
– Como se atreve a estar diante de mim? Sua camponesa imunda! – disse Arthur aos berros.
Cesarem apareceu por detrás de Miriam sem que ela o percebesse.
– Não sei se chamaríamos isso de coragem. Nominaria mais como uma estupidez! – afirmou ele, acariciando o seu cajado.
– Mas isso não ficará assim! Guardas! – gritou Arthur.
Nenhum dos guarda estava por perto. Miriam disparou através de sua espada um jarro de luz ofuscante. Ela atingiu o rei, fazendo com que ele desmaiasse. Cesarem ficou furioso, parecia que seus olhos iriam pular de seu crânio de tão apertados que eles estavam.
– Como ousa atacar o seu rei desta maneira, sua feiticeira! – gritou Cesarem, transfigurando-se em uma fumaça negra.
Miriam desabotoou rapidamente a sua capa. Enquanto Cesarem vinha em sua direção, ela continuava de costas como se nada tivesse acontecido.
De repente, Miriam deu um salto de costas, passando por cima daquela fumaça. Cesarem se transfigurou em sua forma natural e correu em direção de Miriam para enfrentá-la.
A espada das oliveiras começou a brilhar. Sua luz ofuscava os olhos de Cesarem, mas, mesmo assim, o mago ousou a lutar. Miriam pulou em cima do inimigo. Sua espada se debatia com o cajado. Diversos feitiços saíram dos olhos de Degälion. Miriam desviava de todos eles, pulando de um lado para o outro para não ser atingida.
Cesarem conseguiu prendê-la com um de seus encantos. Miriam ficou imóvel, não conseguia pegar a sua espada que estava jogada próxima ao trono. Por diversas vezes, Cesarem começou a esbofeteá-la. Seu sangue começou a sair de suas narinas, esparramando-se pelo chão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Senhor das Águias e as Pedras da Perdição
FantasyPedro se considerava um simples ferreiro de Caën, morador de uma pequena cidade pacata ao norte de Velÿ. Vivia confortavelmente em sua casa e raramente se aventurava para outras regiões, principalmente em se tratando de novas aventuras. Sua ira pelo...