Capítulo 28: A Preciosidade de Espëlhim

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Miriam andava de um lado para o outro. Ela aguardava alguns dos anões que estavam ainda se arrumando. Quase todos estavam sonolentos. Os únicos que estavam dispostos eram Agäz (que rapidamente vestiu a sua roupa de pano acinzentado) e o rei dos anões, que estava acordado há bastante tempo.

Alamuc desceu juntamente com Miriam e Agäz para uma cripta que ficava aos fundos de sua casa. Agäz se surpreendeu ao ver o tamanho daquelas enormes paredes que cercavam aquele lugar. Eram pedras negras, de espessuras alongadas. Parecia que a luz do sol nunca havia chegado a tocar naquele lugar. Ao descer diversas escadas, encontraram uma imensa fortuna.

Agäz nunca chegou a ver tanto ouro em sua vida. Havia tantas joias que até as estátuas de pedra estavam enfeitadas de rubi e cristais. Próximo a estas estátuas, estava guardado um baú de madeira, todo talhado de pedras preciosas. Alamuc abriu aquele baú. Dentro dele havia uma pequena rocha espessa, com um formato de um hexagrama.

– Aqui está, minha senhora! A chave que tanto precisamos! – disse Alamuc.

– Elennÿ nökity. – disse Agäz inseguro, não sabendo muito bem falar a linguagem élfica. – Por Ilumar! É esta a grande estrela da noite?

– Ela mesma! – disse Alamuc. – Carvalho conseguiu protegê-la muito bem! Se as criaturas de Cesarem a tivessem capturado, não conseguiríamos entrar naquelas cavernas.

– Precisamos guardá-la bem! Não sabemos o que iremos encontrar pelo caminho. – disse Miriam.

Agäz franziu as sobrancelhas.

– Que estranho! – exclamou Agäz.

– O quê? – perguntou Miriam.

– Meu pai também teve uma caixa de madeira como esta! – disse Agäz. – Ninguém podia tocar naquela caixa!

– Como assim? Os elanfös não são de guardar ouro! Eles gostam de esbanjar como os anões!

– Nem tanto, Miriam! – disse Alamuc.

– Eu não entendia muito bem! – disse Agäz. – Ele guardava alguma coisa de precioso! Nem mesmo a minha mãe podia tocar nela. Era apenas ele e a caixa.

– E onde está essa caixa? – perguntou Miriam.

– Está em Aquatinta, nos porões de minha casa!

– Você nunca chegou a ver o que havia dentro dela? – perguntou Alamuc.

– Nunca! Mesmo depois da morte de meu pai, essa caixa ficou lá! Intacta! Ninguém ousou tocar nela.

– Estranho.... Muito estranho... – disse Miriam.

Alamuc pegou a chave e apertou com sua mão. Suas pontas se abriram como uma flor que acabava de desabrochar.

– A chave realmente está intacta! – disse Alamuc.

– O que me preocupa agora não é tanto a chave, mas o monstro que habita naquelas cavernas. – disse Miriam.

– Que monstro? – perguntou Agäz.

– Um Tikbalang! – disse Miriam, olhando para os olhos de Agäz.

Agäz não sentia mais as suas pernas depois de ouvir aquele nome. Todos os elanfös tinham um certo medo de encarar aquela criatura. Tanto que Miriam não parava de olhar para ele, caso necessitasse de socorrê-lo.

– Sei do medo que os elanfös tem dos Tikbalangs. – disse Miriam, com um olhar dócil. – Não se preocupe, não deixarei que nada aconteça com você! Eu prometo!

O Senhor das Águias e as Pedras da PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora