Todos estavam sentados em volta de uma fogueira quando Eleönora começou a caminhar com Jack. Ambos estavam próximos de um penhasco para contemplar o sol que se escondia por detrás das montanhas. Ele brilhava com um certo frescor, de tal modo que sequer conseguia queimar a pele de Jack, apenas seus olhos eram ofuscados pelo pequeno brilho que saía entre as montanhas. O céu estava coberto de nuvens. A luz do sol refletia sobre elas e seu contraste deixava as nuvens rosadas.
Ambos se sentaram em um gramado aparado, reparando em cada movimento que o sol projetava sobre as montanhas.
– Nossa, como é lindo! – exclamou Eleönora.
– Imagino mesmo! É uma pena que eu não possa olhar muito para a luz do sol, meus olhos não suportam muito esta claridade! – disse Jack, olhando para o rosto de Eleönora.
– Não sabe o que está perdendo! É maravilhoso!
– Garanto que não estou perdendo nada! O brilho do seu olhar
é muito mais impactante do que a do sol que se esconde por detrás das montanhas. – disse ele, sorrindo.
– Como você consegue ser tão galanteador nestas horas?
– Com você, eu não tenho o tempo certo! Apenas o presente me satisfaz!
Jack segurava algumas flores que havia arrancado enquanto caminhava.
– Dou-lhe essas flores, para a mais bela rosa do meu precioso jardim! – disse ele.
– Obrigada! – disse ela, sem graça. – Nunca recebi flores! A não ser aquela que você me deu na floresta.
– Nunca recebeu uma flor? Eu seria um louco se não desse uma rosa para você! Melhor dizendo, daria todas as flores deste mundo só para fazê-la sorrir!
Eleönora deu um sorriso sem graça. Ela rapidamente mudou de assunto.
– Me conte mais sobre você!
– O que gostaria de saber?
– Como você se transformou em um vampiro?
– Eu não gosto muito de tocar nesse assunto! – afirmou Jack, cabisbaixo. – Mas posso lhe contar com uma condição!
– Que condição?
– Depois que eu contar a minha história, quero saber mais de você!
– Saber o quê? – perguntou ela.
– Não sei! Talvez alguma coisa que a deixou triste algum dia.
– Muito bem! Pode ser!
– Uma tristeza sendo compartilhada com uma outra! Mais do que justo! – disse Jack, sorrindo. – Antes de contar, me promete que você não irá me julgar pelo que eu fiz?
– Prometo! Será o nosso segredo. – disse Eleönora, segurando as mãos do vampiro.
– Eu.... Eu... matei um homem! – disse ele, cabisbaixo.
– Você matou um homem? Mas como?
– Eu morava em Caën alguns anos atrás! Trabalhava em uma padaria, mas não comparecia nos meus dias de serviço. Na verdade, eu era também um péssimo padeiro. Uma vez o dono me chamou e me mandou sair daquele lugar. Passei fome, meus bréguiimäs haviam acabado. Andava de um lado para o outro e ninguém me ajudava. Mas uma nova proposta surgiu em minha vida! Um homem com vestimentas negras apareceu na minha frente e me ofereceu os bréguiimäs de que eu tanto precisava, em troca de um assassinato.
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O Senhor das Águias e as Pedras da Perdição
FantasyPedro se considerava um simples ferreiro de Caën, morador de uma pequena cidade pacata ao norte de Velÿ. Vivia confortavelmente em sua casa e raramente se aventurava para outras regiões, principalmente em se tratando de novas aventuras. Sua ira pelo...