Ao aproximar-se do meio-dia, a senhora Pouty decidiu ficar ao seu lado, até o momento em que selaria seu cavalo e tomaria o seu rumo paras as terras de Tiän. Estando próxima da sala de estar, sentou-se em uma das poltronas a espera de Pedro para entregar-lhe uma encomenda. Segurava consigo um embrulho pontiagudo e uma carta com uma descrição incompreensível.
— Leve apenas o necessário para esta missão. Principalmente uma espada afiada e um escudo que te proteja perante os ataques. — mencionou ela, ao olhá-lo próximo a escada.
— Estou levando comigo a melhor espada que já pude criar. Veja! Seu punho é feito de ouro maciço, detalhado com algumas pedras preciosas que sobraram para a fabricação de algumas espadas reais. — disse ele, levantando a sua espada.
— Muito bonita! — exclamou Pouty. — É muito mais brilhante do que a de Arthur. Já pensou em algum nome especial?
— Laminada! O que acha?
— Merecedor deste nome, já que sua lâmina é de aço cristalizado. Onde conseguiu?
— Estava fazendo uma para o rei, acabei fazendo outra para mim! Somente Arthur tem uma espada igual a esta.
— Cuide bem dela. Muitos homens estão à procura deste aço. Dizem que não encontram mais deste aço nas terras de Aldiroön.
— Ouvi mesmo esses boatos, mas parece que Arthur encontrou facilmente. — brincou Pedro.
— Arthur! Arthur! — exclamou Pouty, repentinamente. — Tome cuidado com aquele miserável. Você sabe muito bem do que ele é capaz.
— Sinceramente, eu confio em Arthur. Há tantos anos que trabalho para ele.
— Ele não é digno de minha confiança. — disse Pouty com um semblante desafiador. — Um homem que persegue os aguianos, não merece ser rei.
— São apenas boatos, não temos provas cabíveis de que ele faça essa tamanha crueldade.
— Como consegue ser tão teimoso e tão cabeça dura? — perguntou ela com um tom enfurecido. — Somente os cegos são incapazes de perceber esta realidade. E tem mais! Acredito sinceramente que aquele homem esteja compactuado com Cesarem.
Deixando-a em consideração, Pedro decidiu em não discutir sobre este assunto com a senhora Pouty. Ela poderia estar caducando devido a sua idade avançada. Por isso, resolveu mudar de assunto, deixando para trás aquela conversa impetuosa.
Mas não precisou de muitos esforços para que o rumo desta conversa ganhasse um novo sentido. Próximo a sua mesinha de estar, uma aranha caranguejeira andava sobre o móvel. Era uma criatura extremamente grande para o seu tamanho normal. Pedro começou a se estremecer. Ele olhava para aquele aracnídeo como se estivesse olhando para um mostro do Norte. O suor começou a escorrer sobre o seu rosto e seu coração acelerava a cada momento em que a aranha dava pequenos passos, rumo a sua direção.
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O Senhor das Águias e as Pedras da Perdição
FantasiaPedro se considerava um simples ferreiro de Caën, morador de uma pequena cidade pacata ao norte de Velÿ. Vivia confortavelmente em sua casa e raramente se aventurava para outras regiões, principalmente em se tratando de novas aventuras. Sua ira pelo...